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Em carta aberta, investidor diz que a Meta se perdeu em uma “terra de excessos”; entenda

Gestor de um dos maiores fundos big tech diz que Mark Zuckerberg precisa reduzir gastos e voltar a focar no que importa.

Em carta aberta, investidor diz que a Meta se perdeu em uma “terra de excessos”; entenda

Mark Zuckerber apresenta a marca Meta (foto: reprodução)

, Head de Conteúdo

7 min

26 out 2022

Atualizado: 1 jun 2023

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Será que o grande plano de Mark Zuckerberg para a construção do metaverso está errado ou apenas chegou antes do tempo certo? Não bastasse a queda de resultados, os anúncios de demissões e a variação negativa de valor da Meta, agora a empresa enfrenta uma nova crise: uma carta aberta divulgada por um dos maiores investidores da companhia com um recado claro: a Meta “perdeu a confiança de seus investidores”.

O texto foi publicado por Brad Gestner, gestor do Altimeter Capital, um dos maiores fundos tech do mundo e o terceiro maior acionista da empresa de Zuckerberg.  

Ao longo de duros e detalhados 27 parágrafos, o executivo critica o que avalia serem sucessivos erros estratégicos e operacionais da Meta. Na avaliação de Gestner, a empresa precisa “entrar em forma”.


CRISE DE CONFIANÇA

A carta acusa a Meta de se perder em uma “terra de excessos” onde há “muitas pessoas, muitas ideias e pouca urgência”. O principal sinal disso? O investimento da empresa na criação de um metaverso. “A sabedoria convencional – da imprensa e dos investidores – é de que o core business atingiu um muro no semestre passado. Como resultado, a empresa pivotou para o metaverso – incluindo uma mudança surpresa do nome para Meta. Pior, esse ceticismo parece ter sido confirmado com uma quase imediata e significativa perda nos resultados financeiros e uma continuada perda de performance em 2022”, diz no texto.

Entre os principais pontos negativos destacados por Gestner, estão a queda de 55% do valor das ações da companhia – um número alto quando comparado aos 19% de big techs equivalentes.

Só este ano, as ações da Meta já caíram mais de 60%.

Mark Zuckerberg, fundador e CEO do Facebook (foto: Getty)

PLANO DE RECUPERAÇÃO

Mas não apenas de bronca é feito o texto do investidor. Na verdade, a maior parte da carta é dedicada a detalhar um plano de recuperação e foco para a big tech, entre eles:

  • Reduzir o custo de empregados em 20%.
  • Reduzir as despesas de capital em pelo menos US$ 5 bilhões (para US$ 25 bilhões).
  • Limitar o investimento no metaverso e na divisão Reality Labs para no máximo US$ 5 bilhões por ano.

Sabe qual deveria ser o investimento principal na opinião do acionista? Inteligência Artificial.

“Nós acreditamos que o futuro está na IA. Na verdade, acreditamos que inteligência aumentada e artificial tem o potencial de guiar mais produtividade econômica do que a própria internet”, afirma Gestner, e cita alguns projetos desenvolvidos pela Meta. “Do Grand Teton, ao Tradutor Universal de Fala ao Make-A-Video, nós estamos testemunhando um momento cambriano em IA, e a Meta sem dúvidas está bem posicionada para ajudar a inventar e monetizar esse futuro”.

Foto: Divulgação/Meta

PERÍODO DIFÍCIL

A maior insegurança causada pela Meta está na longa perspectiva para retorno financeiro do investimento no metaverso. 

Zuckerberg anunciou uma injeção de US$ 10 bilhões a 15 bilhões por ano no projeto, com expectativa de resultados relevantes apenas dentro de 10 anos. A aposta seria dominar a tecnologia nesse novo universo e depois tirar proveito quando as demais marcas chegarem lá. 

O fundador já havia alertado sobre um “período difícil” para a empresa nos próximos meses. Mas o que a princípio parecia a avaliação adiantada de uma liderança focada foi interpretado como incerteza estratégica pelos próprios investidores.

POR QUE IMPORTA?

A Meta não se manifestou sobre a carta, mas as declarações do gestor refletem a insegurança de boa parte do mercado em relação ao metaverso. Mas é importante levar em conta: Gestner deixa claro que a chegada do metaverso é inevitável e “a próxima geração em comunicação e colaboração.” Porém, a dificuldade em explicar o que exatamente é o metaverso é uma barreira grande para ter retorno financeiro agora.

O dilema segue sendo o mesmo de outras empresas (de diversos portes): entrar agora em um mar incerto para colher frutos primeiro ou esperar até o mercado ter mais segurança, com o risco de enfrentar uma competição muito maior. Mark Zuckerberg parece ter feito sua escolha, resta saber que vai acompanhá-lo nessa jornada…

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Head de Conteúdo e Partner na Startse. Mais de 20 anos de experiência na coordenação e produção de conteúdo editorial e para marcas. Fala sobre estratégia, inovação, tecnologia e comunicação.

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