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Núbia Mota: Faça networking com seus principais stakeholders

A head de marketing e novos negócios da Adobe Commerce reflete a sua trajetória profissional. Ela comenta como foi sair de uma startup e ingressar na liderança de uma multinacional, a importância do feedback e do networking, como foi enfrentar o preconceito por ser mulher no mercado de trabalho e traz dicas para fazer um bom marketing pessoal.

Núbia Mota: Faça networking com seus principais stakeholders

Núbia Mota - Head de Marketing e Novos Negócios da Adobe Commerce (Foto: divulgação)

, jornalista

10 min

8 set 2021

Atualizado: 16 jun 2023

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Por Sabrina Bezerra

A voz alegre e simpática de Núbia Mota transmite a felicidade em ser homenageada como Mulher do Agora. Ela também fica empolgada ao contar sobre a trajetória profissional e a importância de um bom feedback.

Atualmente, ela é head de marketing e novos negócios da Adobe Commerce, mas ingressou no mercado de trabalho aos 16 anos. “Tempo depois, eu trabalhei na startup VTEX”, conta Núbia em entrevista à StartSe.

“Ali, eu tive a oportunidade de me desenvolver junto com a empresa. Isso porque, à época — por ser uma companhia jovem — tinha pouquíssimos funcionários. Então, eu aprendia e me desenvolvia todos os dias", completa.

Núbia acompanhou o crescimento da empresa. Da área de atendimento ao consumidor ao posto de head de vendas e sócia da companhia. Sofreu preconceito por ser mulher, contudo, manteve o seu propósito: estar próxima de pessoas boas e estudar muito.

Dez anos depois veio o convite: assumir a liderança da área de marketing e novos negócios da Adobe Commerce. “Aceitar foi uma de minhas decisões mais difíceis”, diz ela.

Na entrevista abaixo, Núbia comenta como foi sair de uma startup e ingressar na liderança de uma multinacional, a importância do feedback, como foi enfrentar o preconceito por ser mulher e dicas para fazer um bom marketing pessoal:

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Você saiu da empresa que trabalhou durante 10 anos para ingressar numa multinacional. Por quê?

Foi uma de minhas decisões mais difíceis. Mas um dos critérios foi me provar que não estava em uma zona de conforto. Foi um ato de coragem sair de uma companhia da qual eu era sócia e trabalhava há dez anos para me desafiar em uma multinacional onde ninguém me conhecia.


O que você pensou ao aceitar o novo trabalho?

Eu pensei: ‘nossa, eu sempre tive contato com o cliente e agora eu vou para uma área estratégica e de comunicação’, mas na verdade todo background que eu tive com o cliente na venda e trabalhando e desenvolvendo o ecossistema de parceiros me ajudou muito.
 

E deu certo? Quais foram os resultados?

Estou na Adobe há pouco mais de dois anos. Temos resultados incríveis ano após ano. Veja: crescemos mais de 20 vezes o nosso tamanho desde que comecei. 

O time da Adobe Commerce, que começou com 8 pessoas, já tem 30 na América Latina. Aliás, tenho uma lista enorme de conquistas, mas todas envolvem muitas pessoas e sou muito grata.

Núbia Mota - Head de Marketing e Novos Negócios da Adobe Commerce (Foto: divulgação)

O que aprendeu com seu primeiro emprego que foi essencial para o seu desenvolvimento profissional como líder?

Quando eu cuidava do atendimento de um e-commerce de vinho na VTEX, eu aprendi a conhecer e a solucionar a dor do cliente. Afinal, ninguém liga em um call center para elogiar. 

[…] Contudo, ter a visão de todos os possíveis problemas que poderiam acontecer numa operação me ajudou muito na hora que eu fui para a linha de frente das vendas e dos projetos. Os problemas não me assustavam, pois eu tinha conhecido todos eles. 

Até hoje eu trago isso comigo, viu? Afinal, no final a gente faz negócio com pessoas que a gente gosta e confia. Por isso, é importante conhecer e ter uma boa relação com o cliente. A experiência no atendimento me ensinou que a voz do consumidor é a mais importante.

