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Quais lições podemos aprender com o Vale do Silício

Andrea Parreira Nunes, de Palo Alto, Califórnia, traz os principais ensinamentos do Vale do Silício. Confira!

Quais lições podemos aprender com o Vale do Silício

Vale do Silício (foto: Getty Images)

, Redator

11 min

6 jul 2023

Atualizado: 6 jul 2023

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Por Andrea Parreira Nunes

Eu sei o que você está pensando: lá vem um post com cara de quem quer engajar no LinkedIn. Pode até ser que engaje mesmo, mas a intenção não é essa. Aliás, esse post nem é pro LinkedIn, pra começo de conversa, embora eu não vá deixar de postá-lo por lá. Que foi? Todo mundo que escreve quer seu lido, vai.

A verdade é que é impossível (agora eu sei) não voltar do Vale do Silício sem algumas lições aprendidas e umas ideias na cachola.

Vamos começar do começo. Quem me acompanha no Instagram viu que semana passada eu estava lá em Palo Alto, coração do Vale do Silício, em uma imersão da StartSe. Cheguei um pouco desconfiada ― será que o investimento valeria a pena? Spoiler: valeu. E agora chegou a hora de compartilhar um pouco do que aprendi.

Sejamos sinceros, eu leio muito, assisto uma aula aqui e outra acolá, assino mil newsletters (na verdade umas 50, vai), ouço podcasts e deixo sempre minhas antenas ligadas, por isso, já estava por dentro de muita coisa do que foi falada por lá. Mas, mesmo assim, uma coisa é a gente ler sobre uma tendência numa newsletter, outra coisa é ver um profissional bem gabaritado de uma big tech mostrar o que acontece na empresa por A + B, com toda a boa vontade do mundo de tirar todas as dúvidas que a turma tiver.

Enquanto meus estudos iam se confirmando, ia agregando muitos outros conhecimentos. Aprendi muito! Não só nas aulas, mas nos bate-papos com a equipe da StartSe que nos acompanhou e com os outros participantes da imersão, cada um com sua competência, com seu negócio, com suas experiências.

Além disso, visitamos lugares que fazem do Vale do Silício o Vale do Silício, como a garagem onde Bill Hewlett e David Packard começaram a HP, a loja de tapetes que abrigava startups em seu início e que, muitas vezes, ao invés de cobrar aluguel, ficava com ações de algumas empresas, entre elas Google e Paypal e que, hoje, é uma das maiores aceleradoras do mundo, a Plug and Play.

Também visitamos a universidade de Stanford e, diante de sua enormidade, me fez sentir pequena. Imaginei quantas vezes não cantei "ESPM Maravilhosa" (hino da minha faculdade) a plenos pulmões, acreditando na letra, que dizia “essa é a escola que todos desejam, mas poucos conseguem entrar". Pobre de mim. Maravilhosa mesmo é Stanford, embora eu tenha certeza de que a ESPM seja dez vezes mais legal. 

 

Sem contar o tanto de gente bacana que conhecemos, as risadas, os almoços, os jantares, os vinhos e aquela sensação de que já conhecíamos algumas daquelas pessoas há anos. E olha que, antes de ir, estávamos com preguiça de socializar.

Aliás, pra começar a falar das lições da viagem, vou falar das relações.

No Vale a gente aprende o quanto elas são importantes. Mais que importantes, cruciais. A região é conhecida por sua forte rede de contatos e conexões, que proporcionam oportunidades de networking, colaboração, aprendizado, acesso a recursos e validação dos projetos. Vou falar mais disso em uma próxima edição.

Outro aprendizado: a base de tudo é a rebeldia

Um rebelde, que questiona, que quer fazer diferente, que é inconformado, que questiona o status quo. Questionar tudo faz parte da rebeldia. A rebeldia faz com que a gente saia da inércia.

Vamos seguir?

