Oferecer alimentação saudável e prática para bebês e crianças foi o desafio que a Gourmetzinho topou. Conheça a foodtech que quer ser a Liv Up das crianças - em um mercado lucrativo, mas com muitas exigências.
gourmetzinho-a-liv-up-dos-bebes (Foto: GettyImages)
, Head de Conteúdo na Captable
9 min
•
18 ago 2021
•
Atualizado: 19 mai 2023
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Por Victor Marques
Atualmente, pelo menos 57% das famílias brasileiras possuem os responsáveis trabalhando fora de casa. Com isso, a alimentação dos filhos pode ser prejudicada. Com a falta de tempo, os pais acabam optando por oferecer alimentos ultraprocessados, ricos em açúcares e com sais minerais complexos presentes. Tais alimentos acabam ocasionando problemas de saúde - na infância ou com o tempo - como diabetes, obesidade e problemas cardíacos.
A vida profissional dos pais não deveria ser um impeditivo para oferecer alimentos saudáveis para seus filhos, mas em uma situação que não deve mudar - ambos os pais trabalharem - é preciso encontrar uma alternativa que possa ser saudável e prática ao mesmo tempo. Para a alimentação adulta, a Liv Up encontrou uma solução: refeições ultracongeladas saudáveis. Para crianças há outros impeditivos, como requerimentos específicos da Anvisa, que emite uma certificação para esse tipo de alimento - que deve ser processado em ambientes sem alergênicos, por exemplo.
A Gourmetzinho é uma foodtech que já opera com certificação da Anvisa e oferece um cardápio variado e saudável para crianças de diferentes idades. Para solucionar o problema de conveniência no preparo das refeições, a Gourmetzinho oferece pratos prontos, ultracongelados com validade de seis meses, feitos com produtos naturais, sem conservantes ou BPA (Bisfenol A), sem derivados de leite ou transgênicos, fáceis de aquecer e com embalagens 100% recicláveis.
Além da certificação da Anvisa, para comercializar refeições para menores de 3 anos é necessária uma aprovação individual por prato. Por conta das exigências, é um mercado de difícil entrada e, por exemplo, uma startup que oferece pratos prontos congelados para adultos, teria que se adaptar em muitos aspectos para se tornar uma concorrente.
Desde 2015, a Gourmetzinho vem oferecendo esse tipo de refeição prática, saudável e com todas as certificações necessárias. Através do uso de tecnologia nos processos, desenvolveu sistema de controle para produção e ordem de compra integrados, potencializando o potencial de escala do negócio.
Com os processos tecnológicos testados e aprovados, criou modelo de microdistribuidores (próprios ou terceirizados): esses distribuidores recebem semanalmente ou mensalmente os pratos, de acordo com a demanda. Devido aos processos otimizados, possibilita payback - ou seja, recuperar o valor investido - em 12 meses aos distribuidores terceirizados.
A Gourmetzinho já opera no Rio de Janeiro e na Grande São Paulo e já é lucrativa. Somente em julho, a startup cresceu 30% e planeja abrir uma filial ao mês. Para garantir a sustentabilidade do crescimento, conta com um modelo de assinatura, onde é possível configurar o recebimento recorrente dos pratos. Além da assinatura, há carteira virtual, possibilidade de comprar créditos e um programa de fidelidade, o Mamãe Fã de Carteirinha, onde é possível juntar selos e trocá-los por benefícios.
A startup pretende ampliar o faturamento da marca por meio do desenvolvimento de dark kitchens (empresas de serviços de alimentação que atendem clientes exclusivamente por entrega), para a produção de produtos congelados, e crescimento de produtos marca própria shelf stable. Isto consiste em observar o segmento alimentício e criar um recorte exclusivamente infantil com a marca Gourmetzinho.
Por conta da alta barreira de entrada, representada pela certificação - e até aprovação individual dos pratos - e normas restritas em relação a alimentos alergênicos, a Gourmetzinho opera em um mercado com pouca concorrência e muita oportunidade. A startup ainda vai além, não utilizando alimentos alergênicos, por conta do alto potencial de contaminação das linhas de produção e nem manipulando glúten, por exemplo, para evitar a possibilidade de ter traços dos alimentos repassados aos outros pratos.
Em um negócio Direct to Consumer, ou seja, vendendo diretamente ao consumidor final, sem passar por varejistas ou supermercados, por exemplo, a startup garante o controle da experiência do consumidor, dos dados de compra e ainda garante margens de lucro maiores. Mas, a Gourmetzinho também já planeja a distribuição via B2B: com os produtos já desenvolvidos em marca própria e com um grande sortimento, o objetivo, em um ano, é tornar-se referência em pontos de venda como supermercados de nicho, lojas especializadas e lojas de conveniência. Com isso, o consumidor fará a associação direta entre a marca Gourmetzinho e alimentação saudável.
De acordo com dados do IBGE, que desconsidera os momentos que a alimentação da criança acompanha a dos pais - como finais de semana e feriados -, estima-se que o mercado para alimentação infantil seja de R$ 39 bilhões ao ano. Acredita-se que alimentação pronta pode representar cerca de 5 a 10% desse valor nos próximos anos.
Com ticket médio em crescimento, 700 clientes únicos por mês e pelo menos 150 clientes que fazem compras recorrentemente há 5 meses, a Gourmetzinho está pronta para escalar a operação e expandir sua operação através do modelo - já testado - de microdistribuidores.
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Victor Marques é Head de Conteúdo na Captable, maior hub de investimentos em startups do Brasil, que conecta seus mais de 7000 investidores a empreendedores com negócios inovadores. Escreve há mais de dois anos sobre inovação. Formado em Letras e Mestre em Linguística pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS).
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