A empresa foi avaliada em US$ 2,2 bilhões e se torna duplo unicórnio. O que isso significa para a startup?
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9 min
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23 mar 2021
•
Atualizado: 8 ago 2023
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Por Sabrina Bezerra
A Loft, plataforma digital que usa a tecnologia para simplificar a venda e compra de imóveis, recebeu um novo aporte de US$ 425 milhões numa rodada série D, que a avaliou em US$ 2,2 bilhões. O investimento a torna a maior proptech — startup do mercado imobiliário — da América Latina.
“Com essa rodada, a gente coloca o ecossistema de tech no Brasil cada vez mais no mapa mundial”, diz Mate Pencz, cofundador e CEO da Loft, em entrevista à StartSe. Segundo o executivo, os investidores enxergaram que a proposta “ponta a ponta de marketplace da Loft é uma solução que o mercado deseja”.
O investimento foi liderado pelo fundo norte-americano D1 capital — que já investiu em empresas como Robinhood e SpaceX. O aporte também contou com a participação dos investidores globais Advent International, Altimeter Capital, Canada Pension Plan Investment Board, DST Global, Emerging Variant/Soros, Silver Lake, Tarsadia Capital e Tiger Global. Também participaram da rodada investidores existentes, incluindo Andreessen Horowitz, Caffeinated Capital, Fifth Wall Ventures, Monashees, QED Investors, Vulcan Capital e Zigg Capital.
Segundo Pencz, com a chegada da covid-19, muitas pessoas perceberam que é possível fazer transações de forma 100% digital. E essa tendência atraiu o olhar dos investidores de peso. Além disso, ter superado o resultado previsto em 2020 também chamou atenção do mercado.
Os fundadores da empresa permanecem com cerca de 40% do capital — mantendo o controle sobre ela — e os investidores, em torno de 15%.
Quando o assunto é IPO (Oferta Inicial de Ações), Pencz afirma que não tem pressa. Mas destaca que a maior parte dos investidores dessa rodada têm o “crivo em investir em empresas de capital aberto”. Portanto, a decisão será avaliada nos próximos semestres e anos. "Mas não tem uma data específica”, afirma.
“A minha ambição sempre foi criar uma empresa com capital aberto. Acho que, se a Loft concretizar a visão dela de continuar sendo a maior plataforma da região, seria muito gratificante fazer o IPO acontecer”, diz Pencz.
O cofundador conta que a empresa ainda tem parte do aporte da Série C — feito em janeiro do ano passado, que a deu o título de unicórnio (valuation de US$ 1 bilhão).
O executivo conta que não haverá nada de muito novo. “Vamos continuar fazendo mais do mesmo”, afirma. A ideia é ampliar o portfólio: quintuplicar a oferta de apartamentos em bairros onde opera (São Paulo e Rio de Janeiro) e continuar investindo em tecnologia. Num segundo momento, a expansão acontecerá em outras cidades, mas nenhuma, por enquanto, está na mira da empresa.
Pencz também diz que não há planos — ao menos neste momento — para fazer novas aquisições (a Loft já comprou empresas como: Decorati, Spry, Nomah e Invest Mais). “Mas arrisco a dizer que se não for este ano, no próximo a gente vai ter mais aquisições”, diz Pencz.
Foi em 2018, em São Paulo, que a história da Loft começou. Quando os empreendedores Florian Hagenbuch e Mate Pencz, tinham um objetivo em comum: trazer a experiência de compra e venda de imóveis para o mundo digital. Conseguiram com a ajuda de importantes investidores globais. Não à toa a empresa se tornou o primeiro unicórnio brasileiro do ano passado.
Hoje, a companhia tem cerca de 15 mil apartamentos ativos à venda em São Paulo e no Rio de Janeiro. Os imóveis estão distribuídos em cerca de 130 bairros nas duas cidades. Além disso, o unicórnio tem 30 mil corretores parceiros e gera cerca de 18 mil oportunidades de trabalho e renda — diretos e indiretos — na construção civil.
A empresa oferece serviços de compra e venda de apartamentos. Na plataforma, é possível buscar opções de imóveis, visitar de forma online e presencial (a segunda opção precisa de agendamento), assinar documentos e emitir a escritura de forma virtual. Segundo a companhia, cerca de 97% dos contratos assinados na plataforma são feitos online.
Já a precificação dos imóveis funciona por meio de algoritmos: a tecnologia se baseia nos valores de compra e venda dos apartamentos registrados em documentos públicos, como as escrituras registradas em cartório, por exemplo. Os usuários não pagam pela precificação. “Como também somos compradores, oferecemos de forma gratuita a todos a solução de precificação de apartamentos que usamos todos os dias, para fazer negócios nas duas pontas”, afirma Mate Pencz, fundador e co-CEO da Loft, em nota.
Mesmo em meio à pandemia, as construtechs e as proptechs (empresas de tecnologia voltadas para os setores de construção civil e imobiliária) apresentaram crescimento no último ano. Segundo o Mapa de Construtechs e Proptechs realizado pela Terracotta Ventures, gestora de investimentos em empresas de tecnologia, o setor cresceu 23% em 2020 em comparação com 2019.
No acumulado dos últimos quatro anos, houve aumento de 180% no número de startups do setor. Os principais polos no segmento estão em São Paulo (293); Santa Catarina (83) e Paraná (63).
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Sabrina Bezerra, head de conteúdo na StartSe, possui mais de 13 anos de experiência em comunicação, com passagem por veículos como Pequenas Empresas & Grandes Negócios e Época Negócios, ambos da Editora Globo.
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