Vitrine de QR Code: o novo formato de vendas do Boticário

Por Sabrina Bezerra

Pois é. A moda agora — ao menos se depender do Grupo Boticário — é loja de parede. Você olha, mira a câmera do celular, compra e, em alguns dias, recebe os produtos na sua casa. 

Não está entendendo nada? Eu explico. Em determinadas paredes do Terminal Tietê e na Linha 4 Amarela do Metrô de São Paulo terão uma espécie de vitrine, com foto, descrição e código dos produtos da marca Boticário (veja a imagem abaixo). 

As pessoas interessadas em comprar apontam o celular para o QR Code do item desejado, depois serão direcionadas ao e-commerce (já com o produto no carrinho) e pronto. Basta finalizar a compra que será entregue no endereço indicado — e com frete grátis.

Hoje comprei das paredes…

Serão expostos cerca de 41 produtos de cabelos, cuidados pessoais e produtos de perfumaria do Boticário. Por enquanto, as outras marcas do Grupo — Eudora, Quem Disse, Berenice?; BeautyBox, Multi B, Vult, Beleza na Web e O.u.i — ficam de stand by. 

O frete grátis pode ser uma boa sacada para estimular a compra dos produtos. Já que, segundo dados do Mercado Pago, 53% das pessoas deixam de comprar por causa do valor da taxa de entrega. 

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LOJA DE PAREDE É UMA TENDÊNCIA?

Ainda é cedo para falar. No caso do Grupo Boticário, a vitrine omnichannel (física e digital) — idealizada pela Mooz, unidade de soluções financeiras para o varejo da empresa — está em fase piloto.

Contudo, foi criada com “o objetivo de fortalecer a estratégia multicanal e atender às novas necessidades e desejos de compra dos brasileiros”, disse em nota a companhia. O que pode inspirar outras varejistas.

Uma ideia como essa visa ampliar os canais de vendas, claro. Mas vai ao encontro do comportamento do consumidor, que está cada vez mais usando o celular para fazer compras.

“Uma das grandes tendências [do e-commerce] é o crescimento [das vendas feitas por] celular. (…) As pessoas estão passando mais tempo no telefone, e é um número que vai continuar crescendo”, diz em entrevista ao quadro Mulheres do Agora Núbia Mota, head de marketing e novos negócios da Adobe Commerce.

O que você pode aprender? Pense na estratégia de marketing e produza conteúdo que faça sentido no smartphone também. Use a criatividade. Isso porque, “o mercado de e-commerce e o de tecnologia como um todo está superaquecido”, conta Núbia. 

Dica extra: segundo a especialista, se você tem um pequeno ou médio negócio, você "tem a liberdade de fazer coisas que os grandes não conseguem porque não é escalável. (…) Tenha um contato [com o consumidor] mais humanizado. (…) Faça o que os grandes não conseguem fazer", conta Núbia.

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POR QUE IMPORTA?

As vendas online estão indo bem. No primeiro semestre deste ano faturou R$ 53,4 bilhões. Trata-se de um aumento de 31% em comparação com o mesmo período do ano passado, segundo dados da Webshoppers, com a consultoria Ebit | Nielsen em parceria com o Bexs Banco.

Em meio aos bilhões, adivinhe quem se destacou? Sim, os celulares. 53% das vendas foram feitas por meio deles. Além disso, a pesquisa Panorama Mobile Time/Opinion Box feita em 2020, apontou que 48% dos brasileiros já fizeram compras por meio de QR Code. 

Os números mostram, portanto, que o futuro do varejo está atrelado ao celular e ao QR Code. Não é à toa que o Grupo Boticário quer parte dessa fatia. E a loja de parede pode ser uma das estratégias para isso. Seguimos acompanhando as próximas inovações do varejo no SVWC 2021. Para ficar por dentro também, faça a sua inscrição aqui. É online e gratuito.