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Nubank agora dá lucro: fintech fatura R$ 76 milhões

Se antes o argumento era de Nubank ainda dava prejuízo, agora isso ficou pra trás: a fintech anunciou lucro nos primeiros seis meses de 2021. Sabe qual era o tamanho do prejuízo no mesmo período de 2020?

Nubank agora dá lucro: fintech fatura R$ 76 milhões

Novo logo Nubank (foto: divulgação)

, Head de Conteúdo na Captable

6 min

15 out 2021

Atualizado: 19 mai 2023

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Por Victor Marques, da CapTable Brasil

O Nubank reverteu o prejuízo que vinha divulgando - no primeiro semestre de 2020, por exemplo, foram R$ 95 milhões negativos. Agora, de olho na abertura de capital na Nasdaq, o banco anunciou lucro de R$ 76 milhões nos primeiros seis meses de 2021.

IPO DO NUBANK

Segundo rumores, a fintech pretende abrir seu capital na Nasdaq com valor de mercado de US$ 100 bilhões. O valuation seria inédito para uma fintech e tem o potencial de redefinir a precificação de startups do segmento permanentemente, inflando valuations das fintechs em diferentes estágios de maturidade.

Caso o Nubank consiga, de fato, abrir o capital valendo US$ 100 bilhões, ele valerá mais do que Bradesco e Itaú somados. As expectativas sobre o valor de mercado também já impulsionam ações de outras fintechs listadas em bolsa, como Inter, BTG Digital e Banco Pan.

Os motivos para um valor tão alto são diversos. O primeiro é o time de investidores que o Nubank já conquistou antes mesmo de abrir o capital: Sequoia Capital, Berkshire Hathaway - de Warren Buffett -, Tiger Capital e Tencent. Fica difícil imaginar que tantos nomes relevantes do mercado de Venture Capital errariam suas apostas juntos.

Outro ponto que sustenta o valuation estratosférico está numa aposta que o Nubank fez desde o princípio, a satisfação do cliente, medida pelo NPS. O BTG Pactual publicou relatório que colocou a nota do Nubank muito à frente de outros bancos tradicionais - e até fintechs - no quesito satisfação dos clientes. O Nubank recebeu nota 69,4, seguido do Banco Inter (52,6), Itaú (34,8) e Bradesco (27).

STARTUPS DÃO PREJUÍZO?

Apesar das justificativas para o valor de mercado, muito ainda se ouve falar - principalmente para quem vê o mercado do Venture Capital de fora - na indignação com uma empresa que não dava lucro ser avaliada em tantos bilhões de reais. É preciso entender que startups são empresas com foco total em crescimento, o objetivo, principalmente nos primeiros anos, não é dar lucro, mas reinvestir toda a receita (e até mais do que ela) em crescimento.

A aposta é que os investimentos desmedidos em crescimento no princípio se pagarão em múltiplos muito maiores no futuro. Além disso, a pressa se justifica pela necessidade de crescer rápido e conquistar mais espaço no mercado. 

Para quem conhece o mercado é comum ouvir falar em burn rate, por exemplo, uma medida de quanto dinheiro é 'queimado' por uma startup em um determinado período de tempo. E está tudo bem, queimar dinheiro crescendo é uma troca que qualquer startup deve estar disposta a fazer no princípio de sua jornada.

O Nubank, inclusive, já tem uma receita razoável - foram R$ 1,8 bilhão no primeiro trimestre do ano -, mas optou por reinvestir boa parte desse valor. Com uma receita tão grande, é evidente que o Nubank não dá lucro porque não quer. Optando por investir em clientes, plataforma, produtos e serviços. Imaginando que o segundo trimestre tenha tido uma receita igual, seriam R$ 3,6 bilhões nos dois primeiros trimestres, que se transformaram em R$ 76 milhões de lucro, ou seja, o reinvestimento em crescimento continua pesado, mesmo que agora a fintech tenha dado lucro.

warren-buffet-nubank-por-que-um-investidor-tradicional-esta-investindo-em-startups

POR QUE IMPORTA?

Na onda da concepção de que toda empresa precisa dar lucro, mesmo em seu princípio – uma falácia se tratando de Venture Capital – muitos investidores deixam de lado oportunidades de participar de startups que crescerão muito. O objetivo dos investidores na fase inicial de uma startup deve ser de que haja investimento maciço em seu crescimento: somente assim a startup atingirá um tamanho relevante, atraindo a atenção de investidores institucionais que aportarão valores cada vez maiores nas rodadas subsequentes e que, em seguida, haja um exit, uma maneira de ter o retorno desse investimento - seja através da aquisição da startup ou de um IPO, por exemplo.

A CapTable, plataforma de investimento em startups da StartSe, permite que qualquer um tenha a oportunidade de investir em startups. Apenas em 2021, a CapTable já captou mais de R$ 35 milhões para 22 startups, quer captar recursos para sua startup? Saiba mais aqui. Recentemente, a plataforma teve seu primeiro exit com a aquisição do Alter pelo Méliuz, os investidores tiveram mais de 70% de valorização do investimento em nove meses. Cadastre-se e conheça as captações disponíveis.

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Imagem de perfil do redator

Victor Marques é Head de Conteúdo na Captable, maior hub de investimentos em startups do Brasil, que conecta seus mais de 7000 investidores a empreendedores com negócios inovadores. Escreve há mais de dois anos sobre inovação. Formado em Letras e Mestre em Linguística pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS).

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