De olho no avanço de áreas como o streaming, a Globo está avançando seus trabalhos com startups, em particular no que se refere a parcerias internacionais
Fachada da Globo (Reprodução: Globo)
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Anunciada em primeira mão para o Startups, a parceria entre a gigante brasileira de mídia e a startup norte-americana HeadSpin ilustra esse movimento.
Com a empresa especializada em inteligência de experiência digital orientada a ciência de dados, a Globo desenvolveu um produto de automação de testes em tempo real. A plataforma, que utiliza inteligência artificial e machine learning, identifica e mitiga falhas sistêmicas de acesso a plataformas de streaming de vídeo em smart TVs.
O produto foi desenvolvido em oito meses e foi desenvolvido com base na experiência do Globoplay, plataforma de streaming da empresa. O sistema de automação de testes já está sendo utilizado pela Globo e o conglomerado de mídia também pretende vender o sistema para outras empresas da mesma indústria.
“Logo percebemos que a demanda do Globoplay era uma necessidade real de outras empresas de mídia, especialmente aquelas que atuam no streaming, e decidimos aproveitar a oportunidade de negócios”, diz Carlos Moreira, diretor de ecossistema e parcerias internacionais da Globo, no hub do Vale do Silício.
O projeto liderado em parceria com a startup norte-americana é parte de uma estratégia mais ampla em que a Globo busca crescer no omnichannel – ou seja, a transmissão de conteúdo via streaming e através de múltiplos dispositivos e localidades. Segundo Rajeev Butani, CEO da HeadSpin, a colaboração é parte de ações da emissora “para obter mais envolvimento do usuário em dispositivos como smartTVs e celulares.”
A colaboração entre as duas empresas é descrita como mutuamente benéfica: por um lado, a HeadSpin vai aproveitar a enorme penetração da Globo no mercado brasileiro. A companhia alcança mais de 120 milhões de brasileiros através de suas plataformas de TV aberta, streaming e produtos digitais, e está investindo pesado em desenvolver sua expertise tecnológica e transformação digital com foco no relacionamento direto com o consumidor.
Por outro lado, a Globo deve ampliar sua presença como fornecedor de soluções tecnológicas para a indústria de mídia. Segundo a companhia brasileira, um investimento futuro na HeadSpin através da Globo Ventures também é uma possibilidade.
A Globo lançou seu hub no Vale do Silício em 2019. Depois de mais de um ano trabalhando em sigilo, abriu um programa para a captação de startups em 2021. A ideia, segundo a empresa, é identificar empresas de alta performance para o desenvolvimento de parcerias e soluções para impulsionar seu negócio, bem como a experiência de usuários e marcas nas plataformas da Globo. A companhia diz ter trabalhado com mais de 90 parceiros desde o lançamento do programa.
A colaboração na área de automação de testes com a HeadSpin é um exemplo da geração de dealflow internacional que a emissora está construindo a partir do Vale. De acordo com a companhia, esse network em expansão vem de relacionamentos sendo alinhavados entre a Globo Ventures e os principais fundos de venture capital e aceleradoras globais.
Segundo Luiz Gabriel Vasconcelos, head de ecossistema e parcerias para ad e data no hub do Vale do Silício, a nova parceria demonstra que a área de tecnologia da Globo é valiosa não só como habilitadora dos negócios da companhia, mas também como uma potencial geradora de receita a partir de produtos criados com parceiros. “O ecossistema entende a Globo como uma technology powerhouse que pode alavancar o crescimento das empresas desse espaço”, frisa.
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