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Por que a Microsoft pagou bilhões na Activision Blizzard?

Empresa anuncia compra da desenvolvedora por US$ 68,7 bilhões. A aquisição coloca a gigante da tecnologia como a terceira maior empresa de jogos do mundo em receita. Entenda!

Por que a Microsoft pagou bilhões na Activision Blizzard?

Game Xbox com logos da Microsoft e Activision Blizzard (foto: montagem/Billy Freeman/Unsplash)

, jornalista

4 min

19 jan 2022

Atualizado: 19 mai 2023

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Por Sabrina Bezerra

A Microsoft vai comprar a empresa de game Activision Blizzard. Mas longe de ser uma movimentação pequena: o acordo, se concluído, vai fazer a big tech desembolsar US$ 68,7 bilhões.

A grandeza do negócio… Para você ter uma ideia, será a maior transação da história e deve eleger a Microsoft como a terceira maior empresa de jogos do mundo em receita - atrás da Tencent Holdings e da Sony Group, fabricante do PlayStation. Aliás, esta última perdeu US$ 20 bilhões de valor de mercado com uma queda de 13% no valor das ações nesta quarta-feira (19), após o anúncio da concorrente.

💰 E como você deve imaginar, o investimento bilionário não é em vão - e a famosa frase que diz “plante agora para colher depois” faz sentido por aqui - já que a companhia está de olho em dois potenciais mercados: games e metaverso.

Isso porque, de um lado, a indústria de games movimentou US$ 175,8 bilhões em 2021 e deve alcançar US$ 200 bilhões em 2023, de acordo dados preliminares da consultoria Newzoo. E o metaverso deve atingir US$ 800 bilhões até 2024, segundo a Bloomberg Intelligence.

OS POTENCIAIS POR TRÁS DO NEGÓCIO

Personagens das franquias Activision Blizzard (foto: divulgação)

Se você nunca jogou, com certeza, deve conhecer alguém que joga pelo celular, já que quase 95% dos jogadores em todo o mundo usam os smartphones - e esse será outro foco da Microsoft. A ideia é expandir as franquias e potencializar o Candy Crush, joguinho da Activision Blizzard que é sucesso. "Os jogos de celular da Activision Blizzard tem potencial significativo para a Microsoft crescer rápido neste segmento”, diz a empresa.

Há também o negócio de streaming de games, um setor que já tem recebido investimentos bilionários de Amazon e Google, por exemplo. Hoje, o serviço de assinatura de jogos da Microsoft, o Xbox Game Pass, conta com mais de 25 milhões de clientes que pagam um valor fixo por mês para ter acesso a uma série de jogos. Com a aquisição da desenvolvedora, a plataforma vai expandir seu catálogo e ainda oferecer mais exclusividade para atrair novos assinantes. Há menos de um ano, a MS já havia pago US$ 7,5 bilhões em outra desenvolvedora de games, a Bethesda.

Ao adquirir uma empresa com tantos games proprietários famosos como a Activision Blizzard, há também a propriedade intelectual (algo que fez a própria Amazon tirar dinheiro do bolso para comprar a MGM). Na prática, significa que a Microsoft agora conta com uma lista imensa de marcas, personagens e histórias que têm muito apelo com o público gamer, e que ela poderá aproveitar criando filmes, séries ou qualquer tipo de produto licenciado ou derivado. Afinal, é muito mais lucrativo criar algo baseado em propriedades já conhecidas do que criar algo novo.

(Foto: divulgação Microsoft)

PRÓXIMOS PASSOS

A Microsoft está indo na direção da Disney - acostumada a desembolsar bilhões em empresas (comprou, por exemplo, a Marvel por US$ 4 bilhões; a Lucasfilm por US$ 4 bilhões; a Fox por US$ 71 bilhões; e a lista segue). Se a estratégia terá sucesso? Bem, ainda não sabemos. Afinal, os reguladores dos Estados Unidos já sinalizaram que serão muito mais agressivos na avaliação de grandes aquisições, especialmente no setor de tecnologia, então há uma chance de o acordo não ser autorizado. 

Por outro lado, se bem sucedido, o negócio traz competitividade no longo prazo para a Microsoft, já que vez que competirá com a Meta (antigo Facebook) no metaverso, por exemplo. De qualquer forma, a própria MS aponta que um deal dessa magnitude vai levar cerca de um ano até ser concluído. Até lá, certamente outras movimentações vão acontecer nesse mercado tão aquecido.

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Sabrina Bezerra, head de conteúdo na StartSe, possui mais de 13 anos de experiência em comunicação, com passagem por veículos como Pequenas Empresas & Grandes Negócios e Época Negócios, ambos da Editora Globo.

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