O primeiro dia do SVWC, Festival de Inovação e Empreendedorismo da StartSe, contou com criadores e executores do Silicon Valley. Veja os melhores momentos e aprenda como construir produtos disruptivos.
Drone da Matternet (Foto: divulgação Matternet)
, jornalista
8 min
•
19 out 2021
•
Atualizado: 8 ago 2023
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Por Sabrina Bezerra
Assistente virtual, drone, robô financeiro. Essas são algumas das tendências do agora que surgiram no Vale do Silício — referência mundial de inovação, tecnologia e startups bilionárias — e estão impactando pessoas em todo o mundo.
Em um bate-papo na segunda-feira (18/10), durante o SVWC — Festival de Inovação e Empreendedorismo da StartSe —, que teve a temática Silicon Valley, criadores e executores contaram os segredos da criação de produtos inovadores de sucesso.
Você perdeu? Confira abaixo 5 momentos em forma de pílula de conteúdo sobre o que rolou em alguns painéis.
Palestrante: Maurício Benvenutti, sócio da StartSe
Maurício Benvenutti trouxe algumas dicas de Steve Blank, empreendedor em série do Vale do Silício. “Black apresentou a ferramenta ‘Três Horizontes’, da McKinsey. É uma espécie de metodologia que muitas empresas do mundo usam para colocar a rotina diária de inovação”, conta Benvenutti. Confira um resumo:
- Reserve 70% do seu tempo para investir no hoje. “Esse é o seu horizonte de até 3 anos”, explica Benvenutti.
- Separe 20% de sua energia para o horizonte de 5 anos. Neste caso, trata-se de uma nova tecnologia que surgiu e que você deve aplicar no seu produto atual. “Assim, você torna a experiência do usuário melhor”, conta o executivo.
- Por último, invista 10% de seu tempo no horizonte de 10 anos. “É o extremo do seu negócio. Você vai precisar matar parte do que você faz hoje para construir o que você vai ser amanhã.”
Palestrante: Chris Yeh, investidor e mentor renomado do Vale do Silício. Junto com Reid Hoffman, escreveu a obra best-seller Blitzscaling, considerada uma bíblia de crescimento de negócios no Vale do Silício
Durante a palestra, Yeh trouxe várias dicas para os empreendedores. Mas o que significa blitzscaling? De forma bem resumida, trata-se de um conceito que ajuda a empresa a crescer em um ritmo acelerado. “É a busca de crescimento rápido priorizando velocidade sobre eficiência em face da incerteza”, explica ele.
“A maioria de nós quer crescer, mas priorizar a velocidade sobre a eficiência, a frente da incerteza, é desconfortável”.
Yeh citou o caso do WeWork, que há alguns anos priorizou velocidade sobre eficiência. A empresa cresceu e as perdas também. “Quando se faz blitzscaling tem muito risco envolvido e você tem que ter as condições de mercado correta para que isso faça sentido. Precisa ter um mercado grande para que seja sustentável, margem bruta e escalar a organização e operação para a empresa começar a crescer e ganhar muito dinheiro”, diz ele.
Palestrante: Paola Santana, CEO e Fundadora Social Glass, Mentora no Google for Startups e no Lab de Empreendedorismo Social de Stanford
Paola foi uma das fundadoras da Matternet, empresa do Vale do Silício pioneira em redes de logística de drones. À época, o drone era coisa de filme de ficção científica, mas a empreendedora junto com o time mostrou que não. Ao contrário. Era uma realidade que tinha vindo para ficar. Para você ter uma ideia, a inovação chegou no varejo brasileiro. Empresas como Avon, iFood e Natura já usam o equipamento para fazer entregas.
Durante o SVWC, ela contou sobre a importância em criar ideias inovadoras. Para isso, trouxe o conceito moonshot. “É uma ideia inovadora, difícil, complicada. Geralmente a implementação não é muito clara, com chances desconhecidas de sucesso”, diz ela.
Mas se o moonshot é tão imprevisível, por que usá-lo? “A dádiva do moonshot é que essas ideias são maiores do que nós mesmos. Logo, quando decidimos transformar as ideias em realidade nós crescemos com ela e fazemos coisas que não achávamos que seria possível”, completa.
Tom Gruber, palestrante: co-criador da Siri, cientista, inventor e empresário
Gruber foi co-fundador da startup Siri Inc. Mas você sabia que os fundadores da Siri não inventaram a ideia de assistente virtual? “Nós fizemos algo mais importante: nós criamos uma startup que deu vida a ela. Os fundadores se inspiraram em um vídeo criado pela Apple 20 anos antes”, conta o empreendedor.
Então, usaram as inovações existentes no mercado e criaram a Siri. Mas se a inspiração foi um vídeo da Apple, por que a gigante da tecnologia a comprou depois? “A gente tinha visão clara do produto", afirma ele. O segredo não foi criar o produto do zero, mas adaptá-lo para o que seria bom para o mercado. “Foi uma questão de juntar todas as peças."
Dica: “o primeiro fator de sucesso é identificar uma necessidade humana genuína”, aconselha Gruber.
Palestrante: Lawrence Levy, foi CFO & Board da Pixar e autor do livro To Pixar and Beyond: My Unlikely Journey with Steve Jobs to Make Entertainment History
Levy recebeu uma ligação de Steve Jobs para ajudar a tirar a Pixar do fracasso. Ele topou. “Desenvolvi e coloquei em prática a estratégia que transformaria a Pixar de uma empresa ‘fracassada’ em um estúdio de entretenimento multibilionário”, conta ele.
Alguns pilares da estratégia foram:
– Foco
“À época, a gente não tinha recurso para investir em plano b. E eu acredito que a derrocada vem porque as empresas tentam fazer coisas demais. Basta acreditar e focar na ideia principal”, diz o executivo.
– Cultura organizacional
Segundo ele, a cultura da empresa é outra fórmula para alcançar o sucesso. “Na Pixar, a colaboração entre os times se tornou o herói da excelência". Além disso, “a gente passou a resolver problemas ouvindo as pessoas dos mais diversos cargos, e não apenas níveis de gerência”, completa. Levy disse que é mais inteligente focar nas pessoas com habilidades para resolver problemas do que focar em cargos executivos. “Na Pixar era necessário deixar o ego na porta e participar das reuniões com a cabeça aberta sem ficar na defensiva".
Essas foram algumas das inúmeras dicas trazidas por Levy que ajudaram a Pixar a alcançar o sucesso.
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Sabrina Bezerra, head de conteúdo na StartSe, possui mais de 13 anos de experiência em comunicação, com passagem por veículos como Pequenas Empresas & Grandes Negócios e Época Negócios, ambos da Editora Globo.
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