E eu convido vocês, que estão lendo essa matéria, a passar um dia no SAC da empresa. Ou ligar para os dez maiores clientes e perguntar o motivo que eles compram da companhia. Isso vai ajudar a ter uma visão que nenhum documento e relatório poderão oferecer. É o feedback olho no olho dos clientes que vale. São eles, que no final, nos mantêm empregados.

E eu falo para o meu time: ‘como você vai criar uma estratégia de marketing se você nunca vendeu o produto? Se você não ouve o cliente? Se você não sabe por que ele comprou a sua solução? Por que ele está feliz ou infeliz?’

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E na sua carreira, qual foi o melhor feedback e conselho que já recebeu?

A dar mais atenção para o time interno. À época, foi um feedback duro, porque é muito difícil ouvir algo que está na nossa frente. Por eu vir de uma startup, eu sempre fui focada em fazer um pouco de tudo e mostrar o meu trabalho para fora do mercado. Ali, eu virei a chavinha da carreira.


Como?

Deixei de participar de muitos eventos para me dedicar ao público interno da Adobe. Passei a fazer mentoria interna, a ensinar e aprender com os outros. E olha, eu sou muito grata a esse conselho que recebi. Acho que feedback é um presente. A pessoa para o tempo dela para te aconselhar e, ninguém dá conselho por querer o seu mal, e sim o seu bem. Sou grata.

Em uma de suas redes sociais, você falou sobre a importância do marketing pessoal dos funcionários. Conte, por favor, como os gestores podem ensinar o marketing pessoal aos colaboradores e por que o tema é importante?

Muitas pessoas têm o tabu de que se vender é algo ruim. Mas gente, qual é o problema nisso? Você está ali para mostrar o seu trabalho. Acho que tem que acertar o tom de acordo com a empresa e a cultura do lugar. 

Porém, não tem problema nenhum em mostrar o seu trabalho. Ao contrário. Qual líder não gostaria de receber no final do mês um e-mail do seu colaborador dizendo quais foram as tarefas feitas e os resultados? O que aprendeu? Eu faço isso e adoro.

Vale também incentivar o time a mergulhar dentro da própria empresa. Diga para conversar e criar relações de networking com os principais stakeholders que possam ajudar o trabalho e como uma área pode ajudar a outra.

Vale o marketing externo também: participar de eventos, se aproximar de gente que admira e fazer postagens no LinkedIn.

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Você já sofreu preconceito por ser mulher no ambiente de trabalho?

Sim. No começo da minha carreira [não foi na VTEX]. Muitos comentários de mulheres, não só de homens. Ouvia frases do tipo: ‘ela vende mais contratos porque é bonita’ ou ‘ah, ela conseguiu desenvolver essa área só porque é a preferida do chefe’. 

As pessoas, infelizmente, e estou falando de uma minoria muito pequena, não conseguem normalizar falar bem do próximo porque elas sentem que estão apagando elas mesmas. 

Eu sou bem resolvida comigo e passo mais tempo falando bem de alguém. Pois, se eu não estiver trabalhando com pessoas que eu admitro a ponto de elogiá-las, algo está errado. 

[…] Eu até brinco dizendo que as pessoas vão ter que ser criativa para falar do meu trabalho, viu? Sem modestia nenhuma, eu sou muito boa no que eu faço. Mas eu sou muito boa porque eu trabalho muito, eu erro e aprendo muito.

Para você, qual é o ambiente de trabalho ideal?

Eu vivo ele (risos). Eu tenho uma diretora que é muito humana. Ela vem do marketing, e eu de vendas. Uma apoia a outra. A gente dá muita risada e mesmo quando estamos fazendo algo trabalhoso, o ambiente é alegre e as pessoas podem ser elas mesmas.

É um ambiente com liberdade para criar e errar. E isso é ótimo. Os erros permitem que a gente se desenvolva. 

Quer saber mais? A entrevista completa vai ao ar em formato de podcast no dia 27 de setembro. Anote na agenda! Além do Spotify, o episódio estará disponível no Google Podcasts, Apple Podcasts e Deezer.

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Sabrina Bezerra, head de conteúdo na StartSe, possui mais de 13 anos de experiência em comunicação, com passagem por veículos como Pequenas Empresas & Grandes Negócios e Época Negócios, ambos da Editora Globo.

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