Com design polêmico, promessas não cumpridas e sucessivos recalls, a caminhonete elétrica da Tesla se torna um alerta sobre hype descolado da realidade.
(Imagem: reprodução Tesla)
, Redator
5 min
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10 abr 2025
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Atualizado: 10 abr 2025
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A Tesla Cybertruck mal chegou às ruas e já conquistou um posto ingrato: o de um dos maiores fracassos da indústria automotiva nas últimas décadas. Com design futurista e promessas ambiciosas, o modelo se tornou um símbolo de como excesso de hype, falta de aderência ao mercado e decisões estratégicas questionáveis podem transformar um lançamento em um desastre sobre rodas.
Um desastre anunciado com assinatura de Elon Musk
Desde a sua revelação, a Cybertruck dividiu opiniões. O visual brutalista, os testes públicos desastrosos (como o vidro "inquebrável" que quebrou ao vivo), e o posicionamento fora do padrão já levantavam dúvidas. Mas o que parecia ousadia virou problema real: a caminhonete elétrica de 3 mil kg, que parte de US$ 82 mil, teve menos de 40 mil unidades vendidas em 2024 — muito abaixo da previsão de Musk, que falava em 250 mil por ano.
A situação piora quando somamos os recalls: foram oito em apenas 13 meses, incluindo falhas nos painéis da carroceria que simplesmente se soltam. Diferente de outros fracassos automotivos, como o Edsel ou o Pontiac Aztek, a Cybertruck não é apenas um erro de design — é um produto problemático, que virou piada para entusiastas e ativistas.
Prejuízo visível e impacto na Tesla
A Tesla não só projetou vendas em massa, como preparou sua fábrica no Texas para produzi-las em larga escala. O investimento, no entanto, não deve ser recuperado. Pior: a própria montadora sofre com queda de desempenho. No primeiro trimestre de 2025, as entregas caíram 13%, frustrando expectativas de mercado e ampliando o ceticismo quanto ao futuro do modelo — e da própria Tesla como referência em inovação automotiva.
Além disso, o modelo enfrenta barreiras legais e físicas para exportação. Em muitos países, o tamanho e os requisitos de segurança da Cybertruck não são compatíveis com as normas locais, o que praticamente limita sua atuação ao mercado dos EUA. E nem mesmo esse mercado parece disposto a abraçar a ideia.
Uma lição sobre excesso de promessas
A frase de Musk — “temos mais de 1 milhão de pessoas que reservaram o carro” — ficou famosa, mas hoje soa como um lembrete de que reservas não são vendas e hype não sustenta resultados. A decepção com a Cybertruck representa mais que um erro de produto: ela simboliza o momento em que a Tesla parece ter perdido a conexão com o consumidor real em nome de uma visão futurista mal calibrada.
O que esperar daqui pra frente?
Com vendas estagnadas, recall em sequência e imagem pública arranhada, a Cybertruck está longe de ser salva por uma reviravolta. O mais provável é que a Tesla busque mitigar danos, rever sua linha de produção e reequilibrar expectativas de investidores. Para uma marca que já foi sinônimo de disrupção, essa virada negativa pode custar caro — especialmente em um mercado que agora conta com concorrentes como Rivian e BYD oferecendo soluções mais estáveis, seguras e bem recebidas.
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