Nós reunimos as quatro inovações que irão impactar no setor do agronegócio e tecnologia; confira
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8 min
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20 out 2021
•
Atualizado: 19 mai 2023
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Por Sabrina Bezerra e Tainá Freitas
Você sabia que 931 milhões de toneladas de alimentos são desperdiçadas no mundo? A maioria acontece por causa do Food Loss (itens perdidos desde o campo até o armazenamento) e do Food Waste (desperdício ao final da cadeia alimentar: em casas e supermercados).
Isso acontece em um cenário em que 690 milhões de pessoas passam fome. E esse número pode crescer ainda mais. Isso porque, até 2050 seremos cerca de 9 bilhões no mundo e, uma das preocupações da ONU é como alimentar tanta gente.
A resposta, segundo empreendedores e especialistas em agronegócio, está na inovação, sustentabilidade e tecnologia. Confira as quatro tendências que estão impactando no setor:
Os pilares do ESG se tornaram importantes para todos os setores. Segundo Marcus Nazareth Peçanha, fundador da Verd Invest, o conceito também traz competitividade, mas não apenas do ponto de vista da clientela, fornecedores e parceiros. “As métricas do ESG vão determinar o acesso ao capital no futuro e a forma como a sua organização vai funcionar”, diz ele. “Sem dúvida, é um tema que veio para ficar”, completa.
Contudo, ainda existem vários desafios dentro das organizações para aplicação do ESG. “Não adianta ter apenas uma área cuidando do conceito. É preciso estar dentro da estratégia do core da empresa”, aconselha o especialista.
E as companhias que souberem, de fato, atracar os pilares do ESG vão sair na frente. “Quem colocar investimento em métricas melhores (de ESG, ONU, Sistema B) será mais competitivo”, afirma Peçanha.
Uma das iniciativas adotadas por empresas do agronegócio para colaborar com o ESG é a rastreabilidade dos alimentos. “É a comprovação daquilo que você vende. A rastreabilidade era uma onda e passou a ser uma verdade mandatória daqui para frente. Isso porque, consegue dar transparência ao produto. (...) Então, todas as empresas de médio e grande porte devem seguir os caminhos que as grandes trilharam, de rastreamento — e sem tecnologia não vai ter jeito”, diz Pedro Valente, diretor na Amaggi Agro.
+ ESG – O que essa sigla significa e por que ela é tão importante para as empresas?
A transformação digital é mandatória também para o setor de agronegócio. E por que? “As pessoas estão consumindo mais. (….) Além disso, até 2050 teremos quase 10 bilhões de pessoas no mundo, logo aumenta a demanda por alimento. Só que não tem quantidade de água e terra suficiente para produzir tanto”, diz Rodrigo Oliveira, CEO da Sol Internet of People. Será preciso encontrar soluções e alternativas para isso.
Contudo, segundo o especialista, para acelerar a transformação digital, é preciso solucionar alguns desafios. São eles:
Tecnológicos: falta de infraestrutura de suporte à digitalização ao produtos;
Econômicos: o risco do investimento em novas tecnologias é 100% do produtor rural;
Sócioculturais: relações fundamentalmente baseadas em confiança.
+ Tendência: empresas agro investem em Inteligência Artificial
Por muito tempo, alimentos feitos de plantas faziam parte do mercado vegetariano e/ou vegano. No entanto, esta lógica mudou. Com o impacto ambiental da indústria da carne e laticínios, estão surgindo alternativas criadas por foodtechs, as startups do setor de alimentação.
No caso da N.ovo, os produtos são feitos de ovos e maioneses plant-based. Já a NotCo tem hambúrguer, maionese, sorvete e leite sem ingredientes de origem animal. Já a Nude produz leite de aveia com um olhar totalmente sustentável, trazendo a pegada de carbono dos produtos em seus rótulos.
Um fato curioso é que no caso da NotCo existe o Giuseppe, inteligência artificial que cria os alimentos. “Ele se alimenta de todas as bases de dados para entender de um lado o que é uma comida, do outro o que é cada ingrediente. Na prática, o que ele faz é buscar 4 aspectos: textura, valores nutricionais, cor e sabor”, conta Flávia Buchmann, chefe de marketing da NotCo Brasil.
+ O que é plant-based e por que essa indústria vai mudar o mundo?
A expectativa é que, além da Nude, tenhamos mais empresas trabalhando com a rotulagem climática no Brasil. Atualmente, a Suiça é o país em que as companhias mais disseminam este tipo de informação.
E unindo uma tendência a outra, no Reino Unido, por exemplo, a Quorn é uma companhia de alimentos plant-based que já traz a pegada de carbono em cada rótulo de seus produtos.
É uma iniciativa que faz diferença ao cliente final: segundo pesquisa da Carbon Trust, 64% dos consumidores entrevistados disseram que possuem uma imagem melhor de marcas que mostram que diminuíram o impacto de carbono de seus produtos.
Live é só de música e moda? Não. A modalidade tem chegado com tudo na agricultura. Na China, por exemplo, os consumidores acompanham ao vivo a colheita dos alimentos. Ou seja, escolhe a fruta que vai comprar da horta à sua casa.
Funciona assim: a produtora rural faz vídeo ao vivo mostrando o produto. Por exemplo, uma couve. “Ela mostra como é a plantação e a colheita do produto”, diz Vinicius Oliveira, cofundador da Foreseekers. No decorrer da live, prova, fala as características (a textura e o sabor) e o preço.
Além disso, na página da transmissão, é possível visualizar as avaliações de quem já comprou e fazer perguntas para o apresentador.
Com a live commerce, “o produtor rural consegue agregar valor para o negócio, além de ficar mais barato na conta final”, afirma Oliveira.
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Sabrina Bezerra, head de conteúdo na StartSe, possui mais de 13 anos de experiência em comunicação, com passagem por veículos como Pequenas Empresas & Grandes Negócios e Época Negócios, ambos da Editora Globo.
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