A Meta continua na pior crise de sua história. Ela irá demitir, mais uma vez, dez mil funcionários -- e também mudar completamente a forma como trabalha. Entenda
Foto: Getty Images
, jornalista da StartSe
6 min
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14 mar 2023
•
Atualizado: 19 mai 2023
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A Meta está descrevendo o ano de 2023 como “seu ano de eficiência”. E foi assim que Mark Zuckerberg iniciou a carta em que anuncia a demissão de mais 10 mil funcionários. Para relembrar: a companhia já havia demitido 11 mil pessoas em novembro do ano passado.
Aquele período foi descrito como a maior crise da história da Meta – e as novas demissões reforçam que ela ainda não acabou. Agora, o CEO da companhia adiantou quais serão as primeiras equipes impactadas: RH (principalmente com foco em recrutamento), tecnologia (a expectativa é que aconteça ao fim de abril) e negócios (ao fim de maio).
“Isso será difícil e não há como contornar isso. Significa dizer adeus para colegas talentosos e apaixonados que vinham fazendo parte do nosso sucesso. Eles se dedicaram para a nossa missão e eu sou pessoalmente grato por seus esforços. Nós iremos apoiar essas pessoas da mesma forma que fizemos antes e tratar a todos com a gratidão que eles merecem”, escreveu Zuckerberg em um e-mail enviado a todos os funcionários.
Ele responde: “o ano passado foi um grande despertar. A economia mundial mudou, a pressão competitiva cresceu e nosso crescimento diminuiu de forma considerável. Nós reduzimos orçamentos, nossa pegada imobiliária e fizemos a difícil decisão de diminuir 13% da nossa força de trabalho”.
A Meta acredita que essa realidade econômica irá continuar por muitos anos e, por isso, planeja inclusive mudar a forma de trabalho dos funcionários que permanecem.
Embora seja uma grande corporação, a Meta está retornando a algumas raízes de startup. Isso porque ela planeja deixar a empresa mais enxuta (...você lembra do livro Startup Enxuta? Então…) ao remover algumas camadas de gerentes do organograma.
“Nós iremos pedir para que vários gerentes se tornem ‘contribuidores individuais’. Nós também teremos contribuidores individuais reportando a quase todos os níveis para que as informações entre pessoas executando e gerenciando o trabalho sejam mais rápidas”, descreveu Zuckerberg.
Na prática, um “contribuidor individual” é um profissional que se autogerencia. Ele pode ser o gerente de um projeto individual ou de um time, mas não possui nenhum liderado. “Nós ainda acreditamos que gerir cada pessoa é muito importante, então, em geral, não queremos que gestores tenham mais do que dez pessoas reportando diretamente”, explicou.
Novamente, assim como uma startup, a Meta quer se tornar mais rentável novamente para que possa investir e inovar mais.
“Eu acredito que estamos trabalhando em algumas das tecnologias mais transformadoras que nossa indústria já viu”, disse Zuckerberg. E ele está falando de inteligência artificial (e como eles desejam inseri-la em todos os produtos), metaverso e os aplicativos que já possuem e conectam pessoas: Instagram, WhatsApp e Facebook.
Essa continua, sim, sendo a pior crise da história da Meta. E como incentivar os funcionários neste cenário? Confira a mensagem final do CEO e fundador da companhia:
“Em termos de como devemos trabalhar durante este período, eu encorajo que cada um de vocês foquem no que vocês podem controlar. Isso é: faça um ótimo trabalho e ajude seus colegas. Nossa comunidade é extremamente resiliente. A mudança nunca é fácil, mas nós sabemos que iremos passar por ela e sairmos ainda mais fortes, como uma companhia que pode criar produtos mais rapidamente e permite que vocês façam o mesmo trabalho de suas carreiras”.
O exemplo da Meta confirma a teoria: se tecnologia e gestão não caminham juntos na empresa, então chegou a hora de rever a estratégia. Um setor de tecnologia não possui direção sem uma boa gestão – e a gestão nunca será boa se não for atualizada de acordo com o momento da empresa, dos clientes e do mercado.
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, jornalista da StartSe
Jornalista formada pela Faculdade Cásper Líbero. Apresenta o podcast Agora em 10 na StartSe e também atua na área de Comunidades na empresa. É especialista em inovação, tecnologia e negócios.
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