Alguns conselhos invertidos para ajudar você na sua vida profissional.
Pessoa segurando lâmpada (foto: Diego PH/Unsplash)
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Por Cristiano Kruel
Temos medo de errar, e hoje em dia temos sofrido até com o “medo de ter medo”. Este comportamento nos leva a buscar sempre o lugar mais conhecido, o que parece ser o mais seguro. Ironicamente, isto significa rumar para o que é menos inovador. Ou seja, quanto mais incerteza mais medo, quanto mais medo menos inovação.
Então, o que seria um bom conselho para não termos tanto medo e termos mais chance de inovar?
Sobre enfrentar os medos talvez possamos recorrer aos filósofos, como Epíteto, que disse: “Os humanos não são perturbados por coisas, mas pela visão que eles possuem destas coisas”. Eu não sei se consigo filosofar direito, mas acho que o conselho dele é que nós criamos mais problemas na cabeça da gente do que eles existem de fato. Então medo não é uma coisa, mas uma maneira da gente interpretar a coisa.
Então aqui sigo eu, sem medo de errar, e com muita vontade de querer ajudar as pessoas interessadas no tema de inovação. Inspirado então no pensamento do matemático alemão Carl Gustav Jacob Jacobi, que dizia “Inverta, sempre inverta”, segue a minha lista de conselhos invertidos:
É óbvio que precisamos ter foco, precisamos de determinação para vencer desafios e não desistir. Ter uma infinidade de coisas a fazer pode nos dispersar a nossa atenção e com isto nos atrapalhamos e não fazemos nada direito.
Mas também, o foco pode limitar o espectro de visão, pode deixar você mirando num ponto fixo quando o alvo é móvel. A vida da gente - assim como na computação – existe situações que precisamos de processamento em paralelo. O seu cérebro pode fazer mais de uma coisa ao mesmo tempo, aproveite ele ao máximo. Aprender a não ter foco significa ter pensamento lateral, a maneira de resolver problemas complexos utilizando uma abordagem indireta e criativa, imaginando o que não é óbvio.
Ninguém suporta gente lenta, demorada, preguiçosa, então é claro que precisamos ser rápidos. Mas Bill Gates disse uma vez que se você tiver uma tarefa complicada entregue esta para uma pessoa preguiçosa pois ela vai encontrar a maneira mais fácil e simples de resolver a coisa.
Mas, ser rápido não quer dizer necessariamente ser ágil. Não adianta ser veloz e não conseguir fazer a curva. Segundo Jeff Bezos da Amazon existem dois tipos de decisão: a Tipo 1 e a Tipo 2. As decisões Tipo 2 devem ser tomadas rapidamente, pois elas são as menos complexas, reversíveis, aquelas que o impacto não causa danos. Já as decisões Tipo 1 são diferentes pois tendem a ser menos reversíveis e precisam ser tomadas com cautela, muito diálogo e reflexão. Bons líderes sabem que precisam de ambas estas decisões acontecendo, e que aqui reside a chance de criar uma organização onde a liberdade anda de braços dados com a responsabilidade.
Certamente gostamos de ser elogiados, admirados e ovacionados. Nosso ego infla quando ouvimos alguém julgar o que fazemos e escapar um “Perfeito!”. Mas Leonardo da Vinci já nos alertou que “uma obra de arte nunca é acabada, apenas abandonada”. A perfeição não existe, é apenas uma interpretação.
O risco é que o perfeccionismo pode ser uma manifestação de uma doença chamada Atychiphobia, que é a fobia ao erro. O medo de errar pode ser tamanho que a pessoa começa a ter sintomas como autosabotagem, autoestima e autocrítica baixas, mas uma feroz negatividade com as ideias e ações dos outros. Quem é fanático pela perfeição não constrói nada diferente, ou vai levar tempo demais para achar que conseguiu isto.
Sim, a ignorância é uma coisa maravilhosa. Não! Eu não estou propondo não querer aprender as coisas, estou propondo justamente o contrário. O que estou propondo é entender o efeito de Dunning-Krueger, que nos diz que existe um viés cognitivo que faz com que as pessoas que sabem muito pouco acharem que sabem muito, enquanto que os que sabem muito se dão conta que sabem quase nada.
Portanto, procure não saber. Quanto mais você saber sobre as coisas, mais vai saber o que não sabe. Quando você conseguir responder a uma pergunta difícil, terá a chance de formular duas perguntas ainda mais difíceis. Não é um truque de palavras, é uma poderosa maneira de entender que precisamos estar sempre aprendendo (#LifelongLearning).
Fale com muitas pessoas, pessoas diferentes e com perspectivas diferentes. Seja curioso, aberto ao novo e sempre corajoso para aprender.
Mas seja crítico com todas as listas e fórmulas prontas. Elas são simplificações, ou simplesmente podem ter sido úteis e valiosas em contextos diferentes do seu. Tenha um elevado senso crítico e pense por si mesmo.
Que esta lista não lhe diga como fazer absolutamente nada, mas lhe provoque a pensar diferente. Pense por você. Seja você o seu guru. Faça a sua lista.
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