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Não confunda correlação com causalidade: o que entender em um mundo em que é fácil mentir com dados

Entender a diferença entre correlação e causalidade é crucial para navegar neste mundo dominado pela IA. Confira!

Não confunda correlação com causalidade: o que entender em um mundo em que é fácil mentir com dados

Foto: Canva

, redator(a) da StartSe

6 min

19 dez 2023

Atualizado: 19 dez 2023

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"Vivemos em um mundo totalmente dependente de ciência e tecnologia, mas que ninguém sabe ciência e tecnologia", afirmava Carl Sagan, uma verdade que ressoa com intensidade na era da Inteligência Artificial (IA). 

  • Em um ambiente onde dados são o novo petróleo e a IA é o motor que os transforma em ação, a distinção entre correlação e causalidade é mais crucial do que nunca.

Observe essa piada: “Todas as pessoas que confundem correlação e causalidade acabam morrendo".

É um exagero, mas esconde uma verdade profunda sobre a compreensão de dados. Na era da informação, ser literado em dados é tão essencial quanto a capacidade de ler e escrever. Com informações sobre IA cada vez mais abundantes e, muitas vezes, contraditórias, a habilidade de distinguir correlação de causalidade é vital.

Correlação vs. Causalidade

Correlação é uma medida de como duas variáveis se relacionam entre si. Por exemplo, se medirmos a altura e o peso de um grupo de pessoas, vamos encontrar uma correlação positiva: quanto maior a altura, maior o peso, em média. 

Isso significa que as duas variáveis tendem a variar juntas, mas não significa que uma causa a outra. Pode haver outras variáveis que influenciam tanto a altura quanto o peso, como a genética, a alimentação, o exercício, etc.

Causalidade é uma relação de causa e efeito entre duas variáveis. Por exemplo, se aplicarmos uma força em um objeto, vamos causar uma aceleração no mesmo. Isso significa que a força é a causa e a aceleração é o efeito. 

Para estabelecer uma causalidade, precisamos de um experimento controlado, onde eliminamos ou mantemos constantes as outras variáveis que podem interferir na relação.

Uma forma de evitar confundir correlação e causalidade é usar o teste da troca: se trocarmos a ordem das variáveis, a relação ainda faz sentido?

Por exemplo, se dissermos que o consumo de sorvete causa afogamentos, podemos trocar e dizer que os afogamentos acontecem por causa do consumo de sorvete? Claro que não, isso seria absurdo. 

Portanto, não há causalidade entre essas variáveis, apenas uma correlação, que pode ser explicada por uma terceira variável: a temperatura. Quando está mais quente, as pessoas consomem mais sorvete e também nadam mais, aumentando o risco de afogamentos.

Mas se dissermos que o aumento de temperatura causa um aumento nas vendas de sorvete no Brasil, temos aqui causalidade. Pois um evento depende intrinsecamente do outro: se chovesse ou fizesse frio não teríamos um aumento das vendas dos sorvetes. Invertendo: A venda de sorvetes aumentou por causa das altas temperaturas.

O Desafio da IA e da Confusão de Dados

No mundo da IA, os algoritmos frequentemente identificam padrões de correlação. No entanto, sem a devida compreensão e análise, esses padrões podem levar a conclusões enganosas ou até perigosas.

A confusão entre correlação e causalidade pode resultar em previsões imprecisas, decisões mal informadas e, em casos extremos, em discriminação e injustiça. Por exemplo, se um algoritmo identifica que certos grupos demográficos têm mais chances de reincidência no crime, sem entender as causas subjacentes, ele pode reforçar preconceitos e desigualdades.

POR QUE IMPORTA?

Entender a diferença entre correlação e causalidade é crucial para navegar neste mundo dominado pela IA. Com o crescimento exponencial de dados e a complexidade dos sistemas de IA, a alfabetização em dados torna-se uma habilidade fundamental. A capacidade de questionar, analisar e interpretar dados não é apenas uma ferramenta para cientistas de dados, mas uma necessidade para todos.

A literacia em dados permite que indivíduos e organizações façam escolhas mais informadas, desenvolvam estratégias mais eficazes e evitem armadilhas de interpretações errôneas. 

Em um mundo onde a IA molda cada vez mais nossas vidas, entender a diferença entre correlação e causalidade não é apenas acadêmico; é uma questão de navegar com sucesso no futuro.

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Imagem de perfil do redator

Gabriel é Coordenador e Instrutor do AI Academy da StartSe. Bacharel em Filosofia pela Universidade de São Paulo, tem ampla experiência com desenvolvimento mobile e é especialista em soluções e ferramentas baseadas em Inteligência Artificial. Na StartSe, contribui com o desenvolvimento e diretrizes de cursos de Inteligência Artificial para líderes e executivos.

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