Startup brasileira do segmento recebeu aporte de R$ 100 milhões. Conheça o mercado e entenda o tamanho dele.
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6 min
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17 mai 2021
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Atualizado: 19 mai 2023
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Por Victor Marques
O mercado de mobilidade como serviço (Mobility as a Service) movimenta atualmente US$ 400 milhões mundialmente, segundo a Juniper Research. No Brasil, as primeiras soluções começam a surgir. A startup brasileira Quicko, do segmento de mobilidade, anunciou nesta semana o recebimento de um aporte de R$ 100 milhões em rodada de Série B.
O aporte foi liderado pela CCR e também contou com a participação da J2L Partners. O investimento deve possibilitar a ampliação da cobertura da Quicko - operando 18 regiões metropolitanas até o final de 2021. Conheça a startup e entenda mais sobre esse segmento.
A Quicko busca resolver um problema que atinge milhões de brasileiros que utilizam diariamente o transporte público - a fragmentação das informações e serviços. A solução encontrada pela startup é oferecida na forma de um app, que funciona como um Google Maps mostrando e comparando as diferentes opções para ir de um ponto a outro na cidade.
Além do transporte público - ônibus, metrô, trens - o app compara também opções de bicicletas compartilhadas e carros de aplicativos, oferecendo uma visão macro das opções, preços e tempo de deslocamento. Nos maiores centros urbanos, como São Paulo, o app ainda integra o recarregamento do vale transporte - chamado de Bilhete Único na capital paulista.
Como o objetivo do app é integrar o máximo de serviços que os usuários possam necessitar para se deslocar, nos dias de chuva o app informa até locais que oferecem serviço de aluguel de guarda-chuvas e, para não correr o risco de ficar perdido sem o smartphone, mostra pontos onde se pode recarregar a bateria do aparelho.
Segundo o CEO, Pedro Somma "O Quicko App é a primeira e única plataforma brasileira de Mobility as a Service (MaaS), ou Mobilidade como Serviço". Lançado em 2019, o app já opera em 8 cidades brasileiras: São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Salvador, Porto Alegre, Curitiba, Fortaleza e Campinas.
Mesmo com a queda no uso dos serviços de transporte público durante a pandemia - 20% do número de usuários registrados pré-COVID - o número de usuários do app cresceu 11 vezes em 2020. O crescimento é justificado pela necessidade de encontrar trajetos mais seguros, tendo se tornado ferramenta essencial para aqueles que precisam se deslocar.
O serviço pretende integrar uma central de notificações de problemas na cidade: paralisações, atrasos e - com a ajuda dos usuários - até mesmo a lotação de um meio de transporte. As barreiras para implementar mais funcionalidades e integrações são conhecidas: a burocracia representada por regras de cada prefeitura, seja a obrigatoriedade de tíquete físico ou a falta de APIs que possam integrar informações que a prefeitura já possui ao app.
O segmento de Mobility as a Service é vasto, incluindo: soluções de aluguel de carros por assinatura, locações temporárias, gestão e planejamento de viagens (como no caso da Quicko), facilitação de transações e flexibilidade de pagamento. O formato desse tipo de negócio é caracterizado pela oferta de serviços de transporte personalizados e o objetivo é otimizar a experiência do usuário, possibilitando comparar diferentes serviços e acompanhar a demanda em tempo real - combinando-a de forma dinâmica à oferta de transportes.
O setor de Mobilidade como Serviço integra um conceito ainda mais amplo: o de mobilidade inteligente. Com o objetivo de criar cidades inteligentes, incluindo soluções de transporte autônomo e a digitalização dos serviços de transporte - utilizando os dados de forma integrada. Ainda, o objetivo é promover a mobilidade sustentável, com a adoção de carros elétricos (e autônomos), ampliar o uso dos serviços de transporte de baixo custo e, especialmente, os modelos de uso compartilhado.
O grande trunfo da Mobilidade como Serviço é oferecer um serviço integrado, que reúne diferentes tipos de prestadores de serviço de mobilidade, através de uma plataforma digital e descomplicada. O conceito de flexibilidade também está presente nas opções de pagamento, que podem incluir modelos de assinatura, por uso, ou ambos - de forma pré ou pós-paga.
Esse mercado já movimenta 400 milhões de dólares no mundo e em seis anos deve chegar a 54 bilhões de dólares. No Brasil, o segmento enfrenta dificuldades burocráticas - em outros países as iniciativas de integração entre os serviços são feitas pelo governo - no Brasil, é necessário que todas as partes estejam dispostas a colaborar com todos os envolvidos, em parcerias com iniciativas privadas que buscam facilitar a integração tecnológica dos serviços.
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Victor Marques é Head de Conteúdo na Captable, maior hub de investimentos em startups do Brasil, que conecta seus mais de 7000 investidores a empreendedores com negócios inovadores. Escreve há mais de dois anos sobre inovação. Formado em Letras e Mestre em Linguística pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS).
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