Saiba como é feito o incentivo à transformação digital da indústria em países como Estados Unidos, China, Alemanha e Brasil.
Engenheiro asiático em fábrica (foto: Getty)
, Palestrante e Mentor de Vendas B2B
7 min
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22 jun 2021
•
Atualizado: 25 mai 2023
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Percebendo a necessidade e a importância da transformação digital, indústrias do mundo inteiro começaram a investir em tecnologias que, hoje, englobam a Indústria 4.0.
As nações mais desenvolvidas, entretanto, por terem maior capacidade de investimento, se destacam na corrida desenvolvimentista. Tal vantagem conquistada pelas potências mundiais, sem dúvida, foi viabilizada também pela situação de estabilidade político-econômica e pela presença de estruturas fabris básicas para a implementação de novas tecnologias.
Porém, para que a Indústria 4.0 de fato se desenvolva e se torne uma realidade, é preciso que haja um incentivo mais estruturado nesse sentido. Por isso, alguns países já lançaram programas governamentais voltados para o desenvolvimento da Indústria 4.0, inclusive o Brasil. Confira, abaixo, as estratégias digitais adotadas pelas principais economias para se inserirem nesta nova era:
O programa brasileiro de incentivo à indústria 4.0 se chama “Agenda Brasileira para a Indústria 4.0”. Esse programa foi iniciativa do Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviço e foi lançado oficialmente em 2018 no Fórum Econômico Mundial da América Latina e que tem como primeiro objetivo divulgar a Indústria 4.0 e a importância das indústrias aderirem aos seus preceitos o mais rápido possível.
O financiamento do programa vem do BNDES, que estimou um investimento de cerca de R$ 1 bilhão em 2019 e R$ 2,5 bilhões em 2020, mas também de instituições como a Finep (Empresa Brasileira de Inovação e Pesquisa). Os investimentos estimados podem sempre variar de acordo com o interesse das instituições no programa e na economia do país. É quase certo que o impacto econômico do Coronavirus tenha impactado parte do financiamento que seria enviado para o programa de incentivo à Indústria 4.0. No entanto, fica claro também como uma indústria mais conectada estaria menos suscetível a impactos profundos em uma crise inesperada como essa.
O programa de incentivo à Indústria 4.0 na Alemanha foi lançado anos antes do Brasil, em 2011. Há muito tempo, o país é considerado pioneiro em muitas tecnologias de ponta. Isso porque o governo alemão busca continuamente estimular a indústria de ponta, incentivando a parceria com universidades e instituições de pesquisa e indústrias.
O programa alemão se chama “A Indústria 4.0” e faz parte de uma estratégia do governo para manter o pioneirismo e impulsionar a competitividade da indústria alemã.
O programa de incentivo à Indústria 4.0 nos Estados Unidos também foi lançado antes do Brasil, em 2012. O programa estadunidense se chama “Plano Nacional Estratégico de Manufatura Avançada”. A sugestão do programa é priorizar os investimentos do governo federal em tecnologias, tendo como critérios, assim como no caso do programa alemão, a competitividade da indústria americana, mas também demanda nacional e internacional. O programa foi lançado principalmente diante do aumento da concorrência global em relação às tecnologias de ponta.
A China é um dos países cujo desenvolvimento industrial e a importância de sua indústria globalmente mais têm crescido nos últimos anos. Para estimular a competitividade da indústria chinesa mundialmente, o governo chinês, através do Ministério da Indústria e Tecnologia, lançou o Programa “Made in China 2025”. O programa, oficialmente lançado em 2015, e que voltou aos holofotes mais recentemente foi, em grande parte, inspirado pelo programa alemão de incentivo à Indústria 4.0 e o objetivo é caminhar na construção de uma indústria de fato inovadora e sustentada em tecnologia, seguindo o caminho de países como a Alemanha e o Japão.
Enquanto que outros países estão em processo de adaptação para implementar a indústria 4.0, o Japão já expõe em seu relatório Growth Stratregy (2017) a visualização de um novo modelo de desenvolvimento tecnológico, com a compreensão de que tudo está conectado e que a sociedade terá que ser adaptável, a Sociedade 5.0. A partir de dados divulgados pelo IEDI (2017), desde 2015 o governo japonês tem adotado uma política proativa, voltada à aceleração da nova revolução 4.0, objetivando ampliar seu papel competitivo no cenário mundial e gerar novos mercados para a indústria manufatureira nas áreas da saúde, agricultura e transporte.
A quarta revolução industrial já é uma realidade e a Indústria 4.0 está possibilitando avanços em diversos campos e contribuindo para o desenvolvimento dos países. Para tanto, como visto durante este trabalho, é necessário que haja uma força conjunta entre os atores sociais (Estado, mercado/indústrias/empresas e sociedade civil) de modo a definir estratégias, planos e metas que busquem a melhor forma de destinar recursos a investimentos nas áreas de inovação e tecnologia.
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Executivo e autor de 2 e-books sobre indústria 4.0: "Como a indústria 4.0 tem revolucionado o século XXI" e "Como desmistificar a indústria 4.0 e aplicá-la ao seu negócio".
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