Inspirada pela palestra do Cristiano Kruel, CIO da StartSe, no RH Leadership Xperience 2025, a colunista Daniele Avelino reflete sobre o impacto da inteligência artificial e inteligência humana no futuro do trabalho.
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7 min
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28 mai 2025
•
Atualizado: 28 mai 2025
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Durante muito tempo, fomos ensinados que o futuro seria moldado pela tecnologia. Estávamos certos — mas apenas em parte.
O que não nos contaram com clareza é que esse mesmo avanço tecnológico viria acompanhado de uma pressão silenciosa (e poderosa): a exigência por uma nova forma de inteligência. Uma inteligência que vá além da capacidade computacional, que saiba navegar com leveza pelas complexidades humanas. Uma inteligência que una o melhor dos dois mundos: a lógica das máquinas e a sensibilidade das pessoas.
E foi exatamente isso que uma simples equação, vista recentemente no RH Leadership Experience da Startse, na palestra do Cristiano Kruel me revelou com força simbólica:
IA + IH = IE
Inteligência Artificial + Inteligência Humana = Inteligência Exponencial
Essa não é apenas uma soma elegante. É um manifesto. Uma convocação. Um novo código de conduta para líderes, profissionais e empresas que desejam não apenas sobreviver, mas prosperar em um mundo cada vez mais veloz e volátil.
A Inteligência Artificial está transformando tudo — dos algoritmos que preveem nosso comportamento aos robôs que automatizam tarefas em segundos. Mas, por si só, ela é fria. Ela calcula, mas não interpreta emoções. Ela responde, mas não sente.
É aí que entra a Inteligência Humana, com sua complexidade emocional, criatividade, senso ético e capacidade de tomar decisões sensíveis em contextos ambíguos.
Quando essas duas inteligências operam em harmonia, nasce a Inteligência Exponencial: um novo patamar de atuação, onde os dados servem à empatia, a automação libera tempo para o afeto, e a inovação acontece com propósito.
A verdade é simples: o mundo do trabalho não vai desacelerar para que a gente acompanhe. Quem não se atualiza, se torna irrelevante — e rápido. A lógica da educação linear, onde estudamos no início da vida para depois “aplicar”, não dá mais conta.
Hoje, o profissional do futuro é aquele que aprende o tempo todo, em todos os lugares, com todos os meios. Cursos, mentorias, comunidades digitais, testes práticos, soft skills, inteligência emocional... tudo conta. Tudo é necessário.
Essa urgência da requalificação não é apenas técnica — ela também é emocional e relacional. Afinal, como manter a saúde mental quando a sensação de obsolescência é constante?
Nunca estivemos tão conectados — e tão esgotados. A aceleração digital trouxe ganhos extraordinários, mas também desencadeou um novo tipo de ansiedade: a de não conseguir acompanhar. Cortes baseados em dashboards impessoais, metas agressivas alimentadas por inteligência artificial, vigilância de performance em tempo real… tudo isso gera um ambiente de insegurança emocional silenciosa — mas devastadora.
É por isso que o futuro do trabalho exige, acima de tudo, lideranças conscientes. Gente que entenda que alta performance sem cuidado é só uma bomba-relógio. Gente que saiba usar a tecnologia como alavanca, não como armadilha.
A Inteligência Exponencial não é um destino final, nem uma certificação para exibir no LinkedIn. É uma postura. Uma filosofia de vida e trabalho.
Ela nos convida a compartilhar a chama, como diz um antigo provérbio chinês:
“Se você está em uma sala escura com outra pessoa e tem uma vela acesa, compartilhe a chama. A sala ficará mais clara para os dois.”
Essa metáfora explica exatamente o tipo de colaboração que precisamos cultivar nas organizações: cruzar conhecimentos entre gerações, misturar saberes de diferentes áreas, trocar aprendizados reais com quem vive o desafio na pele. Só assim criamos ambientes onde o humano floresce — e a tecnologia realmente serve e por isso a diversidade aqui é importante!
Um futuro onde empresas não são apenas mais eficientes — são mais conscientes. Onde as lideranças não se medem apenas por resultados — mas por impacto humano.
No fim das contas, a inteligência exponencial é uma decisão.
Uma escolha diária por não abrir mão daquilo que nos torna únicos: a nossa humanidade.
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Você pode ser a vela acesa que faltava para clarear a sala de alguém.
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LinkedIn Top Voices 2021 na Área de Carreiras. Especialista em Recursos Humanos e Diversidade e Inclusão. É palestrante, mentora, consultora de desenvolvimento focado em Diversidade.
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