O Chrome e o Google vão se separar?

Nesta semana, o Departamento de Justiça dos EUA (DoJ) pediu que um juiz obrigasse a Alphabet, dona do Google, a vender o navegador Chrome. A ação faz parte de um processo antitruste que acusa a empresa de monopolizar o mercado de busca.

O que é um processo antitruste?

Um processo antitruste visa impedir que grandes empresas abusem de sua posição dominante para eliminar a concorrência ou prejudicar o mercado. 

Nesse caso, o DoJ argumenta que a Alphabet utiliza os dados coletados das atividades dos 3,5 bilhões de usuários do Google Chrome para direcionar melhor seus anúncios no Google Ads, ganhando uma vantagem desleal sobre os concorrentes.

Por que isso importa?

Impacto no mercado de busca: O Google é responsável por 82% das buscas realizadas em computadores mundialmente, segundo a Statista.

Dependência de publicidade: Cerca de 77% da receita da Alphabet vem de anúncios, principalmente do Google Ads.

Possíveis desinvestimentos: Além do Chrome, o DoJ também sugeriu que a Alphabet venda o sistema Android (presente em 3,3 bilhões de celulares) e encerre o contrato com a Apple para ser o buscador padrão no iOS, o que impactaria uma receita estimada de US$ 15 bilhões anuais.

Quanto vale o Chrome?

Se a venda do navegador for ordenada, estima-se que o Google Chrome possa ser negociado por aproximadamente US$20 bilhões. Essa possível separação coloca em xeque o domínio da Alphabet no ecossistema digital.

O que está em jogo?

A Alphabet tem usado sua vasta rede de produtos e dados para consolidar sua posição no mercado. O Chrome, com sua base gigantesca de usuários, é uma peça-chave nesta estratégia, funcionando como um canal direto para o Google Ads. Perder o controle sobre o navegador poderia enfraquecer essa integração e abrir espaço para concorrentes.

Isso vai acontecer ou não?

É preciso acompanhar o desenrolar da Justiça Americana. Mas, independente de ocorrer ou não, isso abre um leque gigantesco para Big Techs que centralizam muitos serviços e dados, como a Meta (com Facebook, Insta e WhatsApp, por exemplo).

O desenrolar dessa história pode impactar – e muito – o modelo de negócio das Big Techs e mudar a forma das próximas startups.

E você, o que acha?

Para saber mais: Android Statistics, Bloomberg, Statista, Backlinko.