União de tecnologia e sustentabilidade vira estratégia valiosa para companhias que querem espaço nos novos mercados
ESG (foto: Tim Robberts/Getty)
, Jornalista
5 min
•
2 mar 2022
•
Atualizado: 19 mai 2023
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Por Camila Petry Feiler
A esta altura, NFTs estão deixando de ser reconhecidos apenas como memes e começando a fazer parte real de camadas estratégicas das empresas. Inclusive quando o assunto é ESG, sigla em inglês que significa Environmental, Social and Governance, e corresponde às práticas ambientais, sociais e de governança de uma organização.
A cobrança do ESG parte de consumidores atentos, que analisam os comportamentos e posicionamentos das empresas antes de seguir com a compra e também de investidores que priorizam – e pagam mais – por ações de empresas alinhadas às demandas sociais atuais. “Mas cadê o ESG? Não dá mais para mandar uma apresentação dizendo o que fez, é preciso comprovar na prática”, afirma Taynaah Reis, CEO e cofundadora do Moeda, explicando que é onde os tokens entram e mostram toda a cadeia sendo beneficiada.
Taynaah enxerga que a geração millennial demanda ativos diferenciados e com propósito, por isso o Moeda abriu possibilidades de investimentos em NFTs de açaí e café, por exemplo.
Em 2021, em parceria com a 3agro, o Moeda lançou o NFT MDAGREEN, uma série de tokens não-fungíveis composta por 300 ativos, cada um representando um hectare de plantação de açaí. Ao adquirir o NFT, o comprador tem direito exclusivo à remuneração oriunda da venda do açaí. A proposta é fortalecer o trabalho com a floresta sintrópica, diminuir o desmatamento e proteger a tradição do plantio de forma tokenizada.
“A ideia é poder fazer investimento na Amazônia e ter um retorno ambiental, social e financeiro vindo dessa receita”, explica Taynaah, que acredita que ao tokenizar os investimentos desta forma, é facilitada a ponte com toda a transparência que a cadeia exige, fazendo com que a empresa se comprometa de fato com os objetivos lançados de sustentabilidade. Como o crédito está registrado em blockchain, não existe o risco de ser vendido mais de uma vez — ou do dinheiro não ser destinado ao projeto correspondente.
Para Taynaah, as vantagens não param por aí: é possível obter benefícios econômicos para neutralizar a pegada de carbono incentivando empreendedores na floresta amazônica e ajudando comunidades locais a crescerem e adotarem práticas que focam no planejamento a longo prazo.
Mas a Moeda não é a única. A MOSS, plataforma que utiliza tecnologia para preservar o meio ambiente, criou o token MC02, que equivale a um crédito de carbono que pode ser usado por empresas para compensar suas emissões.
Ela já fez parceriais com a Gol, para lançar o primeiro voo com carbono neutro do país e com a Hering, para compensar suas emissões anuais. A fintech também já esteve em projetos de blockchain internacionais para cobrir emissões de exchanges de criptomoedas.
A Nemus está lançando uma NFT para serviços ambientais, onde cada NFT é representado por uma localização georreferenciada de terras na Amazônia, e o seu dono poderá acompanhar em tempo real todos os projetos de conservação e atividades economicamente sustentáveis.
Mas, claro, a discussão vem acompanhada de uma controvérsia climática, já que os NFTs são responsáveis pelas milhões de toneladas de emissões de dióxido de carbono que aquecem o planeta geradas pelas criptomoedas usadas na comercialização – a gente falou sobre o processo de mineração na blockchain aqui.
Com a aceleração da tendência do NFT, incluindo pedidos de artistas e clientes, o movimento em prol da sustentabilidade também tem acontecido nas plataformas blockchain: o ethereum (ETH), segunda moeda virtual em valor de mercado, anunciou a transição quase completa para uma nova tecnologia que promete reduzir drasticamente suas emissões de carbono e gastos de energia.
A alteração, que tem sido comum nas plataformas de NFTs, é do protocolo de Proof-of-Work para Proof-of-Stake, o que tem permitido às plataformas reduzirem suas emissões de carbono ao emitir os tokens NFTs exclusivos.
Por isso, estudar e entender qual protocolo escolher na hora de criar seu NFT pode tornar seu negócio ainda mais sustentável, explica Taynaah. Mas é preciso entender os impactos no seu negócio também - confira aqui um guia de como criar, vender e lucrar com seu NFT para dar os primeiros passos.
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Jornalista focada em empreendedorismo, inovação e tecnologia. É formada em Jornalismo pela PUC-PR e pós-graduada em Antropologia Cultural pela mesma instituição. Tem passagem pela redação da Gazeta do Povo e atuou em projetos de inovação e educação com clientes como Itaú, Totvs e Sebrae.
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