Mostrando que o momento atual das startups é de oportunidade, B3 aposta em Venture Capital e estrutura fundo de R$ 600 milhões. Entenda o movimento.
hora-de-parar-a-bolsa-acha-que-nao-investe-em-startups (Foto: B3/Divulgação).
, Head de Conteúdo na Captable
6 min
•
16 mai 2022
•
Atualizado: 19 mai 2023
newsletter
Start Seu dia:
A Newsletter do AGORA!
Por Victor Marques, da CapTable Brasil.
A Bolsa de Valores brasileira, a B3, vai entrar no Corporate Venture e anunciou a estruturação de um fundo de investimento de R$ 600 milhões para investir em startups. Pode parecer estranho um player, que opera um mercado organizado de compra e venda de ações de companhias públicas, decidir investir em um estágio antes da chegada delas na Bolsa de Valores.
Mas, para quem entende, é fácil compreender que a chegada de novos negócios, novos IPOs e mais startups na Bolsa dependem, também, de investimentos. Certamente o objetivo da B3 é lucrar com o fundo, mas o movimento também garante proximidade com o ecossistema de inovação – que cada vez mais tem optado por abrir capital em bolsas de valores internacionais – como foi o caso do Nubank, embora opere BDRs na Bolsa brasileira, e Inter que recentemente anunciou a migração das negociações para a Nasdaq.
Sinais de aproximação da B3 com negócios da Nova Economia não faltam: para facilitar a adesão ao Open Insurance, por exemplo, a B3 lançou uma plataforma para servir como infraestrutura do mercado e gerenciar o tráfego de dados entre as empresas – desenvolvida em parceria com a Finansystech, startup pioneira do Open Finance.
Das parcerias ao investimento, a B3 deve começar a trilhar um caminho cada vez mais próximo das startups. O momento para começar a investir em Venture Capital também pode trazer questionamentos, afinal o mercado está sofrendo com reduções de investimentos e ondas de demissões em startups consolidadas, mas, como disseram ex-executivos de grandes fundos, o momento é de oportunidade – e a Bolsa brasileira concorda com eles.
A estratégia da Bolsa de Valores, além de atrair inovação, é se antecipar a possíveis disrupções no seu negócio: assim como investidores optam por investir parte de seu capital em startups para proteger ativos de sua carteira de ações que eventualmente sofram pressão de uma startup – como por exemplo alguém que investe no Itaú e investe em uma fintech de capital fechado ao mesmo tempo, por entender que a fintech pode conquistar mercado do banco tradicional.
Por isso, a L4 Ventures buscará investir em empresas que complementar ou tragam inovação ao negócio central da Bolsa de Valores, em segmentos próximos, como energia, carbono, tokenização de ativos, finanças descentralizadas, soluções para neobanks, crowdfunding, fintechs e pagamentos.
O fundo deverá realizar investimentos com duração de 5 anos e não há tíquete mínimo definido por aporte ou quantidade de startups que receberão investimento – mas há valor máximo: a Bolsa não deve aportar mais de 20% do fundo em um mesmo negócio e quer realizar follow-ons em negócios que julgar apropriados.
O limite é uma maneira da B3 seguir uma recomendação que serve para o mercado de ações e de startups: diversificar – ao dividir o montante do fundo em diversas startups, reduz o risco do investimento e aumenta as chances de aportar em negócios com crescimento acelerado.
A intenção da Bolsa brasileira é disruptar a si mesma: não cair no conformismo de acreditar que seus processos conhecidos e comprovados permanecerão os mesmos para sempre – o investimento na Nova Economia é uma maneira de aumentar as chances de inovar. O setor financeiro fica cada vez mais disputado e a B3 entende que é preciso estar preparada para mudar: se for necessário migrar todo o negócio para o que é novo, será feito.
O movimento da B3 é mais um que demonstra a confiança de players de diferentes tipos nos investimentos em Venture Capital, segundo o gestor do fundo, Pedro Meduna o timing é ideal para investir em startups, com menos investidores competindo, será possível fechar negócios mais vantajosos e negociar com mais calma os aportes.
Quer saber antes sobre startups inovadoras e ter a chance de ser sócio desses negócios com crescimento acelerado? Conheça a CapTable, a plataforma de investimento em startups da StartSe. Para ficar sabendo em primeira mão de novas oportunidades e entrar na Nova Economia em 2022, participe do grupo exclusivo do Telegram para avisos de novas captações!
Gostou deste conteúdo? Deixa que a gente te avisa quando surgirem assuntos relacionados!
Assuntos relacionados
, Head de Conteúdo na Captable
Victor Marques é Head de Conteúdo na Captable, maior hub de investimentos em startups do Brasil, que conecta seus mais de 7000 investidores a empreendedores com negócios inovadores. Escreve há mais de dois anos sobre inovação. Formado em Letras e Mestre em Linguística pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS).
Leia o próximo artigo
newsletter
Start Seu dia:
A Newsletter do AGORA!