A Sadia e a Seara são algumas das empresas tradicionais que estão apostando em inovações lideradas por foodtechs como Fazenda Futuro e LivUp
, jornalista da StartSe
7 min
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21 set 2021
•
Atualizado: 19 mai 2023
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Por Tainá Freitas
As foodtechs, startups do setor de alimentação, estão promovendo grandes mudanças nos pratos dos brasileiros. Refeições saudáveis, prontas e ultracongeladas começaram a se popularizar através da LivUp e Prati (antiga LuccoFit). Já as carnes feitas de plantas foram impulsionadas pela Fazenda Futuro e NotCo, por exemplo.
Mas o mercado tradicional de alimentação respondeu rápido. A Seara e a Sadia são algumas das empresas que já estão oferecendo produtos semelhantes – com a diferença de que elas já possuem um negócio estabelecido, reconhecimento de marca e logística que alcança todo o Brasil.
Não é por acaso: o plant-based é uma das tendências de alimentação que chegou para ficar. De acordo com uma pesquisa do IBOPE coordenada pelo GFI, 49% dos brasileiros já reduziram o consumo de carne nos últimos 12 meses. Deste número, 12% passou a consumir carne feita de plantas e 47% substituiu apenas por vegetais, como legumes e grãos.
Além dos vegetarianos e veganos, que deixam de consumir carne e/ou alimentos de origem animal, há uma nova categoria: os flexitarianos. São pessoas que estão diminuindo o consumo de carne (por motivos variados), mas que não planejam parar definitivamente. Este é mais um público apto a consumir as proteínas plant-based que simulam as carnes, peixes e frangos “tradicionais”.
A Fazenda Futuro e a NotCo são duas das maiores foodtechs que estão no Brasil. A Fazenda Futuro é brasileira, criada por Marcos Leta, fundador da sucos DoBem. Atualmente, a companhia oferece diferentes opções de carne, linguiça, frango e atum feitos de planta. Nos outros 24 países que a marca já está presente (Inglaterra, Estados Unidos, Chile, México, Holanda, Emirados Árabes, entre outros), a marca é conhecida como “Future Farm”.
Já a NotCo é uma startup chilena, mas que opera e possui escritório no Brasil. Por aqui, ela é comandada por Ciro Tourinho. A NotCo conta com inteligência artificial para criar receitas plant-based, que vão de hambúrguer até maionese, leite, sorvete, entre outros.
Em contrapartida, a Seara lançou a linha “Incrível”, com produtos de origem vegetal que buscam simular proteínas de origem animal. O leque de opções é grande: desde bacalhau à isca de peixe, almôndegas, pernil desfiado, salsicha, entre outros.
Os alimentos são desenvolvidos pelo Incrível.Lab, hub de inovação da Seara focado em alimentos plant-based, dentre outras tendências. Na descrição de apresentação, a companhia afirma que é “uma novidade inspirada nas foodtechs mais avançadas do mundo”.
Já a Sadia possui a linha “Veg&Tal”, em que oferece frango, almôndega, nuggets, hambúrguer feito de plantas e vegetais congelados.
A praticidade sempre existiu no mercado da alimentação: a oferta de produtos prontos e congelados não é nova. No entanto, a preocupação pela saudabilidade e ingredientes utilizados é crescente, de acordo com uma pesquisa feita pela consultoria Mintel.
No levantamento, 47% das mulheres afirmaram escolher alimentos e bebidas que contenham apenas ingredientes conhecidos -- o que reforça que são mais naturais. 39% dos homens possuem a mesma opinião. A pesquisa foi realizada em junho de 2020, com 1.500 participantes brasileiros, e revelou ainda que a preocupação é semelhante independente da classe social.
No setor das foodtechs, a LivUp é uma startup que oferece alimentos ultracongelados em pacotes fracionados. Isto é, cada pacote possui um alimento específico (uma proteína, carboidrato, legume, etc) que deve ser aquecido para consumo. O ultracongelamento é utilizado pois não altera as características nutricionais e de sabor, cheiro e textura.
O mesmo produto também é oferecido pela Prati, antiga Lucco Fit. Os consumidores podem escolher entre refeições prontas ultracongeladas com foco em emagrecimento, baixo carboidrato, saudabilidade, entre outros. Em alguns pratos, há até mesmo um pout-pourri de foodtechs. No frango xadrez vegano vendido pela Prati, por exemplo, há temperos orgânicos da Raízs (que conecta pequenos produtores aos grandes centros) e frango vegetal da Sadia Veg&Tal.
Em agosto, a Sadia lançou a linha Livre&Lev. A iniciativa atende às novas demandas do setor de alimentação – rotulagens mais simples, e, como a companhia descreve, “livre de excessos”.
Assim como a LivUp e Prati, a companhia oferece pratos porcionados ultracongelados. Entre as opções, há proteínas (frango com mostarda e mel, por exemplo), carboidratos, vegetais grelhados, etc.
A companhia oferece também presunto e lanches prontos. O presunto é feito com “menos ingredientes do que outros presuntos” (8 em comparação com o tradicional da marca, que possui cerca de 17), pois não contém corantes ou aromatizantes. Já os lanches são do tipo wrap, conhecidos por serem mais saudáveis.
A logística é favorável para as grandes empresas do setor, pois elas já possuem um sistema de distribuição de produtos, através de mercados. No entanto, elas também entraram no ambiente das foodtechs e estão vendendo seus produtos online. A Sadia vende através da Mercato em Casa, que reúne produtos da marca, Perdigão e Qualy.
Enquanto isso, as foodtechs fazem o caminho contrário: começam a vender online, ao mesmo tempo em que criam uma rede logística para alcançar supermercados em todo o país. A Fazenda Futuro, uma das pioneiras, já expandiu as fronteiras -- e a expectativa é que todo o mercado, de empresas tradicionais e foodtechs, continue avançando atrás dos mesmos objetivos.
O setor de foodtechs será um dos temas abordados no Festival SVWC 2021, evento realizado pela StartSe. Flávia Buchmann, responsável pelo marketing da NotCo no Brasil, será uma das palestrantes. Inscreva-se para aprender direto com a especialista: o evento é online e gratuito.
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, jornalista da StartSe
Jornalista formada pela Faculdade Cásper Líbero. Apresenta o podcast Agora em 10 na StartSe e também atua na área de Comunidades na empresa. É especialista em inovação, tecnologia e negócios.
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