Sou Aluno
Formações
Imersões
Eventos
AI Tools
Artigos
Sobre Nós
Para Empresas

Como as startups estão inovando os planos de saúde

Saiba por que este mercado tem se transformado e qual é o papel das healthtechs nesta verdadeira revolução da saúde.

Como as startups estão inovando os planos de saúde

, jornalista

15 min

2 ago 2021

Atualizado: 19 mai 2023

newsletter

Start Seu dia:
A Newsletter do AGORA!

Por Sabrina Bezerra

Veja só: as healthtechs — startups de bem-estar e saúde — ocupam o 2º lugar entre os 45 segmentos mapeados pela Abstartups (Associação Brasileira de Startups), segundo dados do StartupBase. Elas estão marcando presença por reinventar um setor que há muitos anos mantinha o mesmo modelo de negócio. 

Em termos de número, ao todo, são cerca de 515 healthtechs no país. Sendo 25,9% fundadas no último ano. Não é à toa que atraiu o olhar de investidores: foi um dos segmentos que mais recebeu aporte (acima de US$ 100 milhões) em 2020. 

Dos setores do mercado de saúde, temos visto uma forte mudança no modelo de negócio dos planos de saúde e a telemedicina ganhando força (veja mais abaixo).

PLANOS DE SAÚDE E INOVAÇÃO

A pandemia tem acelerado esse mercado. Os planos de assistência médica, por exemplo, registraram um aumento de mais de um milhão de beneficiários em apenas um ano, de acordo com a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS). 

Neste cenário, a Alice, gestora de saúde no Brasil, tem se destacado. A startup recebeu o aporte de US$ 33 milhões em fevereiro deste ano. Foi a maior rodada Serie B para uma healthtech já registrada no Brasil. 

Na prática, o modelo de negócio funciona assim: os pacientes têm um time de saúde que os acompanha ao longo da vida. É formado por um médico, um nutricionista, um enfermeiro e um preparador físico. “A ideia é que, juntos, membro e time definam um plano de ação mirando uma vida mais saudável e os objetivos de vida de cada membro”, diz em entrevista à StartSe André Florence, CEO e co-fundador da Alice.

E os planos de expansão não param. Em novembro de 2021, a Alice comprou a Cuidas, focada no uso de atenção primária na saúde para melhorar a qualidade de vida de funcionários de seus clientes. Um dos objetivo é unir os talentos das duas empresas. O valor da operação não foi divulgado. 

"Alice e Cuidas possuem a mesma visão sobre o futuro da saúde. Ambas as empresas têm a convicção de que atenção primária e tecnologia formam o caminho para a reconstrução da saúde no Brasil", disse em nota André Florence, co-fundador e CEO da Alice.

Os fundadores do Alice, Guilherme Azevedo, Matheus Moraes e André Florence (foto: divulgação)

Os usuários podem entrar em contato com o time — além de pessoalmente — por meio de áudio, texto ou videochamada. “85% das queixas de saúde dos membros são hoje resolvidas via Alice Agora [canal de atendimento à distância], poupando as pessoas de terem que ir ao pronto-socorro ou consultas sem necessidade.” O executivo também aponta a importância de integração dos dados: “os laboratórios, hospitais e especialistas parceiros da Alice estão integrados à nossa plataforma de tecnologia. Isso garante que todo o histórico de saúde da pessoa fique registrado no aplicativo.” A empresa conta com aproximadamente 2,8 mil membros.

COMO NASCEU A ALICE

A startup foi fundada por Florence, Guilherme Azevedo (fundador do Dr. Consulta) e Matheus Moraes (ex-executivo da 99) após identificar um gap no modelo tradicional de plano de saúde no país. “No Brasil, os planos de saúde […] operam como uma espécie de intermediador financeiro, um seguro de saúde para quando a pessoa (ou beneficiário, como eles chamam) fica doente”, diz Florence.

De um lado, esse método atua de ponta entre os especialistas, os laboratórios e os hospitais. Do outro, “não há ninguém olhando de uma maneira integral para cada pessoa. Fica a cargo do indivíduo tomar as suas decisões de saúde sozinho”, afirma Florence. Isso, de certa forma, aumenta o custo. “Você já deve ter ouvido casos de pessoas que, diante de um sintoma, foram por conta própria para um especialista, e só depois de um tempo descobriram que na verdade deveriam estar se tratando com outro profissional. Isso gera atrasos e custos desnecessários que acabam repassados para o consumidor”, conta o executivo.

Escritório da sede da Aline (foto: Divulgação/ACR Arquitetura)

“Esse mercado ficou muitos anos sem inovações. E nós sabíamos que para ter o impacto necessário, precisaríamos olhar para toda a jornada das pessoas no sistema. [Lançamos a Alice] combinando tecnologia, o conceito de atenção primária à saúde e o modelo de saúde baseado em resultados (do inglês valued-based healthcare, VBHC)”, explica. 

