Empresa de delivery não poderá assinar mais contratos exclusivos com redes que tenham mais de 30 lojas. E mais: saiba como surgiu, a atuação e o modelo de gestão adotado pela empresa líder de entregas de alimentos da América Latina.
Entregador do iFood (foto: reprodução iFood)
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10 min
•
9 mar 2021
•
Atualizado: 19 mai 2023
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Por Belisa Frangione, com redação StartSe
O iFood perdeu contratos de exclusividade com restaurantes. Isso significa que a empresa de delivery não poderá assinar mais contratos exclusivos com redes que tenham mais de 30 lojas. Essa restrição foi firmada em um acordo com o CADE (Conselho Administrativo de Defesa Econômica).
Além disso, os contratos não poderão ter duração de mais de dois anos. O motivo é evitar competição desleal pelos concorrentes.
Para você ter uma noção, cerca de 25% das vendas do iFood vem de vendas ligadas aos restaurantes exclusivos do app.
O acordo é uma boa notícia para os concorrentes. No caso do Rappi, por exemplo, abre margem para investir mais no país. Agora, conheça a história do iFood:
A jornada de sucesso do iFood começou em 2011 e longe do mundo digital. Com o nome de Disk Cook, tratava-se de um guia impresso de cardápios e o cliente fazia o pedido por meio de uma central telefônica. Já no ano seguinte, foram lançados o aplicativo e o site.
A união entre alimentação e tecnologia chamou a atenção de investidores. O primeiro foi de US$ 3,1 milhões da Warehouse, mas foi a incorporação de outras startups que auxiliou na capilaridade regional no Brasil, além do reforço de mais funcionários e empreendedores para dentro da plataforma.
Uma das maiores fusões foi com o Restaurante Web, do Grupo Just Eat, que se tornou um dos principais acionistas do iFood junto à Movile. A Movile realizou o primeiro investimento no iFood em 2013, trazendo-a para seu portfólio de empresas.
Em 2014, o iFood adquiriu a startup do Vale do Silício SpoonRocket e começou a apostar em logística, um dos pilares de seu negócio. As aquisições continuaram em 2016, com foco na América Latina, e nos anos seguintes – a exemplo da compra da mexicana Sindelantal, da Pedidos Já, Apetitar, entre outras.
O iFood é uma empresa brasileira que aproxima clientes, restaurantes e entregadores de forma simples e intuitiva.
Em termos práticos, seu aplicativo permite pedir refeições ou efetuar compras de supermercados em estabelecimentos próximos, sem a necessidade de efetuar ligações telefônicas e com a opção de cadastrar um cartão de crédito para efetuar o pagamento diretamente no app.
Pelas soluções que agregam conforto ao consumidor, agilidade aos estabelecimentos parceiros e oportunidades de negócio. O iFood implementou um modal de entregas inédito, através de bikes e patinetes elétricos, e disponibilizou pagamento por meio de QR Code via aplicativo.
Desde 2019, a empresa também passou a ser uma intermediadora, realizando o serviço de entrega para empresas que não desejam operar a sua própria logística. No mesmo ano, disponibilizou a função “PraRetirar”, em que os clientes podem fazer o pedido e retirá-lo diretamente nos restaurantes habilitados, com o objetivo de retirar a taxa de entrega e diminuir as potenciais filas nos locais.
O iFood tem equipes autônomas que trabalham para rapidamente construir e testar novas ideias. Essas equipes são chamadas de jet skis e são formadas por times multidisciplinares, de quatro a seis funcionários, de diferentes origens, incluindo líderes de unidades de negócios, gerentes de produto e uma equipe dedicada de engenheiros de software.
A companhia segue investindo em iniciativas de pagamento, logística (como em veículos elétricos) e inteligência artificial para se tornar mais eficiente a todos os seus clientes – entregadores, consumidores e restaurantes. Em 2018, a empresa se tornou um unicórnio, alcançando o valor de mercado de US$ 1 bilhão.
Como toda grande empresa, o iFood possui um código de ética onde expõe sua missão, o procedimento para tomadas de decisões e sua cultura.
A Cultura I’m a Lover do iFood é pautada pelos seguintes valores:
Inovação - Fome de disrupção, de inteligência artificial e de fazer diferente.
Meritocracia - Reconhecimento e valorização da carreira baseada em mérito, entrega e potencial. Sem vieses, nem favorecimentos.
All Together - Juntos, colaborando, com diversidade de pessoas e ideias.
Empreendedorismo - Agir como donos. Resolver problemas de forma simples e rápida.
Resultados - Ser pessoas obcecadas por resultados e buscar alta performance, com máxima excelência operacional.
Periodicamente treina seus colaboradores, principalmente a liderança. Informa ainda que em seus processos de seleção e contratação, focam apenas na experiência e aptidão pessoal.
A empresa prega que “se uma orientação, documento interno ou até mesmo um dos princípios do código de ética e conduta foi (ou está prestes a ser) violado, é nossa responsabilidade comunicar imediatamente a situação por meio do canal mais apropriado”.
Além do time de Compliance, o iFood possui uma linha de atendimento 24 horas e mantém um site, o canaldeintegridade.com.br/ifood, que também funciona como um canal de denúncias. O colaborador consegue registrar a ocorrência por meio de um formulário.
A empresa contornou o problema da inadimplência fornecendo um novo método de pagamento, direto pelo aplicativo, no qual o iFood já retira sua parte e realiza o repasse aos restaurantes.
Investiu em comunicação para afirmar que o delivery é seguro e reduziu a comissão em 20% para mais de 130 mil restaurantes no país.
Para os entregadores que acreditarem estar com sintomas de Covid-19, o iFood paga um auxílio para ficar em casa. Os que são do grupo de risco já foram afastados, mas continuam recebendo remuneração.
Nome: iFood
Ano de fundação: 2011
Setor: Delivery de Comida e Mercado
Origem: Fundado em São Paulo pelos sócios Patrick Sigrist, Eduardo Baer, Guilherme Bonifácio e Felipe Fioravante, como um cardápio digital de nome Disk Cook e recebia pedidos por telefone
Valor de mercado: Superior a US$ 1 bilhão
CEO: Fabrício Bloisi
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