Impressão 3D, construções sustentáveis, BIM: entenda como essas e outras inovações estão impactando na construção civil
Construção (Foto: Getty Images)
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15 min
•
14 mai 2021
•
Atualizado: 19 mai 2023
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A inovação na construção civil está em alta. Depois de um bom tempo com resultados negativos seguidos, este mercado voltou a crescer, e certamente muito disso deve-se às novidades e tendências, as quais desenham um futuro ainda mais promissor para a área.
De acordo com a Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), foram 20 trimestres consecutivos de queda do PIB no segmento de construção civil quando comparado ao mesmo período do ano anterior, o que equivale a uma recessão de 5 anos.
Depois de um período tão turbulento, a construção civil cresceu 2% no segundo trimestre de 2019, o que colocou fim às quedas constantes e mostrou que a recuperação seria questão de tempo.
Tal retomada foi comprovada também pela pesquisa “Indicadores Imobiliários Nacionais – 2º Trimestre de 2019”, que mostrou haver um aumento de 11,8% nos lançamentos residenciais em relação ao mesmo trimestre do ano anterior (30.607 x 27.381) e de 15,4% na comparação semestral (46.215 x 40.062).
É fato que este crescimento pode ser interrompido pela pandemia do novo Coronavírus, mas é importante se atentar que ele está afetando o mercado como um todo, não apenas o setor de construção civil. Logo, isso não invalida a retomada que já vinha ocorrendo há alguns meses no setor.
Entre tantos motivos que podem estar relacionados à volta do crescimento neste mercado, as inovações na construção civil podem ser consideradas entre as principais, já que apresentam um sério potencial de revolucionar a área e fazer com que seus resultados sejam ainda melhores.
Algumas tendências se destacam entre as demais e merecem ser comentadas aqui, as quais ainda são novidade, mas não devem levar tanto tempo até que sejam adotadas pelas construtoras e empreendedoras, em um investimento tão benéfico financeiramente quanto em termos de produtividade, eficiência e segurança.
Conheça e entenda o que deve influenciar sensivelmente o mercado da construção daqui em diante!
O termo é bem interessante, e seu significado mais ainda. Biomimética é o nome que se dá à área da ciência que visa estudar as estruturas biológicas e suas funções com o objetivo de aprender com a natureza e, então, aplicar tais conhecimentos em diferentes áreas, como na construção civil.
É fato que a natureza tem muito a nos ensinar. Mesmo com toda a intervenção humana na Terra, ela dá seu jeito de continuar existindo, o que por vezes significa romper barreiras que podem nos parecer intransponíveis.
Um exemplo claro é o que aconteceu em Chernobyl. O acidente nuclear aconteceu em 26 de abril de 1986 e a cidade foi evacuada em 5 de maio. Hoje, depois de mais de 33 anos, o local se transformou em um refúgio da vida selvagem, com árvores e animais, como mostra essa reportagem do The Guardian.
Em relação à biomimética, o segmento da construção civil pode perguntar o que a natureza faria em uma dada circunstância do projeto ou da execução de uma obra, o que ajuda a tomar decisões inteligentes, sustentáveis e eficazes.
O estudo “Biomimetic reinvention of the construction industry: energy management and sustainability”, publicado no periódico Energy Procedia em dezembro de 2017, aborda justamente a relação do tema com a área do conhecimento que estamos tratando.
Em sua conclusão, os autores citam que, globalmente, o mundo natural mostra atributos e destreza significativos para inspirar inovações sustentáveis e soluções tecnológicas para desafios humanos, o que é totalmente verdadeiro.
Podemos tomar como exemplo as fibras que aparecem nas raízes dos cogumelos, cuja resistência é maior que a de estruturas de concreto armado. Essa é uma breve mostra de que a natureza tem muito a ensinar, o que torna a biomimética em uma das potenciais tendências na construção civil para 2021.
Tecnologia e construção civil já são dois assuntos indissociáveis. O uso de soluções digitais está em franca ascensão neste mercado e permite a obtenção de resultados ainda melhores – o que já não era sem tempo, inclusive.
O potencial de crescimento neste sentido é muito grande. De acordo com a McKinsey & Company, o setor de construção civil é um dos menos “digitais”, perdendo neste levantamento apenas para agricultura e caça,o que deflagra uma necessidade urgente pela digitalização.
Algumas das soluções que podem ser empregadas são as seguintes:
As tecnologias digitais são amplas e podem se estender para além de tais aplicações, mas estes são apenas alguns exemplos de como ela pode revolucionar o setor de construção civil.
Os projetos de transformação digital para cidades inteligentes se proliferaram por todo o globo em 2019. De acordo com o ranking “Cities in Motion INDEX 2019”, elaborado pela IESE Insight, as cidades mais inteligentes do mundo são, na ordem, Londres, Nova York, Amsterdam, Paris, Reykjavik, Tóquio e Singapura.
A Urban Systems, por sua vez, elaborou um ranking a nível nacional, liderado por Campinas (SP), São Paulo (SP), Curitiba (PR), Brasília (DF), São Caetano do Sul (SP), Santos (SP), Florianópolis (SC), Vitória (ES), Blumenau (SC) e Jundiaí (SP).
As cidades inteligentes são inovações na construção civil que merecem atenção, já que este é um conceito que tende a crescer cada vez mais, principalmente pelo fato de que a porcentagem da população que mora em áreas urbanas deve chegar a 68% até 2050, contra 55% em 2018, de acordo com as Nações Unidas.
