O cemitério de soluções malfadadas do Google acaba de aumentar
Fonte: Stadia - Google
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O Stadia, serviço de games na nuvem da companhia, será descontinuado no começo do ano que vem, e se junta a nomes como o Google Glass, Google Reader e outros.
O serviço será encerrado em janeiro do ano que vem, com os servidores sendo desligados – o que significa que todos os conteúdos adquiridos na nuvem pelos adeptos do videogame sumirão para sempre. Contudo, para apaziguar os ânimos, a companhia já anunciou que reembolsará todos os gastos dos usuários da plataforma, tanto em conteúdos digitais quanto de hardware, como o controle do aparelho.
Lançado no fim de 2019, o Stadia teve uma vida conturbada, com um modelo de negócios que desanimou usuários – era cobrada uma mensalidade – e cada jogo digital precisava ser comprado separadamente, mesmo sendo por streaming. Foi uma proposta que rapidamente perdeu apelo, enquanto nomes como a Microsoft lançou o Game Pass, que oferece games completos junto com o valor da assinatura cloud.
No início, o Stadia até chegou a receber uma boa dose de hype, com estúdios anunciando grandes jogos para o serviço. Contudo, à medida que o tempo passava e a base de jogadores não crescia, até o suporte para novos jogos ficou bastante comprometido.
Junte a isso os altos custos do Google para manter servidores rodando games via streaming, e rapidamente dá pra ver como a conta não estava fechando. “O Stadia não teve a tração que esperávamos com os usuários, então fizemos a difícil decisão de começar o desligamento”, afirmou o VP do Stadia, Phil Harrison, em post no blog da plataforma.
Contudo, a tecnologia desenvolvida pelo Google para streaming de jogos pode não morrer com o fim do Stadia. “Visualizamos oportunidades claras para aplicar esta tecnologia em outras partes do Google, como YouTube, Google Play e esforços em realidade aumentada”, destacou Phil, em nota.
Uma historinha rápida, já que eu gosto de historinhas: Phil Harrison, o homem que capitaneou o Stadia nestes 5 anos de insucesso, é um fracassado serial. A história do executivo remete à 2005, quando liderou o lançamento do Playstation3, que teve a pior performance de um console na história da Sony, e só foi melhorar em 2008, depois que ele saiu.
Como se não fosse o bastante, Harrison liderou o lançamento do Xbox One em 2013, que se tornou o pior lançamento de console da Microsoft, e só foi melhorar suas vendas em 2015, também depois que ele saiu. Em 2016 ele foi parar no Google e passou a tocar o projeto do Stadia.
Criar produtos hypados para depois eles morrerem meio que virou uma marca do Google ao longo de sua trajetória. O Stadia entra para o rol de produtos “visionários” que depois viraram passado. A lista é grande, com nomes como Google Talk, Latitude, a rede social Google+ e outros. Existe até um site dedicado a homenagear todas as soluções descontinuadas pela empresa.
Um dos exemplo mais clássicos é o do Google Glass, óculos de realidade aumentada com design futurista que chegou a ser o gadget mais quente do mercado em idos de 2014, com pessoas entrando em lista de espera para pagar caro pelo produto.
Contudo, passado seu período experimental, na hora de ir para o mercado a valer, o Glass esbarrou em questões de privacidade (afinal de contas, o Google estava gravando seu ponto de vista quase o tempo todo) e também na falta de interesse do público geral. Não demorou muito para ir para o “cemitério” da empresa, junto com o Projeto Tango, API criada para o desenvolvimento das aplicações de RA.
Outra “morte” digna de nota – e que muitos lamentam até hoje (inclusive eu) – é a do agregador de notícias em RSS Google Reader. A solução funcionou de 2005 a 2013, e chegou a mobilizar usuários em seu último ano de vida, que fizeram petições para a empresa de Mountain View não acabar com o produto. Infelizmente, não adiantou.
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