Soluções de transações instantâneas digitais mudaram a nossa relação com os bancos, crédito e câmbio.
Celular com tela Google Pay (foto: Mika Baumeister/Unsplash)
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Por Belisa Frangione
Um levantamento da Economatica, empresa de análise de dados sobre fundos de investimentos financeiros, apontou que o domínio do mercado de bancos no Brasil está concentrado nas mãos de cinco instituições: Banco do Brasil, Bradesco, Caixa Econômica Federal, Itaú Unibanco e Santander. Juntas, elas contabilizaram R$ 29,4 bilhões de lucro líquido no segundo trimestre deste ano.
Embora a atividade dos bancos “físicos” não tenha data para ser encerrada, é fato que muitas pessoas têm dado preferência à facilidade e à comodidade. Hoje, já é totalmente possível abrir uma conta ou solucionar um problema diretamente pelo aplicativo da instituição financeira escolhida em questão de minutos. Em tempos de pandemia, uma solução que veio facilitar a vida de quem não quer enfrentar filas ou manejar um caixa eletrônico.
É neste cenário de demanda por praticidade e pandemia que estamos vendo o crescimento exponencial das fintechs, ou seja, das startups que oferecem soluções financeiras digitais. Prova disso é que logo no primeiro trimestre de 2021, o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, citou que a área que mais teve inovação durante a pandemia foi a de meios de pagamentos.
“As fintechs transformam a economia do Brasil muito por conta da ineficiência dos agentes tradicionais do sistema financeiro nacional. Hoje, muitas medidas do Banco Central são progressivas, incentivando o mercado ao dinamismo, à automatização de processos e aos pagamentos instantâneos. As fintechs nascem por uma demanda retraída no mercado, pelo anseio do consumidor de ter produtos cada vez mais dinâmicos com preços mais competitivos”, explica Leonardo Abrão, CEO da Abrão Filho Banking & Câmbio.
A advogada na área de Fintech e Meios de Pagamentos do Felsberg Advogados, Fernanda Garibaldi, afirma que a transformação da economia pelas fintechs ocorreu principalmente pela cultura de maior competitividade dentro do setor financeiro brasileiro.
“O surgimento das instituições de pagamento e de modelos de negócios ligados à prestação de serviços de pagamento, que podem ser genericamente categorizadas como ‘fintechs de pagamento’, foram protagonistas entre as fintechs e determinantes para que isso ocorresse, ofertando serviços de pagamento à população brasileira com menores custos, de maneira mais acessível, eficiente e menos verticalizada”.
Desde antes de 2013, quando foi promulgada a Lei n° 12.865/2013 estabelecendo os arranjos e as instituições de pagamento integrantes do Sistema Brasileiro de Pagamentos (SPB), diversos modelos de negócios que alinhavam tecnologia e pagamentos vinham sendo identificados no Brasil, o que culminou com o surgimento desse marco legal. De lá para cá, muitas empresas de tecnologia passaram a ofertar serviços financeiros, e em 2018 o Banco Central regulamentou as chamadas “fintechs de crédito”, permitindo expressamente a possibilidade da oferta de empréstimos por meio de plataformas digitais.
“Tudo isso colaborou para o crescimento das fintechs no Brasil: a inovação trazida pela iniciativa privada e o olhar sofisticado do regulador, que passou a observar o mercado de maneira atenta e de modo a ser um aliado na promoção da concorrência nesse setor”, completa Fernanda.
Abrão lembra que hoje há diversos tipos de fintechs, como as de câmbio, de crédito, de crédito internacional, de antecipação de recebíveis, mas o fato gerador se deu por conta da ineficiência já citada dos agentes tradicionais bancários.
“As primeiras formatações de fintechs foram normatizadas pelo Banco Central há dois anos. O Cambiar, por exemplo, foi fundado no mesmo ano da Abrão Filho, em 2011, justamente o mesmo ano que o Bacen dispôs a resolução de correspondentes cambiais e bancários no país. Fundamos justamente pelo número resumido ou compactado de instituições bancárias e não bancárias com carteira de câmbio e por estar começando um mercado formal de correspondência cambial para o varejo”.
É quase um consenso entre os especialistas consultados que a pandemia ajudou muito na difusão dos serviços financeiros e de pagamento por meio da internet, tendo em vista que houve uma aceleração do processo de digitalização da vida como um todo, em função do isolamento social forçado.
“Com a intensificação das compras por meio de comércio eletrônico, o que pressupõe um fluxo maior de pagamentos eletrônicos, e a necessidade de formas alternativas de crédito emergencial para pequenas e médias empresas, as fintechs passaram a ser mais requisitadas no mercado como um todo”, define o Presidente da ABFintechs, Diego Perez.
A pandemia culminou ainda na virtualização como uma realidade. Abrão conta que, simultaneamente, ocorreu a questão do trabalho remoto como um dificultador da performance operacional e, automaticamente, a necessidade do cliente de produtos bancários e financeiros em geral de estar cada vez mais na frente do seu smartphone para realizar os serviços de uma agência bancária física.
“Esse distanciamento social e essa virtualização das relações sociais e do trabalho só ajudou a acelerar a necessidade dos players bancários e não bancários, e das instituições e empresas financeiras, a incrementarem as suas tecnologias e as suas plataformas de experiência do usuário para aproveitar as tecnologias criadas”.
A adesão ao Pix, sistema de pagamentos instantâneos do Banco Central, e a criação do auxílio emergencial, também foram fatores determinantes para o crescimento das fintechs entre 2020 e 2021.
“O auxílio emergencial é um grande exemplo de como as pessoas tiveram que ser incluídas dentro da base de dados do governo para receber o suporte financeiro do Estado e precisaram fazer isso por meio da internet, sobretudo, de seus celulares. O sucesso do Pix também acelerou o processo de digitalização dos serviços financeiros e de pagamento no Brasil”, opina Fernanda.
Novos sistemas chegam com o objetivo de diminuir a burocracia, facilitar a vida de clientes e agilizar processos. Além dessas vantagens já conhecidas, é possível incluir serviços mais inovadores, a preços mais competitivos e com maior inclusão financeira, tendo em vista que alguns são oferecidos até mesmo com gratuidade de taxas.
“Cito também o corte de custo físico. Quando você inibe a capilaridade física, como os custos de aluguel, de maquinário e de alimentação, você corta custos físicos que não são convertidos em digitalização, que é quando o meio físico ainda existe. Os custos físicos são extintos e se transformam em soluções virtuais”, reforça Abrão.
Com tanta evolução tecnológica, pode ser comum que haja alguma preocupação por parte do público de se aventurar nesse meio e aceitar que essas soluções são definitivas. Fernanda diz que a população mais jovem, em geral, é mais aberta a testar novos produtos e serviços de maneira digital, o que não acontece com a faixa mais madura.
“Os mais velhos têm mais receio do uso da tecnologia, sobretudo ligada às suas vidas financeiras. Claro que é sempre importante ficar atento a quem está prestando o serviço, para não cair em armadilhas de golpistas, conversar com a instituição que já cuida do seu dinheiro e se informar sobre a reputação de determinada fintech no mercado. As instituições sérias são muito conhecidas e estão sob o olhar atento do Banco Central, ainda que aconteça algum tipo de fraude ou danos”, aconselha.
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Com atuação há mais de 10 anos no mercado, a Abrão Filho é parceira de inúmeras Fintechs facilitando e estruturando as necessidades bancárias e cambiais. Desta forma, conseguimos prosseguir com o relacionamento bancário, e a solução em cambio para viabilização de fluxo de capitais e pagamentos internacionais inerentes a sua operação.
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