Holly +, plataforma criada pela compositora e cantora Holly Herndon em parceria com a startup Never Before Heard Sounds, transforma áudio de usuários em música cantada pela artista -- e com direitos autorais registrados em blockchain. Entenda!
Foto: Mads Perch via Getty Images)
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5 min
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20 jul 2021
•
Atualizado: 8 ago 2023
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Por Sabrina Bezerra
Imagine compor uma música e ela ser cantada pelo seu artista predileto em poucos minutos. Parece uma missão (quase) impossível? Mas não é. Isso já está acontecendo e com a ajuda da inteligência artificial. Prova disso é o novo projeto da compositora e cantora Holly Herndon — uma das defensoras do uso de aprendizagem de máquina na arte — chamado Holly +. Trata-se de uma ferramenta criada em parceria com a startup Never Before Heard Sounds que permite que as pessoas enviem a gravação de voz com suas próprias músicas e, em poucos minutos, uma nova versão cantada pela Holly Herndon é enviada.
A ferramenta online permite que qualquer pessoa faça upload de áudio polifônico e receba um download — minutos após o envio — desse arquivo em forma de música cantada pela voz de Holly Herndon. Isso é possível por meio da inteligência artificial desenvolvida pela Never Before Heard Sounds que foi treinada em gravações do canto de Holly. Ou seja, a tecnologia se baseia no aprendizado de máquina para recriar as nuances diferentes de sua voz. Os áudios devem ter até cinco minutos, mais do que isso não são aceitos pelo site. Curiosidade: a artista disse que Holly + é a sua irmã gêmea digital.
Parece algo futurístico demais? Sim. Mas, ao menos por enquanto, foi bem visto pelo público. Isso porque, logo após o lançamento, a artista postou no Twitter que havia 18,5 solicitações por segundo em sua plataforma e que 1 mil músicas foram transformadas em sua voz no período de uma hora.
Além disso, Holly está criando uma organização autônoma descentralizada (DAO). “Vou criar tokens ERC-20 VOICE — contratos inteligentes para o sistema de blocos Ethereum”, disse ela em comunicado.
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“Em breve, os artistas poderão enviar mídia criada com a voz para aprovação do DAO por meio de um modelo de leilão ZORA. Caso o trabalho, seja aprovado, um NFT ("Non-Fungible Token") será criado, com 50% das vendas iniciais e secundárias compartilhadas com o criador do novo trabalho, 40% dos lucros distribuídos entre os membros DAO e 10% para mim", afirma Holly.
A iniciativa da Holly vai contra alguns críticos que dizem que a inteligência artificial pode desvalorizar a música dos artistas. Mas ela argumenta que à medida que a semelhança digital de sua voz cresce em uso e popularidade, aumenta o valor de suas próprias obras originais. Além disso, Holly olha para dois mercados que têm se mostrado promissores: o da inteligência artificial que teve crescimento de receita de 13% em 2020 e deve continuar neste ritmo nos próximos anos, segundo o estudo da IDC (International Data Corporation); e o mercado de NFT que movimentou US$ 2 bilhões no primeiro trimestre deste ano — 20 vezes maior do que nos três meses anteriores, segundo dados do site NonFungible.com.
Holly não é a única em unir música e inteligência artificial. Há alguns anos, o robô da Sony criou música inspirada nos Beatles e, atualmente, gigantes como Google e Spotify investem milhões de dólares em pesquisas sobre inteligência artificial no segmento. Será que a moda pega e esse será o futuro da música? Vamos acompanhar.
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Sabrina Bezerra, head de conteúdo na StartSe, possui mais de 13 anos de experiência em comunicação, com passagem por veículos como Pequenas Empresas & Grandes Negócios e Época Negócios, ambos da Editora Globo.
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