O movimento, fundado por Elisa Tawil, surgiu para trazer mais equidade de gênero ao mercado imobiliário. Em entrevista à StartSe, a empreendedora conta como funciona e a importância da iniciativa. E mais: quais são os principais pilares que as empresas do setor devem ficar atentas. Confira!
Elisa Tawil (Foto: divulgação site Mulheres do Imobiliário)
, jornalista
7 min
•
14 out 2021
•
Atualizado: 18 ago 2023
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Por Sabrina Bezerra.
O mercado imobiliário ainda é composto, em sua grande maioria, por homens. Para mudar esse cenário e trazer mais equidade de gênero ao setor, o grupo Mulheres do Imobiliário foi criado. Trata-se de uma rede que atua em 3 frentes: apoio, capacitação e networking para o público feminino (saiba mais abaixo).
A ideia surgiu quando Elisa Tawil, formada em Arquitetura e Urbanismo, com mais de 15 anos de experiência no setor, decidiu sair do mundo corporativo para empreender. O motivo? Quando voltou da licença-maternidade, o tratamento no mercado de trabalho foi diferente. “Senti, na pele, como uma mulher mãe interage nesse setor. Me senti afastada das minhas relações e atribuições no dia a dia na empresa e resolvi empreender”, conta ela.
A partir de então, identificou as lacunas das mulheres do setor imobiliário. “Certa vez, eu fiz uma reunião e eu era a única mulher num grupo de cerca de 15 pessoas. Neste dia, eu tive o estalo: precisava fazer algo para fomentar o empreendedorismo feminino”, diz. Estudou, participou de uma série de grupos e junto com Renata Botelho e Lia Meger transformou o sonho em realidade: o de fundar o Mulheres do Imobiliário.
Fundada há dois anos, a iniciativa tem o objetivo de criar uma rede de apoio para as mulheres do mundo inteiro que atuam no mercado imobiliário. Cada pilar (apoio, capacitação e networking) tem a sua própria função: a do apoio é inspirar. Como? Trazendo histórias e exemplos de liderança feminina do setor imobiliário. Já o braço de capacitação tem o objetivo de promover debates sobre inovação e tendências do mercado. E o networking promove encontros presenciais abertos ao público geral. Até o momento, mais de 700 mulheres fazem parte do movimento.
E qual é o impacto do Mulheres do Imobiliário? Segundo Elisa, o Mulheres do Imobiliário foi a grande vanguarda no setor para estimular outras iniciativas. “Fico muito feliz em saber que projetos estão surgindo. Acredito que é literalmente um movimento que inspira o mercado”, conta ela citando o exemplo do Secovi-SP, sindicato que criou um núcleo feminino.
Mais do que a equidade de gênero, as empresas que atuam no mercado imobiliário devem pensar em todos os pilares do ESG. “Como todo setor global, o imobiliário precisa buscar alternativas mais sustentáveis — tanto para a sociedade como para o meio ambiente — para criar uma economia que se sustente”, diz.
Ela ressalta um dos maiores problemas da história: o impacto ambiental. “O mercado imobiliário é um dos grandes contribuidores de emissões de gases de efeito estufa”, afirma. Por isso, é importante que as companhias busquem formas de minimizar isso. "Entre para a discussão: como tornar o mercado imobiliário mais sustentável? Como ser um ecossistema que se preocupa em controlar as suas emissões de carbono? Como ter mais diversidade? Como usar a tecnologia [para atacar esses pilares]? O mercado do futuro é o que estará preocupado com essa lógica”, afirma Elisa.
De acordo com a especialista, o mercado vai precisar aprender a trabalhar com a estrutura do ESG, porque quem está no comando das decisões vai exigir isso. “É um alerta principalmente para as empresas que são listadas na Bolsa”, conta.
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Segundo o CRECIBA, o mercado imobiliário teve uma boa performance no ano passado. Apesar disso, quando olhamos para o ecossistema de mulheres que atuam no setor, o número é menor do que a metade. Dados do COFECI (Conselho Federal de Corretores de Imóveis) mostram que elas representam 30% dos profissionais regulamentados no Brasil.
Além da falta de equidade, a pesquisa “O Lado Feminino do Mercado Imobiliário” desenvolvida pela Datastore, com Raquel Trevisan, Mulheres do Imobiliário e Alice Oleto, mostra que 60% das mulheres que atuam no setor imobiliário já sofreram algum tipo de assédio. Diante do cenário, o relatório indica que as empresas criem canais de comunicação eficazes e conscientizem os trabalhadores.
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Sabrina Bezerra, head de conteúdo na StartSe, possui mais de 13 anos de experiência em comunicação, com passagem por veículos como Pequenas Empresas & Grandes Negócios e Época Negócios, ambos da Editora Globo.
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