Certas decisões de negócios podem ir contra a corrente do mercado, mas devem estar em confluência com o desejo do público. Entenda a história do Grupo Avenida
, Jornalista
6 min
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7 abr 2023
•
Atualizado: 19 mai 2023
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O Grupo Avenida, dono das redes Lojas Avenida e Giovanna Calçados, planejou o primeiro bilhão para 2015, mas o desejo só se concretizou em 2022. Agora, eles pretendem chegar ao próximo bi mais rápido e adotaram uma medida pouco usual: abandonaram o e-commerce para focar nas lojas físicas.
Sim, um passo ousado e questionável em um mundo que caminha para o digital, mas que veio porque faz sentido para o público-alvo.
Eles, que são um dos líderes do varejo de confecção popular nas regiões Centro-Oeste e Norte, entenderam que o frete acabava adiando a compra, pesando muito no bolso do consumidor e tornando a operação inviável.
Quando a Pepkor adquiriu uma fatia societária em 2022, por R$ 1,1 bilhão, o Grupo sentiu a força de um novo olhar para o varejo, cuidando do nível do estoque, crescimento de vendas, de lojas e para as possibilidades que o Brasil oferece.
À época, o endividamento líquido estava em 2 vezes o resultado operacional. A dívida líquida estava em R$ 305 milhões, em dezembro de 2021. As despesas com juros eram responsáveis pelo prejuízo de R$ 17 milhões registrado no ano. Em 2020, a perda foi de R$ 51 milhões.
Para voltar a crescer, eles usaram o dinheiro em caixa para mudar o foco de alguns produtos e antecipar o pagamento de dívidas, encarando o momento delicado do mercado, analisando o que era preciso mudar.
O Grupo Avenida, que faz parte da holding sul-africana Pepkor, é atualmente a maior rede de moda da região Centro-Norte e uma das 10 maiores do Brasil. Fundada em 1978 pelo empresário Ailton Caseli, em Cuiabá, conta atualmente com 130 lojas espalhadas por 11 Estados brasileiros.
Agora, ela traça a meta de alcançar 300 lojas até 2027 e chegar em outras regiões do País.
O CEO da empresa, Rodrigo Caseli, diz em seu LinkedIn que “o foco na moda acessível e a expansão acelerada por todo o Brasil em cidades um pouco mais distantes dos grandes centros estão entre nossos principais objetivos.”
Com a alavancagem do novo sócio, o Avenida conseguiu se diferenciar de concorrentes endividados, refletindo sobre o papel do digital e das lojas físicas no varejo de moda popular. Neste caso, a loja física, dentro do contexto estratégico, se tornou um diferencial decisivo.
Entretanto, não tem como falar em moda popular sem citar a Shein. Além disso, vale dosar: com meios de pagamentos como o Pix parcelado, será que a medida segue válida por muito tempo? Com o crescimento, entra também a possibilidade de olhar para outras tecnologias, testar formatos e garantir o melhor ao público, claro.
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Jornalista focada em empreendedorismo, inovação e tecnologia. É formada em Jornalismo pela PUC-PR e pós-graduada em Antropologia Cultural pela mesma instituição. Tem passagem pela redação da Gazeta do Povo e atuou em projetos de inovação e educação com clientes como Itaú, Totvs e Sebrae.
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