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Conheça Grace, a robô enfermeira que pode transformar os cuidados na saúde

Grace pode ser usada no acompanhamento de pacientes e idosos; Japão e Londres já mostraram interesse por uso de robôs na saúde. Entenda

Conheça Grace, a robô enfermeira que pode transformar os cuidados na saúde

Foto: Vaughn Ridley/Web Summit Rio

, jornalista da StartSe

6 min

24 mai 2023

Atualizado: 24 mai 2023

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Grace: esse é o nome da robô enfermeira criada para auxiliar em cuidados médicos a pacientes. Ela foi desenvolvida pela SingulariyNET e Awakening Health e marcou presença no Web Summit Rio.

Grace é uma robô humanoide. Ela não tem nacionalidade, mas poderia ser metade brasileira, já que parte de sua inteligência artificial tem sido desenvolvida no Brasil.

Apesar de poder ler os sinais vitais e medir a temperatura das pessoas, a expectativa é que a robô auxilie no cuidado cognitivo e faça companhia aos pacientes.

O objetivo não é substituir assistentes, enfermeiros ou outras profissões. No futuro, a indústria da saúde será reorganizada de várias formas e o toque humano sempre será importante. No entanto, alguns profissionais passam metade do tempo registrando informações médicas ao invés de prover esse contato”, disse Ben Goertzel, cientista cognitivo, especialista em inteligência artificial e CEO da SingularityNET, em palestra no Web Summit.

Ben Goertzel, CEO da SingularityNET, apresenta a robô enfermeira Grace no palco do Web Summit Rio 2023 (Foto: Vaughn Ridley/Web Summit Rio via Sportsfile)

Como a Grace irá ajudar pacientes?

De acordo com Goertzel, a robô poderá fazer companhia, ouvir histórias e auxiliar de forma terapêutica principalmente para pacientes em cuidado intensivo. Ela poderá realizar tarefas cotidianas e mais burocráticas, como registrar o pedido do jantar, por exemplo.

“A maioria dos pacientes ou pessoas idosas não conseguem ter uma enfermeira com eles a maior parte do tempo, certo? Então, ter um robô o tempo todo prevê de ter que ficar respondendo as mesmas perguntas sempre”, afirmou. Além disso, Grace pode ajudar em uma coleta diária de dados para acompanhamento do estado de saúde da pessoa assistida.

Grace é humanóide, o que pode ajudá-la na aceitação pelas pessoas, mas Goertzel diz que o software [a inteligência artificial] tem avançado mais rápido do que o hardware. A exibição no palco do Web Summit impressionou o público, mas seus movimentos ainda parecem limitados.

 

O mercado dos “robôs de cuidado”

No Japão

A ideia de ter robôs auxiliando no cuidado de pessoas pode causar estranhamento para muitos – e isso é natural. Mas a novidade é que isso já vem acontecendo, mesmo que em uma pequena escala.

Uma pesquisa da Bristol University revelou que, em 2021 no Japão, de 444 pessoas que recebiam cuidados em casa, 2% tinham robôs de auxílio. Outra pesquisa, agora de Stanford, revelou que, em 2016, cerca de 15% das casas de repouso no país adotaram o uso de robôs, mas os resultados deste uso ainda não estão claros.


O Japão possui grandes preocupações de como cuidar da população à medida que ela envelhece. O governo estima que haverá uma escassez de 370 mil enfermeiras e profissionais de cuidado para idosos até 2025. É por isso que os robôs parecem uma opção cada vez mais atraente.

Somado a isso, a própria pandemia de COVID-19 demonstrou que os robôs podem ajudar em momentos de crise, principalmente em momentos de isolamento social.

… E em Londres?

O Japão tem sido um exemplo para outros países, mesmo ainda estando em processo de validação do uso dos robôs na saúde.

Em maio deste ano, Steve Barclay, Secretário de Estado de Saúde do Reino Unido, disse que robôs e a inteligência artificial poderiam ser usados no cuidado com idosos também em Londres. Ele viajou para o Japão para visitar o Silver Wing Social Welfare Corp, uma casa de repouso que utiliza robôs humanoides e I.A para entreter e monitorar os residentes. O Pepper, robô criado pelo Softbank, é um dos robôs presentes no local.

Robô Pepper do Softbank (Foto: Alex Knight/Unsplash)

“Quando olhamos para as pressões que os departamentos de emergência frequentemente enfrentam, há espaço para fazer muito mais desde a casa de repouso, analisando quais cuidados podem ser prestados mais cedo e como a tecnologia pode desempenhar um papel nisso”, disse Barclay em entrevista ao The Telegraph.

POR QUE IMPORTA?

Nós já sabemos que a tecnologia e inovação estão transformando o mercado de trabalho (já existem listas das profissões que estão em declínio e as que vão prosperar até 2027). Agora, o questionamento é como a inteligência artificial irá transformar a nossa vida em sociedade, principalmente em um setor tão delicado quanto a saúde.

Existe uma necessidade no mercado, principalmente em países específicos, e inovações já estão sendo criadas para suprir esse espaço. Mas será que as pessoas aceitarão ser assistidas por robôs?

Além disso, se esse MVP for validado e usado em escala, outras necessidades surgirão: software de análise de dados e de conexão com instituições de saúde, centros de manutenção dos robôs e muito mais. Que continuemos observando os testes…

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Imagem de perfil do redator

Jornalista formada pela Faculdade Cásper Líbero. Apresenta o podcast Agora em 10 na StartSe e também atua na área de Comunidades na empresa. É especialista em inovação, tecnologia e negócios.

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