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Onda de demissões? Sami e Kavak entram na lista de startups que estão demitindo

Startups de alto desempenho com avaliações recordes, enormes metas de contratação e planos de expansão ambiciosos agora estão anunciando desacelerações nas contratações, congelamentos e, em alguns casos, demissões generalizadas

Onda de demissões? Sami e Kavak entram na lista de startups que estão demitindo

Carros da Kavak (foto: divulgação)

, Jornalista

4 min

31 mai 2022

Atualizado: 19 mai 2023

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Por Camila Petry Feiler

Startups estão demitindo. A notícia mais recente é que a healthtech Sami demitiu 75 de seus 550 funcionários. O movimento acontece 6 meses depois da empresa receber um aporte de R$ 111 milhões. A Kavak, conhecida como a Loft dos carros, também demitiu. Neste caso, mais de 150 pessoas foram demitidas.

15 MIL SÓ EM MAIO

Não se fala em outra coisa: as startups estão vivendo um período difícil e a conta está vindo em demissões. A unicórnio Vtex, por exemplo, dispensou mais de 10% do seu quadro de funcionários. Em um cenário global, foram mais de 15 mil trabalhadores de tecnologia a perder o emprego só no mês de maio, de acordo com o Layoffs.fyi, um agregador de demissões atualizado em tempo real. 

O agregador foi criado no início de 2020 para coletar e tabular as demissões de startups. Baseando-se em reportagens da mídia e outras fontes, a fonte de dados era uma propriedade importante durante a desaceleração inicial do COVID-19.

Mas o cenário foi diferente: no início, sim, muitas demissões, mas que logo deram espaço para que muitas empresas de tecnologia voassem durante a pandemia -- a busca por softwares e aplicativos que dessem conta da demanda, tanto de clientes quanto de investidores, alimentou a bolha do SaaS em 2021. 

Além disso, como bem disse Bill Gurley, da Benchmark,  em um tweet em abril de 2022: “Uma geração inteira de empreendedores e investidores em tecnologia construiu suas perspectivas completas sobre avaliação durante a segunda metade de uma incrível corrida de mercado em alta de 13 anos.”

Agora, entretanto, o cenário mudou. “Ninguém pode prever o quão ruim a economia pode ficar, mas as coisas não estão boas”, disparou a aceleradora Y Combinator, um dos oráculos do mercado de startups no Vale do Silício. Em carta, eles orientam que os fundadores mantenham as suas startups com os fundos que têm em caixa ou que levantem investimentos o mais rápido possível.

Se a tendência continuar, os níveis de demissão tendem a crescer nas startups ao longo do ano. 

O CENÁRIO NO BRASIL

Escritório vazio com computadores (foto: SolStock/Getty)

Os números levantados pela Layoff. Fyi em 2022 mostram algumas demissões também no Brasil, olha só:

Fevereiro: Liv Up (15%)

Abril: Facily (30%), QuintoAndar (4%), Loft (159 pessoas)

Maio: Olist (150 pessoas), VTEX (13%), Zak (40%), SumUp (3%)

POR QUE IMPORTA

Depois de uma corrida de 13 anos, as startups chegaram a um momento crítico. A desaceleração reflete um movimento global e tende a impactar muita gente. A corrida por unicórnios e a fase de celebração das startups de grande sucesso parece ter acabado, vendo nas demissões um recado do que está por vir. A busca agora é por sustentabilidade, lucro e equilíbrio financeiro.

A gente tem comentando sobre como é possível reagir às mudanças e superar a crise, de olho no lucro e crescimento no PMEx, confere aqui.

 

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Imagem de perfil do redator

Jornalista focada em empreendedorismo, inovação e tecnologia. É formada em Jornalismo pela PUC-PR e pós-graduada em Antropologia Cultural pela mesma instituição. Tem passagem pela redação da Gazeta do Povo e atuou em projetos de inovação e educação com clientes como Itaú, Totvs e Sebrae.

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