Empresa passa por reestruturação que inclui acordo de venda de direitos creditórios e renegociação de aluguéis
Lojas Marisa (Foto: divulgação)
, Head de Conteúdo
7 min
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27 mar 2023
•
Atualizado: 1 jun 2023
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A Marisa divulgou na última sexta-feira, os resultados do quarto trimestre de 2022 que refletem a situação desafiadora da empresa:
A empresa aproveitou para anunciar um investimento de R$ 90 milhões dos acionistas controladores para possibilitar a regulação da MPagamentos (braço financeiro da empresa) nos índices prudenciais.
A marca anunciou um processo de reestruturação em fevereiro deste ano, com objetivo de sair de uma dívida de quase R$ 600 milhões. Agora, a empresa passa por um acordo para venda de parte de seus direitos creditórios de natureza fiscal, fechamento de lojas físicas por conta de aluguéis atrasados e queda no valor das ações. A pergunta que surge: a Marisa vai fechar as portas?
Em fevereiro deste ano, as Lojas Marisa divulgaram seus resultados para 2022, revelando uma dívida líquida de R$ 566,1 milhões ao fim do terceiro trimestre. A divulgação aconteceu em data próxima de outro balanço que impactou o mercado: o da dívida bilionária da Americanas.
Como resultado, as ações da Marisa tiveram forte queda e motivaram o anúncio da contratação da BR Partners para ajudar na renegociação do endividamento e da Galeazzi Associados para rever sua estrutura de custos. Enfim, uma proposta robusta de reestruturação de toda a operação da empresa. Mesmo assim, o valor da companhia continuou caindo.
O mais recente anúncio da negociação da venda dos direitos creditórios alivia um pouco o peso no caixa da empresa. Mas não parece bastar. Reports de mercado do Neofeed e da Jovem Pan revelam que a empresa planeja fechar até 25% de suas lojas e renegociar o aluguel de várias unidades. Tanto lojas de rua quanto em shoppings de todo o Brasil.
Desde a pandemia, quando amargou uma queda de 30% em suas vendas, a varejista tem apostado em uma série de iniciativas para se reposicionar no mercado. Elas vão desde o lançamento de novas lojas conceito, mais focadas em experiência e no fator instagramável, até a iniciativa de dark stores, unidades usadas apenas como estoque para envio dos produtos comprados online. Mesmo com alguns resultados positivos, não foi suficiente para reverter a tendência.
Impactada pela cautela do mercado após o susto das Americanas, a Marisa deve seguir no corte de custos e na busca por eficiência operacional (como a maior parte dos negócios em 2023). A gestão do CEO João Pinheiro Nogueira Batista vai focar no equilíbrio das finanças antes de fazer qualquer aposta em um novo modelo de negócio ou fontes de receita.
Em um cenário de mercado com avanço de fortes concorrentes de fast fashion como a Shein, a Marisa não deve ter muito tempo para traçar um plano de perpetuidade no mercado, ou corre o risco de ficar no passado. Outras concorrentes como Renner e C&A já sofrem os efeitos da demora em agir.
Ainda estamos sentindo os reais efeitos das mudanças de comportamento dos consumidores na pandemia. Além disso, o impacto do rombo das Americanas no mercado de crédito ainda vai afetar muitos negócios do setor de varejo, criando um cenário difícil para previsões e crescimento. Vai sobreviver e crescer quem conseguir identificar as oportunidades em meio à crise e criar um plano ágil e alinhado com as expectativas do público. A Marisa, com sua história de mais de 70 anos, ainda pode encontrar uma saída para pivotar e continuar no mercado.
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Head de Conteúdo e Partner na Startse. Mais de 20 anos de experiência na coordenação e produção de conteúdo editorial e para marcas. Fala sobre estratégia, inovação, tecnologia e comunicação.
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