Buscando inovação junto às startups, Nestlé anuncia iniciativa para se aproximar do ecossistema de inovação. Entenda por que, crescentemente, as empresas tradicionais buscam startups para ajudar a inovar - melhor e mais rápido.
nestle-esta-de-olho-nas-startups-brasileiras (Foto: GettyImages)
, Head de Conteúdo na Captable
8 min
•
17 ago 2021
•
Atualizado: 19 mai 2023
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Por Victor Marques
Empresas tradicionais cada vez mais estão se movimentando para criar uma ponte com o ecossistema de inovação - especialmente com startups. Seja através de aquisições, investimentos ou parcerias, as empresas já perceberam a necessidade de aprender com startups, integrar suas soluções ao seu negócio e, até mesmo, adquirir startups que façam sentido estrategicamente.
Os movimentos têm motivação clara: quem não acompanha as evoluções do mercado, fica para trás. E, logicamente, as evoluções ocorrem de forma mais ágil dentro das startups do que em grandes empresas. A forma de não falhar na velocidade das implementações em grandes empresas tem sido através do olhar atento ao ecossistema, como forma de entender quais negócios tem potencial para acelerar o ritmo de inovação nos negócios tradicionais.
Exemplos de empresas que não fizeram essas adaptações e falharam pelo caminho não faltam: Nokia, Blackberry, Yahoo! e Kodak, são casos clássicos de empresas que não evoluíram com o mercado e acabaram tendo sua relevância reduzida ou extinguida. Por outro lado, algumas empresas entenderam que colaborar com esse mundo é mais viável - e lucrativo - do que lutar contra ele: Magazine Luiza, B2W e Ambev, são alguns cases de colaboração de sucesso.
A Nestlé, atenta a essa necessidade colaborativa, anunciou o Panela, uma plataforma de inovação da empresa que tem o objetivo de analisar e integrar colaboradores, startups e o ecossistema como um todo, com a meta de encontrar soluções e criar novos serviços para a Nestlé.
O programa busca startups que resolvam problemas específicos da Nestlé, com demandas variadas como marketing, modelos de negócio, suprimentos e pontos de venda. A ideia é que as startups apresentem soluções para temas estratégicos que precisam de solução em diferentes áreas da multinacional.
Após a seleção, as startups irão trabalhar em parceria com a Nestlé para desenvolver programas-piloto para aplicação em ambiente comercial. Por fim, após a validação dos programas-piloto, as startups que tiveram sucesso poderão ser contratadas - como parceiras ou fornecedoras da Nestlé.
O Panela é uma maneira da Nestlé agregar as iniciativas que já possuía historicamente dentro do ecossistema. O Panela já possui parcerias com mais de 40 startups e serve como ponto de conexão entre parceiros internos e externos e a Nestlé. Identificando a inovação como essencial para o crescimento e atualização da marca, a Nestlé afirma que em 2021 a empresa deve quadruplicar os investimentos em inovação aberta, quando comparados a 2020.
A Nestlé não divulgou o valor que será investido, mas em matéria da Fast Company, afirmou ter investido R$ 3,8 milhões em inovação aberta em 2020. Se pretende quadruplicar o investimento em 2021, o valor investido deve ficar próximo de R$ 15 milhões.
Segundo a companhia, a inovação aberta não é uma área da empresa, mas uma estrutura transversal, com uma equipe que coordena as iniciativas aliada a multiplicadores dentro de outras equipes. Um exemplo do resultado das parcerias foi a criação do modelo de negócios do Empório Nestlé, a loja online oficial da marca - uma parceria com a Supermercado Now - que hoje comercializa mais de mil produtos com entregas em todo país.
A Nestlé possui, fora do Brasil, um histórico de aquisições bastante ativo. Em 2018, comprou participação na empresa de alimentos orgânicos Terrafertil, do Equador, e fez acordos com as americanas Blue Bottle e Chameleon Cold-Brew Coffee, de cafés, e com o grupo Sweet Earth, de alimentos vegetarianos. Além dessas, adquiriu participação minoritária na Freshly, também americana, um serviço de refeições prontas.
Por aqui, a ideia é criar parcerias de negócios com foodtechs e outras startups que desenvolvam soluções para marketing, jurídico, fábricas e vendas digitais. Uma colaboração que pode ir desde a ideação, mentoria, prototipagem, até a geração de negócios.
A intenção da Nestlé é encurtar o caminho entre o ecossistema de inovação e a empresa, unindo forças com startups, grupos empresariais, scale-ups e universidades. O Panela é, em essência, um hub que trará mais clareza às possibilidades de construir soluções em conjunto com o ecossistema.
As áreas de foco dos programas da plataforma Panela são diversas, tendo cinco programas em andamento e outros dez novos desafios propostos que envolvem temas como nutrição infantil, supply chain e sustentabilidade. Até o final do ano, a empresa pretende ter 14 programas rodando.
A relação com as startups na Nestlé já começou há pelo menos três anos e a empresa já analisou mais de 1400 startups e firmou parceria com 35 delas. A área de inovação é mais antiga, foi criada há seis anos, mas, ao perceber a necessidade de se relacionar com startups para impulsionar a inovação, foi criado o Panela.
As grandes empresas como a Nestlé perceberam que não possuem as respostas para tudo, que nem sempre desenvolver soluções próprias é o melhor - ou mais rápido - caminho. Com a plataforma, a Nestlé fica ainda mais próxima da inovação das startups brasileiras.
Cada vez mais, empresas gigantescas estão olhando para startups potencialmente disruptivas para aprender, inovar, investir ou realizar M&As. Quem será a próxima?
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Victor Marques é Head de Conteúdo na Captable, maior hub de investimentos em startups do Brasil, que conecta seus mais de 7000 investidores a empreendedores com negócios inovadores. Escreve há mais de dois anos sobre inovação. Formado em Letras e Mestre em Linguística pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS).
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