Nesta coluna, Erica Queiroz, especialista em marketing, analisa a contratação de Linda Yaccarino, nova CEO do Twitter, vinda da área de marketing anima o mercado
Linda Yaccarino, CEO do Twitter (Foto: Reprodução)
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5 min
•
17 mai 2023
•
Atualizado: 25 mai 2023
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Será que a nova CEO conseguiria controlar Elon Musk? Desde que surgiram os primeiros boatos de que Elon Musk compraria o Twitter, a empresa nunca mais foi a mesma. Principalmente no que se refere ao marketing, aos anúncios e às receitas dos mesmos.
Musk assumiu a empresa e demitiu o CEO, o CFO e algumas outras pessoas em cargos de destaque. Em seguida, o Twitter teve seu capital fechado na bolsa de valores - o que faz com que a empresa tenha menos requisitos de transparência (o que, por sua vez, piora a insegurança das empresas anunciantes).
E logo começaram a aparecer posts e contas de extrema-direita e racismo, o que a empresa vinha há anos tentando evitar - mas isso não se encaixava na proposta de Musk.
Contas banidas começaram a ser liberadas e o Twitter passou a cobrar um fee mensal, para que as pessoas pudessem ter a conta verificada (selo azul). O problema é que antes as empresas ou pessoas precisavam provar ser autênticas. Depois da mudança, bastava comprar o selo.
Tudo. Como resultado de toda essa confusão, inúmeras empresas pararam de investir em anúncios no Twitter. Afinal, que empresa gostaria de anunciar em uma plataforma sem regras, sem filtro, sem transparência e com conteúdo controverso e ofensivo?
Não bastasse tudo isso, Musk fez várias rodadas de demissão em massa, e os colaboradores demitidos começaram a processar a empresa, que passou a perder 4 milhões de dólares por dia.
Contas fake verificadas apareceram, mais executivos saíram do Twitter, mais anunciantes pararam de investir na rede e essa bola de neve fez Musk anunciar que a empresa iria falir.
Ele então resolveu parar o Twitter Blue (verificação das contas), mas continuou causando caos, demissões, viu mais pessoas se demitindo, liberou a conta do Trump, que estava bloqueada.
Para encurtar a história, isso foi piorando a cada dia, até que os usuários pediram a sua renúncia e ele começou a se dar conta de que havia colocado tudo a perder.
Ainda houve vários outros episódios caóticos na história, até mesmo o pedido de Musk para que os funcionários se comprometessem de forma extrema ou se demitissem.
Mas fato é que, na semana passada, foi anunciada a entrada de uma nova CEO para a empresa, algo que foi extremamente bem recebido pelo mercado.
Linda Yaccarino entrará na empresa em cerca de um mês e meio e, apesar de ocupar o atual lugar de Musk, ele continuará a ter um papel fundamental na empresa.
Segundo o próprio Musk, ele irá focar mais na parte de design de produtos e novas tecnologias. A notícia é ótima, por algumas razões.
A primeira é que, uma vez que Elon Musk se mostrou controverso e imprevisível, o seu afastamento proporciona um alívio ao mercado, o que pode refletir em maior estabilidade para a empresa.
Além disso, Linda era Presidente de Marketing Global e Parceiras, da NBCUniversal (rede de TV NBC e Universal Studios), o que pode facilitar a volta de anunciantes para a empresa.
Para se ter uma ideia, espera-se que a receita do Twitter, que sempre foi extremamente dependente de anúncios, caia para menos de US$ 3 bilhões este ano. Em 2021, a receita foi de US$ 5,1 bilhões! Ou seja: os resultados de anúncios estão extremamente prejudicados pela política de Musk.
Por vir do mercado de venda de anúncios, os marketeiros ficaram muito animados com a sua nomeação. Isso porque ela poderá reestabelecer contato com grandes anunciantes, que podem voltar a investir dinheiro na plataforma.
1 - Área de moderação de conteúdo
Assim, espera-se que uma de suas primeiras ações seja reestruturar a área de moderação de conteúdo, que foi eliminada por Musk assim que tomou as rédeas da empresa. Esse é o ponto mais importante no momento, pois é imprescindível haver moderação para voltar a haver investimento.
2 - Transparência do algoritmo
Outra coisa que precisa ser alterada é a transparência do algoritmo, pois hoje muitas contas indesejadas aparecem nas recomendações da plataforma.
3 - Verificação do selo azul
O pagamento da verificação com o selo azul também é outra coisa que levou muitos anunciantes a abortar seus investimentos. Afinal, muitos perfis fake foram criados e obtiveram o selo como se fossem verdadeiros. Isso aconteceu até mesmo com relação a marcas relevantes no mercado.
Como anunciar em uma plataforma em que não se sabe mais o que é real ou fake? Contudo, parece que o maior desafio de Linda ainda será Elon Musk. Será que ela conseguirá domar o indomável?
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Executiva de Marketing, com mais de 20 anos de experiência, tanto online quanto offline; com atuação internacional em diversos países. Escreve na StartSe sobre as principais tendências do setor.
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