A companhia aposta nos carros à combustão no presente, mas se divide para apostar no que acredita ser o futuro: os carros elétricos
Carros da Ford (foto: divulg)
, jornalista da StartSe
4 min
•
3 mar 2022
•
Atualizado: 19 mai 2023
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Por Tainá Freitas
O futuro dos carros é elétrico? Para a Ford, sim…e não. Nesta semana, a companhia anunciou que está partindo seu negócio em duas divisões diferentes: a “Ford Model e” e “Ford Blue”. Enquanto a primeira divisão ficará focada nos veículos elétricos e inovações tecnológicas, a Ford Blue buscará financiar a companhia com a venda de carros à combustão, apostando inclusive em sucessos como Bronco e Maverick.
Este movimento destaca a companhia no setor de carros elétricos, ao mesmo tempo em que reforça que o futuro pode não ser o 8 ou o 80. A Ford busca garantir o presente através do modelo tradicional vigente, mas está disposta a transformar completamente o negócio para atender às demandas do futuro – algo típico de uma organização infinita.
2030 será um ano impactante para o mercado de veículos elétricos. Embora o segmento esteja ganhando tração – inclusive com a Tesla tendo alcançado US$ 1 trilhão –, é em 2030 que alguns deadlines chegarão.
A estimativa da Ford é que, até 2030, metade de seu volume global de produção seja de carros elétricos. O esforço está aumentando ainda em 2022, com a previsão de gastos de US$ 5 bilhões no setor.
“Ford Model e será o centro de inovação e crescimento da Ford, uma equipe dos melhores talentos do mundo em software, elétrica e automotiva livre para criar veículos elétricos verdadeiramente incríveis e experiências digitais para novas gerações de clientes da Ford”, afirmou Jim Farley, CEO da Ford, no anúncio.
Além da Ford, a Volvo, BMW, General Motors e Volkswagen possuem metas visando 2025 a 2030. No passado, a Ford e Volvo anunciaram que irão vender apenas carros elétricos na Europa a partir de 2030.
A decisão parece dura, mas um posicionamento semelhante tem sido adotado por alguns países. A Noruega planeja banir a venda de carros à combustão a partir de 2025, enquanto o deadline da China é 2035.
A Ford Blue terá a missão de “ajudar consumidores a atingir suas paixões e rotina com experiências de marca e veículo personalizadas, do off-road ao alto desempenho e atividades familiares, especialmente nas situações em que capacidades ICE são requeridas”. Na diferenciação com elétricos, os veículos à combustão têm recebido o apelido de ICE (internal combustion engine, motor de combustão interna).
A companhia tem noção de que os carros à combustão a trouxeram até aqui – e pode ser que eles nunca sumam completamente –, mas entende que uma nova experiência do cliente, da compra ao uso dos veículos, é o que irá continuar sustentando a companhia a longo prazo.
No ano passado, a Volkswagen causou polêmica ao fazer uma brincadeira de primeiro de abril em que mudava seu nome para “Voltswagen”. Na época, grande parte da mídia e dos consumidores acreditaram na ideia; no entanto, quase um ano depois, é a Ford quem está fazendo, de verdade, uma mudança tão grande quanto a do nome – entenda como ela pode se tornar uma organização infinita.
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Jornalista formada pela Faculdade Cásper Líbero. Apresenta o podcast Agora em 10 na StartSe e também atua na área de Comunidades na empresa. É especialista em inovação, tecnologia e negócios.
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