As polêmicas entre bancos e fintechs aumentaram nas últimas semanas; entenda o que aconteceu
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6 min
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27 set 2021
•
Atualizado: 19 mai 2023
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Por Tainá Freitas
“Pra quê banco?” é o slogan da nova campanha do Mercado Pago. Na propaganda, um tiranossauro rex tenta entrar pelas portas giratórias de um banco tradicional (foto em destaque). Ele, obviamente, não consegue – principalmente devido ao tamanho da fantasia – e a recomendação do locutor é de que ele peça o empréstimo através do aplicativo do Mercado Pago.
Esta é uma das campanhas que reacendeu a discussão entre bancos e fintechs. Além do Mercado Pago, a Stone também fez peças publicitárias que atacam diretamente os serviços financeiros tradicionais. Na fintech, o lema é “Menos banco, mais negócio”.
Para coroar, a companhia também lançou um “kit chá de cadeira”, à venda por R$ 16 no site Infusiasta. O kit traz três diferentes chás, chamados de “Senha Infinita”; “Dia de Banco” e “Uma Hora de Musiquinha” e a sugestão é que eles sejam consumidos para “aliviar a dor de cabeça dos clientes”. Há, ainda, uma carta intitulada “Ninguém aguenta mais esperar”.
As campanhas apenas ressaltam algo que já está acontecendo nos bastidores – e nas publicações em redes sociais. A Febraban, a Federação Brasileira dos Bancos, e a Zetta (associação fundada por Nubank e Mercado Pago) protagonizaram polêmicas recentemente.
Tudo começou com um comentário da Zetta sobre um índice publicado pelo Idec (Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor), de que as tarifas bancárias saltaram acima da inflação durante a pandemia.
“A verdade sobre assimetrias: tarifas dos grandes bancos, que reclamam da perda de competitividade, saltam acima da inflação durante a pandemia, enquanto as tarifas das fintechs são mantidas”, escreveu a associação. A publicação está disponível aqui.
As taxas de saques, transferências e outros serviços em bancos subiram entre 9% e 25%, enquanto a inflação medida pelo IPCA (Índice de Preços Amplo ao Consumidor) no mesmo período foi de 8,35%. Enquanto isso, os bancos digitais e fintechs mantiveram os preços.
A resposta da Febraban também veio através do LinkedIn, em uma publicação que brinca com o estilo informal de comunicação típico de algumas fintechs. “A ‘verdade’ verdadeira é que as grandes fintechs gostam mesmo é de pagar apenas "meia entrada" e em nada se diferenciam dos bancos. Aliás, só não são bancos para pagar menos impostos, gerar menos empregos, ter poucas obrigações regulatórias e trabalhistas”, escreve a instituição na publicação.
A Febraban também afirmou que a taxa média dos juros rotativos do Nubank é maior do que a média dos cinco grandes bancos. Houve tréplica: a Zetta afirmou que as fintechs têm menores taxas de juros, pagam mais tributos do que os bancos tradicionais e que “as exigências de capital do FGC [Fundo Garantidor de Crédito] são maiores para fintechs do que para bancos”.
As farpas entre bancos e fintechs não são novas. As fintechs já surgiram com o discurso de transformar e digitalizar os serviços financeiros. No lançamento da função débito da NuConta, em 2018, Nubank foi à Pinacoteca, museu de arte de São Paulo, e levou uma porta giratória dizendo que aquilo é “peça de museu”. O lançamento da NuConta, conta digital do Nubank, foi em 2017.
De lá para cá, as fintechs acumularam milhões de consumidores. Atualmente, o Nubank é avaliado em US$ 30 bilhões e é a fintech mais valiosa da América Latina. Em comparação, o BTG Pactual é avaliado em cerca de US$ 20 bilhões; o Itaú, em cerca de US$ 50 bilhões.
Recentemente, a fintech lançou a primeira campanha com abrangência nacional, saindo da internet e chegando às televisões de milhões de brasileiros. A cantora e empresária Anitta também passou a integrar o conselho administrativo do Nubank, o que ajuda a companhia a “estourar a bolha”. A fintech possui, até julho de 2021, 40 milhões de clientes.
Já o Mercado Pago, o outro fundador da Zetta, nasceu dentro do Mercado Livre e está crescendo como uma solução financeira para o varejo. A companhia está focada no crescimento do número de usuários: ela possui, atualmente, recompensas de R$ 20 para cada usuário que indicar um amigo à conta digital. Até abril de 2021, a empresa possuía 20 milhões de pessoas físicas ativas na conta.
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Jornalista formada pela Faculdade Cásper Líbero. Apresenta o podcast Agora em 10 na StartSe e também atua na área de Comunidades na empresa. É especialista em inovação, tecnologia e negócios.
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