Nascida em 2012, a plataforma virou unicórnio ao explorar o mercado corporativo, mas soube se reinventar durante a pandemia.
Logo Gympass (foto: divulgação/Gympass)
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Por Belisa Frangione
O Gympass nasceu como uma startup em 2012, com a proposta de ser uma grande porta de entrada para o universo das atividades físicas. Um de seus CEOs, César Carvalho, viajava muito a trabalho e tinha dificuldades para encontrar academias que oferecessem preços razoáveis e planos temporários.
Carvalho cursava um MBA na Harvard Business School (HBS) quando então resolveu avançar com a ideia de um benefício corporativo para atividades físicas que unisse empresas, academias e usuários finais.
Dois anos após a fundação em 2012, os empreendedores César Carvalho (CEO Global), Vinicius Ferriani e João Thayro ‘pivotaram’ o modelo de negócio para B2B (business to business), que corresponde a 95% da operação atual. Voltada para companhias com mais de 1 mil funcionários, o Gympass atende clientes como Unilever, Santander e P&G.
Em janeiro de 2019, o Gympass se transformou em unicórnio, com valor de mercado de US$ 1,1 bilhão, após uma rodada de investimentos liderada pelo Softbank. A empresa também conta com os fundos General Atlantic, Atomico e Valor Capital Group como investidores.
O Gympass é uma plataforma especial que conecta o usuário a uma rede dos principais parceiros de atividades físicas e bem-estar, como academias, nutricionistas, psicólogos e programas de treinamento e aulas coletivas ao vivo.
O cliente escolhe um plano entre as opções disponíveis e pode frequentar aulas de musculação, pilates, yoga, natação, lutas, danças e outras modalidades.
As grandes redes de academias esportivas são concorrentes do Gympass? Leandro Caldeira, CEO da empresa para a América Latina, respondeu entrevista à StartSe em 2019: “A relação é de ganha-ganha. Não competimos com as academias, porque levamos um mercado adicional para elas. Somos parceiros, pois viabilizamos que elas recebam um funcionário do Itaú, da Caixa, do SulAmérica, do McDonalds”.
O Gympass também reforça constantemente o investimento em tecnologia. Segundo Caldeira, as interfaces dos aplicativos dos setores de recursos humanos e do usuário final têm como objetivo a experiência dos melhores aplicativos do mundo. Outra aposta é o modelo de check-in via smartphone, que facilite a troca de informações sobre planos entre usuários e academias.
Outro aprimoramento frequente é o da Experiência do Usuário (UX), com investimento em Inteligência Artificial e Machine Learning. O Gympass abriu um tech hub de Inteligência Artificial nos Estados Unidos e comprou, em 2019, a Flaner, uma empresa portuguesa especializada em Machine Learning e Information Retrieval.
Durante a pandemia, o Gympass propôs um plano de ações para amparar os parceiros que dependiam de aulas presenciais. O auxílio incluiu o pagamento antecipado do repasse e a criação de uma plataforma que permitisse às academias a transmissão de aulas online e a remuneração por elas. Além disso, investir nas frentes de wellness e suporte para bem estar.
A startup tem ciência de que outras empresas tentam copiar a fórmula do Gympass para B2C (business to consumer) em formato de marketplace. No entanto, a observação é que todas as tentativas até então são falhas.
“Alguns negócios só redistribuem o valor existente numa cadeia. Nós pegamos algo que não é bom, melhoramos e todo mundo que participa extrai um pouco de valor. O nosso sucesso deixa dinheiro para todo mundo que participa. E a gente trouxe empresas gigantes para o jogo. Ninguém faz isso bem feito no mundo como nós”, destacou Leandro Caldeira.
A explicação mais sucinta é que não existe um concorrente direto no modelo de negócios do Gympass. Caldeira vislumbra que a competição ocorre dentro dos setores de recursos humanos contra outros benefícios já consolidados. “Nosso desafio é mostrar a necessidade de se investir em atividade física”, diz.
Na hora de negociar com o RH de uma empresa, para torná-la cliente do Gympass, Caldeira diz que os benefícios do Gympass estão formulados na tríade custo de saúde, absenteísmo e pedidos de demissão. O executivo afirma que as contratantes diminuem os gastos com o sinistro dos planos de saúde, têm profissionais que se ausentam menos devido à vida saudável engendrada pelas atividades físicas, gerando economia com horas extras, além da disposição do colaborador em permanecer na companhia.
Que resolver um problema que já existe, e é comum a muitas outras pessoas, também é empreender. Havendo uma questão a ser resolvida, vale pensar em uma solução e investir em uma tecnologia de forma a atingir um número considerável de clientes e parceiros.
A ajustar o desenvolvimento de uma empresa conforme surgem os obstáculos e aprimorar o modelo de negócio através do feedback de usuários e empresas parceiras.
Quando houver a possibilidade de expandir para outros estados ou países, faça sempre um estudo sobre o mercado e a cultura locais.
Nome: Gympass
Ano de fundação: 2012
Origem: Por uma ideia de um dos CEOs, que buscava uma forma de se exercitar em academias durante os intervalos em viagens de trabalho.
Valor de mercado: Superior a US$ 1 bilhão.
CEOs: César Carvalho (CEO Global), Leandro Caldeira (CEO América Latina) e Priscila Siqueira (CEO Brasil).
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