Para oferecer novas experiências aos usuários, startups e grandes empresas criam lojas virtuais em 3D, com avatares apresentadores de live commerce, gamificação e provador virtual. Entenda!
(Foto: divulgação Lojas Renner)
, jornalista
7 min
•
8 dez 2021
•
Atualizado: 19 mai 2023
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Por Sabrina Bezerra
Imagine: você acessa uma loja virtual, anda pelos corredores e visita as prateleiras dos produtos como se estivesse no espaço físico. Durante a experiência, recebe o convite para participar de jogos dentro do local para ganhar cupons de descontos.
É divertido ou entediante? Não sei a sua resposta, mas o fato é que essa pode ser a nova tendência do e-commerce — impulsionada pelo metaverso (universo digital que as pessoas interagem como se estivessem pessoalmente).
E sim, já existe. Algumas empresas como Lacta, Lancôme e Armani Beauty Germany criaram as suas próprias versões, com a ajuda da startup israelense Byondxr.
Cada loja é personalizada de acordo com o gosto da empresa. No caso da Lacta, o espaço — lançado recentemente — é em 3D. Funciona assim: é preciso clicar e arrastar para navegar no ambiente. Ao entrar, você se depara com balcões com chocolates e trufas e, se tiver interesse, pode comprá-los. Basta adicionar ao carrinho e finalizar a compra.
Estrutura: a porta de entrada é similar às de lojas de rua, o piso parece porcelanato frio e as paredes têm tablets com a imagem das redes sociais. Atualmente, a decoração é natalina: tem fios de luz, árvore de Natal e espaço para presente.
Além disso, você pode procurar trufas escondidas. Encontrou? Ganhou cupom de desconto para usar na plataforma. A técnica usada é a de gamificação e ajuda a engajar clientes. Saiba mais aqui.
Na loja 3D da Lacta, não é preciso usar óculos de realidade aumentada — algo que será cada vez mais comum no metaverso. Neste caso, a ideia é oferecer uma experiência acessível e intuitiva ao consumidor.
No site da Lâncome, o espaço é similar ao da Lacta, mas tem outra inovação: um provador virtual de maquiagens. Como? Segundo o site da companhia, por meio de realidade aumentada. Para usá-lo, basta clicar no produto, ligar a câmera ou carregar imagem e pronto é possível provar em tempo real os itens de beleza em seu rosto.
Em parceria também com a ByondXR, a Armani Beauty Germany criou uma loja pop up virtual para a temporada de Natal. O ambiente online é parecido com o espaço físico e permite que os usuários naveguem, provem e façam as compras como se estivessem fisicamente. A experiência também é interativa. Isso porque, oferece jogos de memória e de perguntas e respostas sobre a marca. Quem acertar, ganha brindes. Além disso, é possível tirar fotos dentro do espaço e usar maquiagem virtual.
Em parceria com o Snapchat, a Renner lançou a lente try-on no mercado brasileiro. Isso significa que a clientela poderá experimentar até 3 modelos de calçados por meio de realidade aumentada, disponíveis no Snap Camera. O próximo objetivo é que os clientes experimentem produtos como bijuterias, camisetas, óculos, maquiagens e relógios.
Segundo o Snapchat, em um teste beta com mais de 30 marcas atuantes em diversos setores, os Snapchatters — usuários da plataforma — experimentaram produtos por meio da tecnologia de RA por mais de 250 milhões de vezes. O resultado? Probabilidade 2,4 vezes maior em comprar os itens.
+ Snap sai na frente e lança óculos de realidade aumentada antes dos concorrentes
Vale lembrar que site em 3D não é algo novo, mas é uma boa porta de entrada para o metaverso. Isso porque, dentro dele é possível criar avatares, live commerce, gamificação e experiência com óculos de realidade virtual — temas em alta quando o assunto é comércio eletrônico e interação entre o mundo físico e o online.
Ou seja, essas marcas estão aproveitando a inovação para se aproximar e marcar território no metaverso. Pode parecer algo muito distante para virar moda? Talvez. Mas o fato é que o mercado de e-commerce tradicional brasileiro não fez tanto sucesso no começo, e hoje movimenta bilhões. No ano passado, por exemplo, faturou R$ 126 bilhões, segundo a Associação Brasileira de Comércio Eletrônico. Vale ficar de olho na loja no metaverso.
Outro ponto a observar é que o consumo da Geração Z é diferente das gerações passadas. Veja só: atualmente, esse público passa mais tempo jogando, socializando e comprando dentro dos games. Logo, oferecer um e-commerce que tem esses pilares pode atrair a clientela.
Mas os usuários visitam esse tipo de loja? Sim. Os internautas passam 250% mais tempo nas lojas virtuais desse tipo do que nas versões tradicionais. É o que diz Noam Levavi, CEO da startup ByondXR. A empresa cria lojas virtuais em 3D, com tecnologia XR — agrupamento de inovações como realidade aumentada, virtual e mista — que permite que visitantes naveguem por uma loja virtual, selecione produtos nas prateleiras e experimente-os de forma online. Além disso, oferece avatares apresentadores de live commerce e gamificação.
Além disso, segundo a Deloitte, 94% das pessoas pretendem usar a realidade aumentada para fazer mais compras em 2022 em comparação com 2021.
“Para entender o impacto do metaverso, a Kantar IBOPE Media resolveu analisar o comportamento do público que já é usuário desse tipo de experiência inicial. Hoje, 6% dos internautas no Brasil passam tempo em ambientes virtualizados, a exemplo de Second Life e World of Warcraft (WoW)”, diz a pesquisa.
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Sabrina Bezerra, head de conteúdo na StartSe, possui mais de 13 anos de experiência em comunicação, com passagem por veículos como Pequenas Empresas & Grandes Negócios e Época Negócios, ambos da Editora Globo.
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