A Musii aproxima músicos e fãs e facilita o apoio financeiro de artistas independentes através de NFTs. Entenda
Hid Miguel e Arthur Baccam, fundadores da Musii (foto: José de Holanda/Musii)
, jornalista da StartSe
5 min
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4 nov 2022
•
Atualizado: 19 mai 2023
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Liderar o ranking das músicas mais ouvidas nos serviços de streaming é um privilégio para poucos artistas. Quando a Anitta se tornou a primeira brasileira a atingir o top #1 global do Spotify com o hit “Envolver”, o Brasil comemorou… Justamente porque esse é um lugar que poucos alcançam.
E foi com o objetivo de dar mais visibilidade e fontes de receita para artistas independentes que os brasileiros Arthur Baccam, George Guerra, Leonardo Garcez e Hid Miguel lançaram o Musii: uma rede social que conecta pessoas através da música.
A startup foi criada no final de 2019 e, no início, concentrava em um mapa as músicas que estavam sendo ouvidas em cada região. O objetivo era de que o usuário fosse descobrindo novidades à medida que frequentava bares e restaurantes… Mas em 2020, chegou a pandemia.
Hoje, o Musii é uma rede social em que os participantes podem interagir através de publicações com música, para que possam divulgar aos amigos o que estão ouvindo. Mas, além disso, é também um marketplace em que os usuários podem adquirir NFTs e apoiar financeiramente os artistas que mais gostam.
Antes de fundar a Musii, Arthur Baccam e Hid Miguel trabalhavam na XP Investimentos. Com o mercado financeiro fazendo parte de suas rotinas, a primeira ideia de trazer receita aos artistas através da startup foi de criar uma bolsa de valores para artistas.
“Seria possível comprar uma ação da Anitta, por exemplo. Mas acabamos percebendo que a regulamentação, a parte burocrática e jurídica, iria demorar muito. Então começamos a ver empresas lá fora fazendo algo semelhante através de NFT e web 3.0. Então fizemos uma imersão em Miami para descobrir mais”, explicou Arthur Baccam, CEO do Musii, em entrevista à StartSe.
Lá, eles foram acelerados pela Algorand Miami Accelerator, uma aceleradora focada em projetos na blockchain homônima. “Hoje entendemos que não é necessário ter milhares de ouvintes, mas uma pequena quantidade de pessoas beneficiando tanto o artista quanto o fã. Quando entramos na web3, que é descentralizada, o poder fica na mão dos criadores e cada vez menos na mão das bigtechs”, afirmou o CEO.
Para beneficiar os artistas, os fãs compram NFTs. Mas o NFT está sempre atrelado a algo físico e há diversas opções: comprar um NFT e receber uma camiseta, ingresso para um show exclusivo, assistir a um ensaio, etc.
“O artista decide o que quer oferecer e sua precificação. Nós lançamos dentro da plataforma e ele divulga nas redes sociais, atraindo o público que já possui”, explicou Baccam. A comissão da Musii é de 5% e não é necessário ter uma carteira de criptomoedas para comprar o NFT. Nathan Barone, Nicolas Cândido e Gabriel Thomaz são alguns dos artistas que já possuem tokens não fungíveis sendo negociados na Musii.
“Muitas pessoas entendem os NFTs como as imagens do macaquinho que são usados em fotos de perfil [eles são da coleção Bored Ape Yatch Club], mas eles são muito mais do que isso. Eles podem ser uma imagem, um arquivo, um certificado digital, vídeo, música, etc, dentro da Blockchain, que é descentralizadora e empodera criadores e artistas”, opiniou o especialista.
Para os artistas, a descentralização é interessante porque, mesmo em casos de revenda, o autor recebe uma receita da venda residual – o que não acontece hoje no mercado convencional. Não por acaso, a tecnologia está sendo usada no setor de ingressos de shows no Brasil e no mundo. Em maio, Milton Nascimento vendeu ingressos em NFT em sua turnê de despedida. Já mais recentemente, o Rock in Rio distribuiu pulseiras em formato de NFT.
Atualmente, o app da Musii possui mais de 25 mil downloads. A companhia está com uma rodada de captação de investimentos aberta no formato de equity crowdfunding.
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, jornalista da StartSe
Jornalista formada pela Faculdade Cásper Líbero. Apresenta o podcast Agora em 10 na StartSe e também atua na área de Comunidades na empresa. É especialista em inovação, tecnologia e negócios.
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