“Esse modelo foi proposto pelos professores da Escola de Negócios de Harvard Michael Porter e Elizabeth Teisberg em 2006. De acordo com esse conceito, os ganhos não estão relacionados com a quantidade de procedimentos oferecidos, mas sim com a qualidade do atendimento, na experiência como um todo e os resultados obtidos.”

STARTUPS DA SAÚDE

Outra empresa de plano de saúde que tem inovado no setor é a Sami. A healthtech — que ajudava planos de saúde na redução de custo — lançou a própria operadora após receber o aporte de R$ 86 milhões. Os planos de saúde são corporativos com foco em pequenas e médias empresas. Além dos serviços tradicionais (de acesso a médicos, hospitais e laboratórios), a companhia oferece telemedicina, chat por meio de áudio, texto ou vídeo e troca de arquivos pelo próprio aplicativo e rede de hábitos saudáveis — por preços mais baratos. O público-alvo da Sami é um dos que mais cresce. No ano passado, por exemplo, o país criou 3,4 milhões de novas empresas. Trata-se de uma alta de 6% em comparação com 2019.

A Qsaúde — lançada por José Seripieri Filho, fundador da Qualicorp — oferece plano individual com médico de família da Clínica Einstein e atendimento 24 horas pelo aplicativo. “Você tem acesso a tudo em um só lugar, com um prontuário médico integrado e um plano de cuidado personalizado, para que a gente possa cuidar da sua saúde de forma mais efetiva”, diz a empresa.

Mas se de um lado, as companhias estão criando alternativas para os planos de saúde tradicionais, do outro, há as startups que atuam como uma espécie de marketplace de saúde. É o caso da Rita — lançada pelo Grupo Sabin — funciona como um marketplace de saúde em que oferece serviços próprios e de parceiros. 

Na linha de corretadora de seguros de saúde tem a Pipo Saúde. A healthtechs opera como corretora de seguros de saúde, que usa tecnologia para melhorar o trabalho do setor de recursos humanos. Foi fundada em 2019 por Manoela Mitchell, Thiago Torres e Vinicius Correa. E recentemente fez história ao receber a maior rodada Série A de uma startup de saúde no Brasil. O valor? R$ 100 milhões. Foi liderado por Thrive Capital, mas contou com a participação de Monashees, Kaszek, ONEVC e David Velez, cofundador do Nubank.

COMO FUNCIONA A TELEMEDICINA?

Telemedicina

Uma das inovações do mercado de saúde é a telemedicina. Como funciona? Por meio da tecnologia digital, é possível oferecer assistência médica, como atendimento online, clínicas, hospitais e profissionais da área. Por meio da telemedicina é possível, por exemplo, monitorar pacientes, analisar exames e trocar informações médicas.

No Brasil, o uso da telemedicina foi aprovado pela Lei nº 13.989/2020 — em caráter emergencial — e pela portaria nº 467/2020 do Ministério da Saúde. O mercado tem se mostrado tão promissor que entre 2020 e 2021 foram realizados mais de 7,5 milhões de atendimentos online, segundo a Saúde Digital Brasil, entidade que representa os principais operadores de telemedicina do país.

DIGITAL E ONLINE

App da startup de saúde Starbem (foto: reprodução)

A Starbem oferece atendimento online para qualquer problema de saúde com preço popular. Não se trata de um plano de saúde, mas de uma assinatura em que o paciente escolhe a opção que melhor se enquadra ao seu perfil. As consultas são realizadas de forma online por meio do WhatsApp. Além disso, os usuários têm acesso a aulas de bem-estar, como nutrição, meditação, psicologia e yoga.

A ViBe Saúde tem como público-alvo as classes C e D. Por meio da plataforma é possível contratar consultas avulsas ou assinatura. Por meio da plataforma é possível ter atendimento médico online, ter acesso a conteúdo personalizado e participar de desafios com premiações.

A Clude oferece planos individual e familiar e para empresas por preço popular. Apesar de oferecer atendimento presencial, o foco está na telemedicina. É possível conversar com o médico por vídeo — que estará disponível 24 horas por dia — e monitorar a saúde por meio da inteligência artificial.

Gostou deste conteúdo? Deixa que a gente te avisa quando surgirem assuntos relacionados!


Assuntos relacionados

Imagem de perfil do redator

Sabrina Bezerra, head de conteúdo na StartSe, possui mais de 13 anos de experiência em comunicação, com passagem por veículos como Pequenas Empresas & Grandes Negócios e Época Negócios, ambos da Editora Globo.

Leia o próximo artigo

newsletter

Start Seu dia:
A Newsletter do AGORA!