Mel tecnológico? Entenda como uma startup utiliza tecnologia para produzir alimento saudável, orgânico e que traz desenvolvimento sustentável para uma região subvalorizada do país – totalmente em linha com o ESG.
foodtech-combina-esg-e-tecnologia (Foto: Beeva/Divulgação).
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Por Victor Marques, da CapTable Brasil.
Alimentar a população de forma sustentável, orgânica e lucrativa é um desafio e tanto. Aliar a produção de um alimento milenar, como o mel, à possibilidade de preservação ambiental e geração de renda para uma população de uma região que sofre com uma das mais baixas taxas de IDH do Brasil – a Caatinga – é ainda mais improvável.
Mas foi exatamente isso que a Beeva se comprometeu a fazer: criar um modelo de negócio que permite extrair o melhor – alimento, trabalho e produção – sem comprometer os trabalhadores, a natureza e os biomas brasileiros. Desenvolvimento sustentável, de fato. Segundo o CEO, Jatyr Oliveira: "hoje, boas empresas e sustentabilidade são sinônimos; lucro e propósito estão diretamente associados".
O mercado de alimentação saudável é gigantesco: as vendas de alimentos naturais e saudáveis no Brasil atingiram R$ 100 bilhões em 2020, devendo atingir US$ 849.7 bilhões de movimentação no mercado global de alimentos e bebidas orgânicos em 2028. Durante a pandemia, o consumo de orgânicos no Brasil deu um salto de cerca de 30% em relação a 2019. As possibilidades de crescimento também são grandes: o Brasil ainda está longe da saturação do mercado e há outros países e caminhos abertos para exportar a produção.
A Beeva é uma foodtech com menos de um ano e meio de existência, nascida com a certeza de que era possível ingressar nesse mercado gigantesco de forma ambientalmente e socialmente responsável. Além da certificação brasileira de produtos orgânicos, de olho no mercado internacional, a Beeva já garantiu certificação da FDA (agência americana que dá o selo USDA Organic, que comprova a rastreabilidade de alimentos orgânicos) e da União Europeia. Além disso, já realizou sua primeira exportação para a China.
Como o nome dá a pista, a Beeva extrai um alimento milenar, produzido pelas abelhas: o mel e seus derivados. Para quem está acostumado com o mercado de foodtech, pode parecer comum olhar para esse alimento, mas aqueles ainda não familiarizados podem estranhar: é possível aliar tecnologia e mel?
A Beeva mostra que sim. Com duas linhas de produto principais – o mel e o própolis –, a startup aposta em diferenciar o sabor e as propriedades dos seus alimentos de acordo com a região em que são extraídos, sem qualquer aditivo ou mistura de matéria prima de diferentes regiões. Assim, as linhas são divididas com o nome do bioma em que as abelhas se alimentaram para originar o mel, tudo totalmente rastreável (através de QR Code na embalagem que permite ver a florada de que a abelha se alimentou até o nome do produtor que extraiu o alimento), orgânico, saudável e extraído de forma responsável. E a tecnologia não para por aí.
Para atender aos mais altos padrões ESG, a Beeva empregou tecnologia desde o campo, passando pela sua sede, até os apicultores. A sede da empresa fica próxima de uma área de preservação ambiental, utiliza materiais – desde o vidro da fachada – que reduzem o consumo energético, reaproveita a água utilizada e devolve a água, após filtrada, ao lençol freático.
Para os produtores, a tecnologia e experiência compartilhados pela foodtech permitem extrair de forma mais eficiente o mel, qualificando-os ao mesmo tempo que gera renda perene para milhares de trabalhadores – tudo isso na região do semiárido nordestino, uma das regiões com menor IDH do país.
Os alimentos orgânicos e saudáveis que já são produzidos pela Beeva totalizam 22 produtos, dentro das linhas de mel e própolis. Porém a foodtech já idealizou e criou a estrutura necessária para escalar a produção e também diversificar o portfólio de produtos.
Tudo começa com o própolis em pó, passando pelo lançamento de novas floradas (novas linhas de mel), própolis encapsulado e culmina no suplemento proteico que mistura pólen, batata doce, macaxeira e açaí. Ainda, já está prevista a expansão para o setor cosmético – utilizando o mel e seus derivados como ativos base de produtos para cuidados de beleza – e bebidas.
ESG, alimentação saudável – e orgânica – e desenvolvimento sustentável são temas que atraem cada vez mais os fundos de Venture Capital. É um reflexo natural das tendências de consumo e preocupações dos consumidores: cresce o interesse em saúde e a preocupação com a responsabilidade das empresas que produzem os itens e alimentos para o consumo.
Os resultados da Beeva comprovam o interesse: foram mais de 245 mil produtos vendidos, totalizando R$ 4 milhões – em menos de um ano e meio. As vendas já ocorrem através de 527 pontos de venda, incluindo grandes redes como Carrefour e Pão de Açúcar – além de um e-commerce próprio recém-lançado.
O lucro bruto da foodtech também dobrou de 2020 para 2021, comprovando o crescimento acelerado da operação.. Com capacidade produtiva instalada de 1,3 milhão de produtos ao mês – 60x maior do que a utilizada atualmente – a startup está preparada para escalar a produção. Você pode ser sócio da startup que está tornando a apicultura no Brasil mais eficiente e responsável: a Beeva está com captação aberta na CapTable, a plataforma de investimentos em startups da StartSe. Confira a oferta completa.
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