Grupo Boticário compra empresa de inteligência artificial -- e passa a fazer parte das companhias que estão acelerando a revolução digital. Saiba por que a tecnologia está em alta (também) no segmento de beleza.
Perfumes criados com a ajuda de IA (Foto: Divulgação)
, jornalista
8 min
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9 abr 2021
•
Atualizado: 19 mai 2023
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Por Sabrina Bezerra
A inteligência artificial vai dominar o mundo? Não sabemos. Mas a tecnologia está conquistando espaço de startups às grandes empresas. Prova disso é o tradicional Grupo Boticário, companhia brasileira de cosméticos que, — sem fazer muito barulho —, fez a compra da GAVB Consulting, empresa que oferece soluções e serviços em inteligência artificial para acelerar a transformação digital. A informação é de fontes do mercado, e foi confirmada pela empresa. Em posicionamento oficial o grupo disse à StartSe:
"O Grupo Boticário fez mais um importante investimento em inovação e tecnologia com a aquisição da GAVB, consultoria especializada em inteligência artificial. Com a GAVB, o GB amplia seu conhecimento em digitalização, integrando dados, inteligência e produtos digitais ao seu ecossistema de marcas e canais."
A inteligência artificial (IA) é um campo das ciências da computação em que tem capacidade de aprendizado e raciocínio como a mente humana. Algumas vantagens da tecnologia são: aumento da produtividade dos funcionários, solução rápida de problemas, otimização na comunicação, entre outras. Nesta aula – gratuita da StartSe – falamos sobre AI Economy e os tempos pós-normais. Com tantos benefícios, as empresas das mais tradicionais às novas estão investindo na inovação. Não é à toa que o mercado de inteligência artificial teve crescimento de receita de 13% em 2020, segundo o estudo da IDC (International Data Corporation). Para este ano, a IDC estima que o mercado de TI vai crescer mais 7%. Segurança e inteligência artificial são os que mais têm potencial de crescimento.
Essa não é a primeira vez que o Boticário mostra interesse no assunto. Em 2019, por exemplo, a empresa lançou o primeiro perfume feito com a ajuda de inteligência artificial, em parceria com a IBM. O algoritmo fez a avaliação de uma série de dados, como a análise de preferência dos clientes e as fórmulas que seriam utilizadas. O resultado foi a nova linha Egeo, com notas de leite condensando, pepino e lichia — são “especiarias incomuns, mas que resultaram em sinergias olfativas únicas”, disse a empresa em comunicado.
Foi um salto na transformação digital — e pode revolucionar o mercado —, já que, a criação de perfumes tem um processo lento. “Enquanto os perfumes normais têm, em média, 100 retrabalhos, o Egeo On teve apenas cinco”, disse em nota Monique Cantu, pesquisadora em formulação e uma das principais responsáveis pelo projeto.
A companhia destacou que a máquina não vai substituir os funcionários. “Não, a máquina não vai substituir o talento dos nossos colaboradores. Um dos grandes resultados desta jornada foi perceber que o ser humano tem um papel fundamental: ensinar a tecnologia a aprender.”
Mas não para por aí. Outras empresas também estão nessa direção. É o caso da Avon, que usou algoritmos para criar o rímel mais queridinho da internet. A inteligência artificial fez o mapeamento dos comentários e selecionou as principais características do rímel ideal para a maioria das pessoas.
A L'Oréal também entrou na onda da revolução digital. A empresa lançou o Perso, produto que por meio da inteligência artificial desenvolve o creme e a maquiagem ideal para cada consumidor.
Mas a inteligência artificial não faz parte apenas das mais tradicionais empresas. A startup Sallve, que nasceu na internet, usa a tecnologia para a criação de produtos. O processo é parecido: por meio da opinião de pessoas nas redes sociais e nos reviews de produtos, a IA seleciona as principais necessidades dos consumidores, diz a empresa.
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Sabrina Bezerra, head de conteúdo na StartSe, possui mais de 13 anos de experiência em comunicação, com passagem por veículos como Pequenas Empresas & Grandes Negócios e Época Negócios, ambos da Editora Globo.
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