Amazon Go no Brasil? Entenda como a Carrinho Cheio abriu lojas autônomas durante a pandemia para oferecer uma experiência semelhante
, jornalista da StartSe
5 min
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24 mar 2021
•
Atualizado: 19 mai 2023
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Por Tainá Freitas
Conveniência. Esse é o objetivo do negócio comandado por Felipe Lanza, CEO da Carrinho Cheio. A empresa busca oferecê-la a partir de duas verticais: delivery e lojas autônomas.
As lojas autônomas são estabelecimentos comerciais onde há a ausência (parcial ou completa) de funcionários. Elas não possuem caixas e o pagamento é totalmente online. Um dos maiores exemplos do segmento é a Amazon Go, que conta com mais de 26 unidades nos Estados Unidos, e foi justamente a referência que deu a ideia para Lanza criar algo similar. No início, o plano era trazer a tecnologia utilizada pela gigante do varejo para o Brasil, mas o custo financeiro tornou-se inviável.
A Carrinho Cheio iniciou em 2017 como uma startup de entregas de produtos típicos de lojas de conveniências – snacks, refrigerantes, bebidas alcoólicas, entre outros. A companhia oferece o delivery até 2h da manhã, com entregas em até 30 minutos, em Londrina, no Paraná.
A criação da loja autônoma permitiu que a companhia passasse a oferecer os produtos 24 horas por dia, agora com o cliente indo até eles. As sete unidades disponíveis hoje estão em Londrina, mas a primeira loja de São Paulo, em Cotia, está em fase de finalização.
“Nós utilizamos visão computacional, machine learning e radiofrequência para mapear todo o percurso dentro das lojas. Nós analisamos se um cliente primeiro pega um salgadinho e depois uma cerveja, por exemplo; quanto tempo fica olhando cada gôndola, entre outros, o que gera um grande banco de dados”, explica Felipe Lanza em entrevista à StartSe.
Para realizar compras, é necessário ter o aplicativo da Carrinho Cheio instalado. Para abrir a porta, é necessário que o cliente escaneie o QR Code na porta de entrada para ser identificado.
As etiquetas com radiofrequência – também chamado de RFID – permitem a identificação de cada produto no ato do pagamento, que acontece na cabine de saída. Ao entrar pela porta automática com a cesta, o cliente pode colocar os produtos na sacola, escanear o QR Code para se identificar novamente e confirmar os valores exibidos na tela. Depois é necessário apenas confirmar a compra, transacionada pelo cartão de crédito.
Confira no vídeo abaixo uma experiência de compra autônoma na loja Carrinho Cheio:
A Carrinho Cheio precisa de apenas um funcionário rondando as lojas ocasionalmente para mantê-las funcionando. A pessoa realiza apenas a gestão de estoque (que é próprio da companhia) e higienização de cestas (principalmente devido à pandemia).
“A pandemia prejudicou muitos negócios no varejo, mas não está prejudicando o nosso segmento. O fato de viabilizar um ambiente sem contato com pessoas, 100% controlado por câmeras e higienizado ajuda. O cliente encosta apenas nos produtos que irá levar para casa, na cesta e, no máximo, na tela de confirmação”, conta Lanza.
O CEO da Carrinho Cheio relata que, em geral, as pessoas têm facilidade em se adaptar ao novo modelo. “Existe uma restrição pelo fato de o pagamento ser apenas via cartão de crédito, mas não há uma resistência de aderir ao novo”, conta. Há ressalvas apenas quanto a ausência de pessoas e receio de não conseguirem abrir a porta para sair, embora todas as lojas possuam botão de pânico caso haja qualquer problema.
A Carrinho Cheio não é a primeira loja autônoma no Brasil – e, provavelmente, também não será a última. Entre as concorrentes, temos a OMNIBOX, Zaitt, Onii, Boxy, etc. No entanto, isso não é exatamente preocupante à startup.
“Acreditamos que a concorrência é maravilhosa, pois quando a pessoa tem a experiência de fazer uma compra em loja autônoma, é um potencial cliente para nós ao chegar em uma cidade que estamos”, comenta o CEO da companhia.
A gente visitou uma loja da Zaitt e compartilhamos essa experiência com você! Assista:
A concorrente que mais inspira a Carrinho Cheio é a Amazon Go. Um dos objetivos da companhia é de utilizar 100% a visão computacional nas lojas (a Amazon não tem etiquetas especiais, por exemplo) para evitar erros.
“Na Amazon eles identificam desde a cor da camiseta que você está usando até o produto que pegou”, explica Lanza. “Sem a visão computacional, ao trocar produtos de marcas diferentes de lugar, pode causar problemas no sistema”.
Esse é, no entanto, um objetivo para o futuro. A companhia planeja implementar o modelo apenas quando tiver mais desenvolvido e, até lá, ainda há um caminho a ser percorrido.
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, jornalista da StartSe
Jornalista formada pela Faculdade Cásper Líbero. Apresenta o podcast Agora em 10 na StartSe e também atua na área de Comunidades na empresa. É especialista em inovação, tecnologia e negócios.
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