Quando a Yellow e Grin se fundiram, elas tinham a ambição de ser a companhia líder em micromobilidade na América Latina. Mas o plano não deu certo. Entenda!
GROW foi formada pelas startups Yellow e Grin (foto: divulgação)
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5 min
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8 nov 2023
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Atualizado: 9 nov 2023
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Lembra da Yellow? Não, não é aquele hit do Coldplay dos anos 2000 sobre como as estrelas brilham para você. A outra Yellow. A startup brasileira de aluguel de bicicletas e patinetes elétricos que se fundiu com a mexicana Grin em 2019, dando origem à Grow.
Pois bem, a empresa, que estava em recuperação judicial (RJ) desde 2020, acaba de ter sua falência decretada pela Justiça de São Paulo.
O Startups teve acesso à íntegra do documento da sentença, assinado na última segunda-feira (6). “As recuperandas afirmaram que, por circunstâncias alheias à sua vontade, não puderam honrar com o cumprimento do plano e que não há expectativas de soerguimento da atividade. A administradora judicial, por intermédio da petição de fls. 6.359/6.366, opinou pela convolação da recuperação judicial em falência”, diz o texto.
Na decisão, o juiz João de Oliveira Rodrigues Filho determinou que os credores terão reconstituídos seus direitos e garantias nas condições originalmente contratadas, deduzidos os valores pagos e ressalvados os atos validamente praticados no âmbito da recuperação judicial. “Deverá o administrador judicial proceder à venda de todos os bens da massa falida no prazo máximo de 180 dias, contado da data da juntada do auto de arrecadação, sob pena de destituição”, define o documento. Os credores terão um prazo de 15 dias para apresentar suas “habilitações ou suas divergências quanto aos créditos relacionados”.
Quando a Yellow e Grin se fundiram, elas tinham a ambição de ser a companhia líder em micromobilidade na América Latina. Juntas, elas chegaram a ter 1.360 funcionários, 910 mil usuários ativos e uma frota de 25 mil bicicletas e patinetes elétricos em 20 cidades do Brasil. Mas a febre durou pouco. A Grow entrou com pedido de recuperação judicial em meados de 2020, depois de fechar a operação em 14 cidades e acumular uma dívida de R$ 38 milhões.
No mesmo ano, a empresa demitiu metade de seus funcionários, operando de forma enxuta frente à instabilidade econômica causada pela pandemia e à redução da mobilidade diária das pessoas na cidade por conta do isolamento social. Mas a Grow já vinha enfrentando dificuldades antes mesmo da Covid-19.
Em 2019, a Grin e a Yellow somaram um prejuízo de quase R$ 350 milhões apenas no Brasil, segundo documentos apresentados no processo de recuperação judicial (RJ) aos quais o Startups teve acesso.
O pedido da RJ foi aceito pela 1ª Vara de Falências e Recuperações Judiciais de São Paulo em setembro de 2020. A companhia chegou até a colocar seus patinetes à venda em um leilão de ativos como uma opção para pagamento de dívidas quando já não estava mais operando.
A pandemia ampliou o que já estava ruim, e a temporada de crises da empresa de Grow atingiu um de seus piores momentos. E o que você pode aprender com isso? Por mais que o seu produto seja bom e dê certo por um tempo, tudo pode mudar em questão de segundos.
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