O excesso de fintechs é justificado? Como identificar startups do setor financeiro com potencial? O que é preciso observar? Tem espaço para todo mundo? Entenda.
fintech-e-hype-ou-ainda-ha-espaco (Foto: GettyImages).
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8 min
•
26 out 2021
•
Atualizado: 19 mai 2023
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Por Victor Marques, da CapTable Brasil.
Open, Hash, Deel, Olivia… essas são só algumas notícias sobre fintechs das últimas semanas. É muita fintech? Tem espaço? Sim, o segmento de fintechs ainda tem muito espaço para crescer no Brasil. A tendência é que, agora que as fintechs já estão atendendo várias dores das pessoas físicas, cada vez mais surjam fintechs focadas no público empresarial.
Assim como o Nubank revolucionou os serviços bancários para uma parcela da população que estava insatisfeita com as opções oferecidas pelos bancos tradicionais – e também já oferece conta para Pessoa Jurídica – agora outras fintechs passam a resolver problemas específicos do segmento empresarial.
Para quem busca investir em uma fintech, no entanto, o excesso de oportunidades e de negócios surgindo nessa vertical pode causar confusão. Qual fintech realmente tem potencial? Esse negócio é realmente inovador? O que é preciso observar? Entenda.
Na hora de investir em uma fintech é importante considerar um breve checklist para entender o real potencial da startup:
Para as fintechs que oferecem serviços B2B é mais fácil identificar os modelos de negócio com potencial: as soluções propostas geralmente são mais similares às ofertas das instituições financeiras tradicionais. Ainda assim, a fintech precisa entregar melhor experiência, menor custo e mais comodidade para seus clientes.
O hype do segmento de fintechs não é o único que pode prejudicar a análise de um negócio. As tecnologias desse setor também costumam se tornar palavras mágicas na hora que a startup decide buscar investimento: blockchain, IA, open banking e machine learning não servem de nada se a startup não souber o que fazer com a tecnologia – ou se nem de fato usarem elas, sendo apenas utilizadas no marketing da sua solução.
É preciso buscar entender como o uso das tecnologias está trazendo vantagens para a solução, se não há uma maneira mais simples (apesar de menos chamativa) de resolver certos pontos e se o empreendedor de fato entende os benefícios de uma tecnologia frente a outra.
As fintechs estão na dianteira da lista de segmentos de startups que mais recebem investimento no Brasil. Pelo menos 40% do valor investido em Venture Capital por aqui é destinado para fintechs. De acordo com o relatório 2021 Global Fintech Rankings, produzido pela Findexable em parceria com a Mambu, o ano de 2020 foi de grande expansão do segmento no mundo todo.
O relatório ainda ressalta que o número de fintechs unicórnio saltou de 61 em abril de 2020 para 108 em abril de 2021. O volume investido no mesmo período também subiu: eram US$ 199 bilhões investidos no segmento em 2020 e US$ 440 bilhões em 2021. O Brasil ficou em primeiro lugar na lista de maior ecossistema de fintechs da América Latina, seguido por Uruguai, México, Colômbia e Chile – e agora ocupa a 14ª colocação do ranking mundial.
Com a digitalização do país, mais pessoas acessando os serviços financeiros e crescimento no volume de investimentos em fintechs, o terreno é fértil para o surgimento de mais startups do segmento financeiro. Por isso, é importante entender quais fintechs realmente possuem diferenciais para vencer em um mercado competitivo. Focar em outros públicos – como as empresas – pode ser o diferencial definitivo para as startups de finanças que desejarem conquistar o seu lugar ao sol.
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Victor Marques é Head de Conteúdo na Captable, maior hub de investimentos em startups do Brasil, que conecta seus mais de 7000 investidores a empreendedores com negócios inovadores. Escreve há mais de dois anos sobre inovação. Formado em Letras e Mestre em Linguística pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS).
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