Investimento anjo cai em 2023 e voltará a crescer em 2024

Confirmando o prognóstico negativo apresentado em meados do ano passado, o investimento anjo apresentou recuo em 2023. A retração foi de 10%, para R$ 886 milhões, segundo levantamento feito pela Anjos do Brasil. A queda foi um reflexo da diminuição no tamanho do ticket médio por investidor, que ficou em R$ 108 mil, ou 12,2% menor que os R$ 124 mil de 2022.

O resultado no Brasil segue uma tendência registrada também nos EUA. No maior mercado de investimentos em startups do mundo, o total de investimentos anjos foi de US$ 18,6 bilhões em 2023, uma redução de 16,4%. Os juros altos e as incertezas econômicas são os fatores que levaram à redução dos valores investido tanto nos EUA como no Brasil.  

Mas lá como cá, um ponto foi positivo no ano passado: o número de investidores aumentou. Nos EUA o salto foi de 14,8%, passando para 422 mil pessoas. No Brasil, o avanço foi mais modesto, 2,4%, para 8.155. Mas foi o suficiente para ser comemorado. “Ainda há interesse em investir”, disse Cassio Spina, presidente da Anjos do Brasil.

Em termos de perfil dos investidores, a pesquisa da rede de anjos mostra que a maioria é branca (89,2%), enquanto 4,6% se identificam como pretos, pardos ou indígenas e 3,5% como amarelos. Além disso, 80% dos investidores são homens e apenas 19,6% são mulheres, indicando uma evolução lenta na diversidade do ecossistema de investimento anjo no Brasil.

2024 será melhor?

Com o ano já perto de encerrar o terceiro trimestre, os anjos mostram perspectivas positivas. A expectativa é que, com a recuperação econômica e a estabilização dos mercados, o valor total investido em 2024 avance pelo menos 11%, recuperando o patamar de 2022.

De acordo com Cassio, a própria Anjos do Brasil tem sentido uma retomada. Até agora, foram feitos 21 aportes, um recorde para um período de sete meses. A expectativa é que a rede bata o recorde de 32 investimentos feitos em 2021. Ele pontua, no entanto, que os cheques assinados estão menores.