Pesquisa mostra que é possível analisar padrões de saúde mental em medições simples como um termômetro: analisando a voz
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5 min
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13 jun 2022
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Atualizado: 19 mai 2023
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Por Camila Petry Feiler
A discussão sobre saúde mental vem se ampliando na sociedade e nas empresa, muito catalisado pelos movimentos gerados pela pandemia -- claro, a gente sabe que não começou aí. A questão é que agora é possível contar com uma mãozinha da Inteligência Artificial no monitoramento da saúde mental de forma simples. A perspectiva é contar com esse meio para diagnósticos mais certeiros e também encaminhamentos melhores -- assim o paciente encontra um caminho com menos sofrimento para lidar com as questões.
Primeiro, porque o uso de IA hoje está ainda muito voltado a aplicações mais práticas, como no uso de chatbots, automações, onde os computadores podem ser treinados para realizar tarefas específicas, processando grandes quantidades de dados e reconhecendo padrões nesses dados.
Agora, um aplicativo desenvolvido por universidades da Califórnia acertou em 78% os diagnósticos clínicos de saúde mental e tudo isso só de ouvir a voz da pessoa. A partir de gravações de voz curtas, o uso de algoritmos de aprendizagem profunda pode descobrir padrões e características adicionais que não são evidentes nem mesmo para especialistas capacitados.
Os pesquisadores indicam que as formas de análise e diagnóstico hoje são muito subjetivas, então seguem rastreando também variações nos níveis de atividade, padrões de sono e dados de rede social -- tudo possivelmente mensurável.
A proposta dos cientistas da Califórnia é que a IA possa aumentar a capacidade de análise de trajetórias individuais para apoiar um tratamento clínico mais proativo, além de melhorar o entendimento dos processos biológicos que provocam os padrões temporais.
Saúde mental virou termo de praxe também dentro das organizações e não é à toa: segundo a Organização Mundial de Saúde, os transtornos mentais comuns acometem 30% dos trabalhadores ocupados e serão a principal causa de incapacidade até 2020. Além disso, são a terceira causa de benefício previdenciário auxílio-doença no Brasil.
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E é aí que entra a inteligência artificial, sabe porque? Um estudo da Oracle e Workplace Intelligence apontou que quando se trata de IA, 87% dos brasileiros afirmam que as soluções de inteligência artificial são imprescindíveis para o monitoramento de bem-estar e 64% preferem interagir com um robô ao superior imediato quando o assunto é estresse e ansiedade.
Um exemplo é o aplicativo Ivi, desenvolvido pela healthtech Hisnek, que usa IA com foco na prevenção, agindo antes mesmo dos transtornos emocionais se agravarem. A solução já impacta mais de 1,7 milhão de vidas, em diversas organizações nacionais. Além de apoiar os colaboradores, o aplicativo também envolve o RH, enviando relatórios com os monitoramentos.
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Também existem aplicativos como o Mental Fitness, da Sonde Health, que diz se os sentimentos de mal-estar são sinal de algo sério ou se é um desânimo passageiro, e o StressWaves Test, uma ferramenta online gratuita, desenvolvida em colaboração com a especialista em IA Ellipsis Health, para avaliar os níveis de estresse usando amostras de 60 segundos de fala gravada.
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Jornalista focada em empreendedorismo, inovação e tecnologia. É formada em Jornalismo pela PUC-PR e pós-graduada em Antropologia Cultural pela mesma instituição. Tem passagem pela redação da Gazeta do Povo e atuou em projetos de inovação e educação com clientes como Itaú, Totvs e Sebrae.
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