Robôs autônomos, drones, bicicletas e motos elétricos: conheça os novos modais que são a aposta do presente e do futuro do iFood
, jornalista da StartSe
7 min
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1 abr 2021
•
Atualizado: 19 mai 2023
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Por Tainá Freitas
Nesta Páscoa, clientes do iFood de um condomínio de Ribeirão Preto receberam seus ovos de chocolate de uma entregadora diferente: a robô autônoma Ada. Já nas ruas, entregadores da plataforma podem contar com modais como bicicleta e patinete elétricos e, em breve, motos elétricas. Em rotas específicas, há espaço até mesmo para testes com drones.
Essas iniciativas fazem parte da meta do iFood de entregar 50% dos pedidos por modais não poluentes em até cinco anos. Recentemente, a startup lançou o iFood Regenera, que também reforça o compromisso da companhia em se tornar neutra na emissão de carbono até 2025.
Contudo, quando falamos sobre modais elétricos, o benefício não é apenas em sustentabilidade, mas em logística. Em cada trajeto, os entregadores são escolhidos de acordo com o modal utilizado e caminho a ser percorrido em uma combinação calculada pela inteligência artificial da própria plataforma.
“A otimização da logística pela inteligência artificial traz ganhos para toda a cadeia -- clientes, restaurantes e entregadores”, explica Fernando Martins, líder de inovação do iFood, em entrevista à StartSe. “Nós conseguimos reduzir em 50% o tempo ocioso dos entregadores, trazendo mais pedidos dentro do período de tempo em que estão disponíveis”. O uso de motocicleta é melhor para trajetos mais longos, ao mesmo tempo em que o uso do patinete elétrico é mais indicado em distâncias de 500 metros a 2 km, por exemplo.
Para a companhia, não resta dúvida de que os modais elétricos são o caminho a ser seguido a médio e longo prazo. “A área de inovação está investindo tempo e dinheiro nisso. Acreditamos que esse não é mais o futuro, mas o presente. Com esses modais, vamos resolver alguns dos desafios da jornada dos pedidos”, conta o líder e especialista em logística.
O robô autônomo do iFood foi apelidado de “Ada” em homenagem à Ada Lovelace, matemática conhecida por ter escrito o primeiro algoritmo lido por uma máquina. O modal está sendo construído em parceria com a startup brasileira-canadense Synkar.
“Nós chegamos a trazer parceiros do exterior para fazer estudos de terreno e mapa, mas entendemos que a Synkar estava no mesmo patamar que as empresas internacionais e que poderíamos construir o robô à quatro mãos”, explica Martins.
O robô está sendo planejado para atuar em ambientes controlados, como condomínios e shoppings. No teste realizado nesta Páscoa, o robô levou o ovo de chocolate do interior do shopping Iguatemi Ribeirão Preto ao entregador; depois, ao chegar no condomínio de entrega, o produto foi enviado por outro robô até a casa dos clientes.
“O robô possui uma inteligência artificial que mapeia cada metro percorrido. Calculamos como ele percorre de ponto A ao ponto B de forma automatizada, no menor tempo e esforço de bateria, no caminho mais eficiente”, explica.
Nas entregas com o robô, os clientes e a plataforma conseguem saber o minuto exato em que uma entrega irá acontecer, o que melhora a experiência do delivery. Em tempos de pandemia, a Ada conta ainda com desinfecção de objetos por raios UV-C, eficaz contra a COVID-19.
Os testes de entregas via drones estão sendo realizados em rotas específicas na cidade de Campinas, em São Paulo. A companhia conseguiu a liberação da ANAC e DECEA, órgãos reguladores do espaço aéreo brasileiro, para pilotagem em duas rotas. Uma delas, de 400 metros, é do terreno do shopping Iguatemi Campinas até um iFood Hub, estabelecimento da empresa que roteiriza entregas.
Em um futuro próximo, os pedidos via drones não serão entregues diretamente na janela da casa dos clientes. De acordo com a legislação brasileira, há rotas pré-definidas que devem ser seguidas e a partida e chegada dos dispositivos devem acontecer em espaços determinados.
“Somos super otimistas que vamos caminhar para um nível de segurança nesse sentido. Desde o início do ano, já realizamos 300 voos com pedidos reais”, comenta Martins. Atualmente, os testes estão parados devido ao momento crítico da pandemia. A expectativa é de que uma rota percorrida nas ruas de 12 a 15 minutos seja realizada até 4,5 minutos com os drones.
Nos testes, os dispositivos são programados para percorrerem as distâncias de forma autônoma, embora haja pilotos de segurança a postos para assumirem o controle se necessário. A experimentação com drones do iFood é feita em parceria com a startup brasileira Speedbird.
Em outubro de 2020, o iFood colocou em prática o iFood Pedal. Nesta iniciativa, entregadores podem alugar bicicletas elétricas (e as convencionais) da Tembici por um valor competitivo.
Os entregadores podem escolher planos mensais, semanais e de finais de semana em pontos específicos de São Paulo ou do Rio de Janeiro. A companhia oferece pontos de apoio próximos ao metrô para que os profissionais retirem e devolvam as bicicletas. Os locais também passam a ser ponto de parada, pois oferecem banheiro, café e água à vontade, tomadas para carregamento de celular, microondas e copa, bem como máscaras e álcool em gel.
Quem aluga as bikes do iFood Pedal também recebe um curso sobre segurança de trânsito, cuidados na pandemia, como funcionam os equipamentos, atendimento ao cliente, entre outros. De acordo com uma pesquisa da empresa, 25% dos entregadores acreditam que a bicicleta elétrica traz mais eficiência nas rotas.
“Com o aluguel das bikes, o entregador pode usar o transporte público, sem a necessidade de sair pedalando da casa dele. Se ele não está em uma região de alta densidade de pedidos, pode ir até uma que é, devolver a bicicleta ao término e retornar para a próxima atividade ou para casa”, afirma Fernando Martins.
A parceria mais recente do iFood no setor de modais elétricos é com a startup brasileira Voltz. A companhia oferece motocicletas e scooters elétricas que podem ser recarregadas na tomada.
A princípio, nos testes que terão início em abril, serão disponibilizados 30 veículos. A empresa pretende oferecer financiamento aos profissionais que queiram adquirir as motocicletas elétricas. A expectativa é de oferecer 12 mil scooters elétricas em 12 meses.
Os modelos são do tipo “Work”, com velocidade máxima é de 85 km/h e autonomia é 240 km, maior do que nos outros tipos oferecidos pela Voltz. A recarga das duas baterias utilizadas no veículo leva em torno de seis horas. “A aquisição da moto elétrica já é uma realidade, o custo é muito próximo de uma versão à combustão”, explica Martins.
Além do custo, a iniciativa contribui diretamente para o projeto Regenera, que irá nortear o iFood nos próximos anos. A iniciativa terá impacto desde o uso de plástico pelos restaurantes ao combustível utilizado no trajeto percorrido pelos entregadores para levar as refeições até cada cliente.
Atualmente, a companhia recebe cerca de 48 milhões de pedidos por mês, um aumento de mais de 50% desde março de 2020.
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Jornalista formada pela Faculdade Cásper Líbero. Apresenta o podcast Agora em 10 na StartSe e também atua na área de Comunidades na empresa. É especialista em inovação, tecnologia e negócios.
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