As cidades inteligentes devem contemplar construções sustentáveis e soluções otimizadas de energia, água e transporte, entre tantos outros pontos que influenciam na qualidade de vida. Isso significa que as novas construções devem ser pensadas já tendo isto em mente.
Por exemplo, prédios inteligentes que podem auto-otimizar suas operações gera dados que, no futuro, podem ser usados para avaliar tendências e informar o melhor design possível para novas construções, tudo graças à instalação de sensores e ao desenvolvimento de uma infraestrutura conectada.
Quem adotar tais iniciativas estará naturalmente à frente da concorrência, o que hoje pode não ser um diferencial tão intenso, mas que o será em um futuro não tão distante.
Além de fazer parte do escopo das cidades inteligentes, a sustentabilidade merece ser analisada individualmente como uma inovação na construção civil, já que se aplica até mesmo ao modelo tradicional de cidades.
Os benefícios ao meio ambiente já são bastante conhecidos e comentados, o que é altamente relevante para a preservação dos recursos ambientais. Além disso, também é importante destacar as vantagens obtidas em termos de negócios.
O relatório “World Green Building Trends 2018” mostrou, em números medianos, quais são os benefícios esperados de investimentos em green building (construção verde ou sustentável), com dados de 2012, 2015 e 2018. Confira como se deu a evolução dos números, mostrados em sua respectiva ordem:
Os fatores que motivam futuras atividades de construção sustentável contribuem diretamente com sua implantação. Os principais foram os seguintes:
Essa é uma das inovações na construção civil que já existe há um bom tempo, mas cuja demanda tende a crescer cada vez mais com o tempo, o que a confere um lugar merecido em nossa lista.
Hoje em dia, associar grandes construções a breves prazos de entrega, menores que os que eram praticados antigamente, está longe de ser um devaneio. Boa parte disso se deve às construções modulares e pré-fabricadas.
Basicamente, este tipo de construção é feito a partir de módulos, os quais se parecem com caixas. As peças são construídas fora do canteiro de obras e levadas até ele já prontas, bastando que sejam montadas para que a edificação fique pronta.
Um grande diferencial é que as fábricas em que os módulos são construídos possuem equipamentos modernos, que resultam em peças de alta precisão, a qual nem sempre pode ser obtida no caso da construção tradicional em canteiros de obras.
Isso permite que as obras fiquem prontas muito mais rapidamente, o que também pode reduzir custos com a mão de obra, já que será necessário menos tempo para que o serviço seja concluído.
De acordo com um estudo da Grand View Research, o mercado global de construção modular foi avaliado em US$ 112,3 bilhões em 2018 e deve apresentar uma taxa de crescimento anual composta (CAGR, ou Compound Annual Growth Rate) de 6,5%, atingindo aproximadamente US$ 174,5 bilhões.
O potencial da impressão 3D é absurdo, o que também a coloca como uma das inovações tecnológicas na construção civil, com grandes benefícios a curto, médio e longo prazo ao setor.
As impressoras podem ser usadas em construções modulares, seja em uma fábrica ou mesmo no próprio canteiro de obras, o que é um grande avanço em termos de logística, já que peças de concreto podem ser fabricadas com uma precisão fantástica.
De acordo com um relatório da Market Reports World, o mercado global de impressão 3D em concreto foi avaliado em US$ 28 milhões em 2016 e deve apresentar uma taxa de crescimento anual composta de 14,05% de 2017 a 2023, atingindo um faturamento de US$ 69,9 milhões.
As cifras não são tão elevadas quanto outras que vimos neste artigo, mas o crescimento chama atenção, além da praticidade e precisão que tal alternativa proporciona.
Popularmente conhecido como BIM, seu significado é Modelagem da Informação da Construção. O conceito consiste no processo de criação e gestão de informação em um projeto de construção, o que é aplicado do início ao fim do projeto.
O processo, baseado em um modelo em 3D, já vem sendo adotado por arquitetos, engenheiros e outros profissionais da área, que perceberam o quão benéfica pode ser esta inovação na construção civil.
O BIM permite que acionistas e fornecedores planejem, desenvolvam, construam e gerenciem uma construção e sua infraestrutura com muito mais precisão e eficiência, já que terão um modelo exatamente igual ao que se deseja construir a fácil acesso mediante o uso de ferramentas digitais.
Sua interação com outras tecnologias, como Realidade Virtual (VR) e Realidade Aumentada (AR), torna-a ainda mais eficiente e interativa.
De acordo com a MarketsandMarkets, o tamanho do mercado de BIM deve aumentar de US$ 4,9 bilhões em 2019 para US$ 8,9 bilhões em 2024, com uma taxa de crescimento anual composta de 12,7%, o que comprova o quão forte é essa tendência.
As novas tendências na construção civil se comportam da mesma forma que ocorre com as demais áreas: no começo, são poucos que a utilizam, o que significa que o destaque que sua adoção trará é ainda maior. Depois de alguns anos (ou mesmo meses), a novidade já não é tão grande assim.
Todas as alternativas que vimos têm um ótimo potencial de crescimento e de geração de resultados financeiros, ou seja, sua empresa tem muito a ganhar com isso.
A inovação na construção civil é cíclica, embora tenha soluções cuja eficácia dura por anos. Fique atento às últimas novidades e faça com que a sua empresa seja uma das mais inovadoras do segmento, o que tende a apresentar ótimas consequências a nível financeiro e de posicionamento de marca.
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