Contrate bem

Tenha uma base sólida de talentos ao seu lado. No início da Netflix, por exemplo, não havia ninguém júnior. Todo mundo tinha tempo e experiência, para contribuir para que o negócio desse certo. Isso nos diz muito sobre como ter gente boa ao nosso lado ajuda - e muito - no desenvolvimento e sucesso de um novo negócio.

Não insista no erro

Seja no produto, nos processos ou nas contratações, não se apegue. O que não der certo, o que não servir, deve ser substituído. O erro custa caro e é você que paga a conta.

Risco e fracasso fazem parte do processo

A partir do momento que se entende isso, fica mais fácil experimentar. Não sei se você já ouviu falar sobre a mentalidade de experimentação de uma startup. Essas empresas estão sempre testando algo novo, lançando produtos, testando mercados. Se não der certo, ninguém se joga debaixo do primeiro Tesla que passar. Ao contrário: aprende-se com o erro e se segue em frente. Se bobear, de Tesla

Diversidade é importante

Quanto mais diverso seu time, mais você vai ter ideias diferentes. Se todo mundo é muito igual, se todo mundo pensa da mesma maneira, como é que você sai da caixa? Como é que você inova?

Paciência é essencial

Empresas como Lyft, Snapchat e Spotify não dão lucro, sabia? Os investidores do Vale do Silício estão acostumados a esperar 10, 15 e, em alguns dos casos, 20 anos para ter seu retorno do investimento. Mas não se iluda, os IPOs ajudam muito a alcançar o ápice do estado zen do investidor.

Timing é tudo

Uma empresa que se lança cedo demais, sem o mercado estar preparado, com certeza vai ter problemas em ser aceita e tem altas chances de dar errado. Espere o momento certo para se lançar. Mas não espere muito, porque seu bonde pode passar. 

Todo mundo é seu competidor

As empresas estão diversificando seus portfólios e vendendo produtos baseados no consumidor. Por exemplo, empresas automotivas não podem achar que seu negócio é vender carros e sim mobilidade. Assim, ao invés de encarar como concorrência somente outras fabricantes, conseguem enxergar o Uber e empresas de tecnologia como a Apple, que estão desenvolvendo carros autônomos, como competidores. A concorrência se ampliou e as empresas precisam saber disso para se adaptar, inovar e se manterem competitivas. 

Ninguém liga pra você

Todo mundo quer saber o que seu produto ou serviço faz por si próprio. O ego dos consumidores é o que tem levado as empresas que têm os consumidores no centro de seus negócios ao sucesso. Pergunte-se sempre: o que meu consumidor quer? Este é o caminho.

Organizações que duram são aquelas que se reinventam

Se existe algo lá fora que pode matar o meu negócio, eu tenho que dominá-lo. Tenho que conhecer a tecnologia, me reinventar e, principalmente, sobreviver. 

POR QUE IMPORTA?

Vou parar por aqui, embora tenha muito mais a dizer. Mas acho que cobri os principais pontos e tenho certeza que outras coisas vão surgir ao longo das próximas edições da nossa news.

Antes de ir, quero apenas dizer que estou praticando com você uma das maiores lições que aprendi no Vale do Silício: compartilhe tudo

Quando você compartilha conhecimento, além de aumentar as oportunidades de parcerias e novos negócios, você promove o aprendizado acelerado e o avanço tecnológico de toda comunidade ao seu redor.

*Texto publicado originalmente na newsletter “Andrea me conta"

LEITURA RECOMENDADA

Como a Andrea disse acima, uma coisa é conhecer as tendências e inovação via newsletter, vídeos ou textos (como esse). Mas nada supera a experiência, as conexões e oportunidades de negócios de estar in loco no Vale do Silício. A StartSe realiza todos os anos imersões de negócios por lá, conectando executivos e empresas às empresas e profissionais mais inovadores do planeta para voltarem ao Brasil mais competitivos e preparados. Confira aqui todos os detalhes. Será um prazer ter você conosco na próxima turma. Saiba mais

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