Depois de levantar US$ 591 milhões em janeiro, as startups brasileiras alcançaram um resultado ainda melhor em fevereiro, US$ 763 milhões. Conheça os destaques.
investimentos-startups-fevereiro-2022 (Foto: GettyImages).
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6 min
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14 mar 2022
•
Atualizado: 19 mai 2023
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Por Victor Marques, da CapTable Brasil.
Depois de um janeiro com recuo no valor de investimentos em startups, o ecossistema de inovação brasileiro atraiu US$ 763 milhões em fevereiro – resultado 129% maior que em fevereiro de 2021. O montante investido em fevereiro fez o setor ultrapassar a marca de US$ 1 bilhão investidos em 2022, totalizando US$ 1,36 bilhão.
O ticket médio dos investimentos vem crescendo em consonância com o valor total, na maioria dos estágios de captação se observa um aumento no valor das rodadas – indicando maturidade das startups brasileiras.
Séries A e B, por exemplo, já atingem patamar próximo aos valores médios investidos em mercados mais consolidados, como o asiático e americano. Rodadas como a da Neon, de US$ 300 milhões, da Velvet, de US$ 200 milhões e da Gupy, de US$ 92 milhões, ajudaram a empurrar o valor dos investimentos para cima.
O setor de fintechs continua liderando em valor investido, tendo recebido US$ 567 milhões em fevereiro – com boa parte do valor sendo representado pelo investimento na Neon, de US$ 300 mi. Em seguida, as HR techs ficaram com US$ 102 milhões investidos, já as proptechs, receberam US$ 25,9 milhões. Logo após, aparecem as retailtechs, com US$ 17,2 milhões e, fechando o top 5, as martechs receberam US$ 14,7 milhões.
As fusões e aquisições permaneceram estáveis quando comparadas a fevereiro do ano passado. Foram 14 no ano passado e 13 neste ano. No entanto, ao somar as transações do tipo realizadas em 2022, 34 M&As foram realizados, número superior aos 29 de 2021.
O segmento que mais realizou M&As também foi o de fintechs, com oito negociações. As aquisições de startups por outras empresas ou, até mesmo, por scale-ups (startups em estágios mais avançados) é tendência desde o ano passado, mas ganha força em 2022. Alguns fundos já investem em rodadas com o objetivo de que as startups realizem M&As para consolidar um mercado – foi o que aconteceu com Gupy e Kenoby, por exemplo.
Os números crescentes dos investimentos em startups demonstram que há realmente uma desconexão entre cenário macroeconômico e os investimentos em Venture Capital. Ainda que estejamos em um ano com eleições, inflação em alta e perspectiva de taxas de juros mais elevadas, a vontade de aplicar capital em negócios com possibilidade de crescimento exponencial vem sendo suficiente para manter o setor aquecido.
Isso ocorre porque essa vontade só muda para quem observa apenas o curtíssimo prazo e esse não é o jogo do Venture Capital: esse é um mercado para quem busca retornos no médio a longo prazo. Ou seja, os juros não ficarão acima de 10% pelos próximos 10 anos e quem busca retornos de 25% a 30% ao ano terá de buscar oportunidades nas startups. Afinal, o ciclo de investimento em startups é maior que ciclos econômicos ou políticos.
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Victor Marques é Head de Conteúdo na Captable, maior hub de investimentos em startups do Brasil, que conecta seus mais de 7000 investidores a empreendedores com negócios inovadores. Escreve há mais de dois anos sobre inovação. Formado em Letras e Mestre em Linguística pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS).
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