Inteligência artificial, laboratório portátil e novos modelos de planos de saúde são algumas das novidades que têm ganhado força no setor
Dispositivo da Hilab (Foto: divulgação blog Dispositivo da Hilab)
, jornalista
8 min
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26 out 2021
•
Atualizado: 19 mai 2023
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Por Sabrina Bezerra
Dispositivo que faz exame de sangue e dá resultado em minutos. Planos de saúde não tradicionais. Médico hacker. Telemedicina. As inovações na área da saúde são as mais diversas — e muitas impulsionadas pelas healthtechs.
Para você ter uma ideia, as startups de bem-estar e saúde estão em explosão. Elas ocupam o 2º lugar entre os 45 segmentos mapeados pela Abstartups (Associação Brasileira de Startups), segundo dados do StartupBase.
35% das healthtechs nasceram no ano passado. E faz sentido. A pandemia impulsionou a aceleração digital no mercado. Hoje, muitas dessas startups concorrem diretamente com grandes empresas da área da saúde.
Além disso, o setor tem sido marcado por inteligência artificial e machine learning. Essas inovações estão transformando as competências dos profissionais da saúde. Seria o médico hacker o profissional do futuro?
Exame de sangue em minutos? Se depender de startups como a Hi Technologies, conhecida como Hilab, sim e deve ser comum em 2022.
Como funciona? O equipamento portátil usa algumas gotas de sangue do dedo do paciente. Depois, essas gotas de sangue são inseridas no dispositivo que, ao usar a combinação de diversas tecnologias como internet das coisas e inteligência artificial, fornece o resultado dos exames em até 30 minutos.
O dispositivo faz mais de 30 exames de sangue ― incluindo teste da covid-19 ― em minutos. Em breve, hemograma entrará na lista. A novidade foi contada em exclusividade à StartSe por Marcus Figueredo, fundador da startup.
Segundo Figueredo, o objetivo da empresa é “democratizar o acesso a saúde”. “O que nos move todos os dias é a vontade de viver e ter saúde, e isso se tornou a missão de toda a healthtech”, diz.
Parece que os planos de saúde tradicionais vão ficar no passado. Para 2022, as startups prometem revolucionar o setor. Como? Com oferta de serviços como saúde primária, atendimento por meio de mensagem e telemedicina.
A Alice é uma das healthtechs que estão trazendo mudanças. “A nossa ambição é ser o melhor sistema de saúde do Brasil, e esse sistema torna as pessoas mais saudáveis”, afirma Guilherme Azevedo, fundador da Alice.
Mas por quê? A startup atua na atenção primária à saúde. Na prática, o modelo de negócio funciona assim: os pacientes têm um time de saúde que os acompanha ao longo da vida. É formado por um médico, um nutricionista, um enfermeiro e um preparador físico. “São pessoas que estão acompanhando a jornada dessas pessoas”, conta Azevedo.
A telemedicina deve continuar em bom ritmo. E como funciona? Por meio da tecnologia digital, é possível oferecer assistência médica, como atendimento online, clínicas, hospitais e profissionais da área. Além disso, é possível monitorar pacientes, analisar exames e trocar informações médicas. Veja aqui as empresas que atuam no segmento.
O modelo ganhou força com a chegada da pandemia de coronavírus. Para você ter uma ideia, aqui no Brasil, entre 2020 e 2021 foram realizadas cerca de 7,5 milhões de consultas online, segundo a Saúde Digital Brasil. Sendo 87% a primeira consulta.
As empresas do setor tiveram de se adaptar ao novo comportamento. Foi o caso do dr.consulta. A rede de centros médicos implementou a modalidade no período de 9 dias. “A gente apostou em telemedicina para dar uma resposta rápida para a pandemia”, afirma Guilherme Kato, CTO no dr.consulta.
E como a empresa decidiu agir rapidamente? Qual é o segredo para buscar a inovação? Por meio de análises. “A cultura de dados é uma das nossas maiores fortalezas”, conta Kato. No dr.consulta, a gente tem uma democratização de dados muito forte. Algoritmos e estudos são feitos o tempo inteiro por outras áreas, não só a de tecnologia, mas a área médica, RH, líderes de centros médicos olham e analisam se o processo está adequado", conta.
Algoritmos serão cada vez mais presentes no setor da saúde. “No diagnóstico em saúde, a evolução mais notável que tem sido observada é o uso de Machine Learning para diagnóstico de imagens, especialmente imagens radiológicas e dermatológicas, que se utilizam do reconhecimento de padrões para inferir diagnósticos”, disse Eduardo Cardoso de Moura, médico, cofundador da PEBMED.
Dito isso, fica a pergunta: médicos devem ser hackers, então? Não. Mas precisarão entender de dados. Isso porque, estima-se que entre 10% e 15% dos diagnósticos firmados são incorretos, segundo apresentação Moura. Logo, a inovação chega para reduzir esses erros.
Na prática, a tecnologia vai agir no raciocínio clínico, e o médico no resultado e contato humano com os pacientes. A “tecnologia pode ser aplicada em qualquer ponto do raciocínio clínico. (…) Isso vai permitir que o médico faça o que ele faz de melhor: contato humano. Algo que a máquina não consegue fazer”, diz Moura.
Mas o que é raciocínio clínico? “É o processo a partir do qual o profissional da saúde interage com seu paciente, coletando informações, gerando e testando hipóteses, e determinando o diagnóstico e tratamento ótimos com base nas informações coletadas”, afirma o especialista durante a apresentação.
+ Neste artigo explicamos sobre as novas competências dos profissionais de saúde
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Sabrina Bezerra, head de conteúdo na StartSe, possui mais de 13 anos de experiência em comunicação, com passagem por veículos como Pequenas Empresas & Grandes Negócios e Época Negócios, ambos da Editora Globo.
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